Ela é mãe de Gabriela?

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Marcos chegou em casa batendo a porta como se estivesse acabado de ter uma briga feia, oque fez com que Alicia questionasse o motivo, sem responde la, subiu as escadas organizou umas pastas e saiu novamente batendo as portas.
Fazia dois dias que Marcos não ia ao trabalho decidiu dar uma passada por lá mesmo sem ter tantas coisas a fazer, ainda não havia comprado um carro então o jeito era ir de transporte público.
Chegando na empresa onde ele estava administrando a pouco tempo decidiu ir logo falar com Fernanda, a mulher que estava o ajudando e deixando as coisas em ordem para ele. Fernanda era uma bela mulher, Marcos podia perceber as olhadas que quase sempre ela deixava escapar.
-Fernanda, ainda tem muitas coisas para me passar?
-Sim senhor Marcos, com a demissão de Betto as coisas viraram uma bagunça. Dona Monique acreditou que foi desviado uma quantia grande de dinheiro da empresa, ainda não sabemos se isso é de fato verdade, mas agora com você nas finanças vai ser mais fácil ter um controle.
-Pretendo servir bem por aqui, ainda nem pude agradecer a oportunidade que Monique me apresentou.
-Ela é uma boa mulher, anda ausente mas ainda é uma boa patroa também.
-Fernanda, são vários sócios aqui?
-Sim, não eram muitos mas com as crises e com o dinheiro que supostamente foi desviado dona Monique teve que vender algumas partes que ela tinha por aqui, sabe pra ajudar nas despesas.
-Compreendo, na situação que ela esteve eu faria o mesmo.
-Sim. Bom senhor Marcos, vou passar por email alguns documentos, tudo bem?
-Sem problemas. Aguardo então.
-Posso perguntar algo, que foge um pouco do profissional?
-Sim, Fernanda.
-O senhor, quer dizer você tem mulher? Não o vejo com aliança, mas as coisas hoje estão tão modernas...
-Não, eu sou completamente sozinho, mas não estou procurando por ninguém no momento.
Marcos sabia que havia sido um pouco ríspido mas não queria desfocar do seu propósito dentro da empresa que era crescer, tendo relacionamentos sexuais com colegas de serviço certamente seria um atraso.
-Me desculpe, ser tão inconveniente.
-Que isso, mas o bom é que ainda continuaremos trabalhando juntos certo?
-Sim.
Fernanda então sai da sala de Marcos fazendo sinal que em breve mandaria os emails, ele senta sobre a cadeira e olha para a janela que dava uma vista boa para o pequeno centro de sua cidade.
Ele ainda não podia acreditar que havia invadido a casa de Gabriela, e ao ver a mãe dela saindo pela manhã quase teve certeza que ela era sua chefe, deveria estar pensando demais e com aproximação de Gabriela com Alicia que acreditou que isso seria uma perseguição também. Ao fechar seus olhos conseguia sentir o corpo de Gabriela embaixo do dele, e a respiração ofegante que ela insistia em tentar esconder, soube do risco que correu mas precisava deixar o recado dado, seja lá oque ela
Pretendia com a visita dele ela não tentaria de novo. Mesmo que se mostrando forte e decidida.
Com os punhos fechados da um soco sobre a mesa, derrubando uma xícara de café que Fernanda deixou ali para ele.
-Que inferno de garota!
Limpando a sujeira que fez.
O computador que estava sobre a mesa de Marcos apita, era os e-mails que Fernanda dissera enviar.
Resolvendo os enigmas da empresa, Marcos não percebeu que a hora havia voado e ja havia passado uma hora do seu horário de ir embora.
Arrumando as coisas para ir embora Marcos olha para fora da porta onde vê algumas luzes serem apagadas.
-Merda, só me faltava ficar preso aqui dentro.
-Ainda trabalhando senhor Marcos?
Uma voz feminina e delicada soa sobre a sala, fazendo Marcos fitar a sua frente.
-Monique? Me perdoe perdi a hora.
-Tudo bem, tem carona para ir pra casa?
-Vou de ônibus não se preocupe, acabei tudo por aqui.
Foi indo em direção a porta onde Monique estava.
-Bom posso levar você se não for um problema.
-Não, eu quem não quero incomodar com isso.
-Para, não devemos negar ajuda e outra não tenho também mais nada para se fazer hoje aqui.
-Nem soube que havia vindo hoje.
-Na verdade cheguei a pouco, precisava falar com Juliano, um dos sócios mas ele ja havia ido embora, então decidi ajudar Fernanda a apagar as luzes, ela acabou saindo e vi sua sala ainda aberta.
-Sim, eu realmente me esqueci da hora, muitos papéis, está confuso.
-Calma logo você vai se encontrar. Vamos?
-Sim.
Saindo da empresa com tudo apagado pode perceber que era um local bem grande, cheio de corredores e salas, vários blocos de andares. Agora entendia porque Monique precisava dividir as contas, a sala de Marcos era no andar abaixo. Ele poucas vezes foi para os de cima.
-Pode colocar pra mim no GPS do carro seu endereço?
-Sim, sem problemas.
Entraram no carro, Monique não era muito organizada fora da empresa, o carro estava um pouco bagunçado, com lixos e roupas no banco de trás.
-Não sou eu, tento limpar sempre. Mas minha filha, ah ela é problema.
-Me esqueci que tinha filha.
-Sim ela é difícil.
-Um pouco desorganizada, talvez.
-Coisa da idade.
-Não me disse o nome dela.
-Se chama Gabriela.
Marcos ficou tonto, sim agora ele tinha certeza Monique era a mãe de Gabriela, a mulher que viu saindo e achou parecida era ela própria, sentiu o coração bater forte, o ar parecia que ia sair dos seus pulmões e não entrariam mais, tentou controlar mas estava impossível. "caralho que azar!"
Tentando se recompor pediu pra Monique abrir as janelas do carro e assim tentar sugar de fora o ar que estava saindo.
-Marcos está passando bem?
-Sim, eu, eu só acho que foi a pressão.
-Tão novo e já está passando por isso? Essa geração...
-É, com certeza foi a pressão.
Marcos permaneceu em silêncio a viagem toda até a sua casa, somente agradecendo assim que desceu, ainda tenso entra na sala pegando sua irmã praticamente nua em cima do velho que ela mantinha relações escondidas.
Sobe as escadas e chega ao quarto. Andando de um lado para outro tenta digerir a informação que teve, e por várias vezes passou em sua cabeça pedir demissão, era arriscado demais continuar trabalhando com a mãe da garota que ele estuprou e não só isso ainda ameaçou. Era demais para Marcos, ele com certeza estava começando a pagar pelo que fez, o pior de toda a situação foi que ele podia sentir ainda o calor do corpo de Gabriela, ele estava ficando louco e ainda mais enforcado com a situação, era questão de tempo para que tudo fosse espalhado pelos ventos e todos saberiam oque ele fez, inclusive sua irmã.

***

Entre ele e o caosOnde histórias criam vida. Descubra agora