Distração

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Monique e Betto estavam esperando Gabriela na sala quando ela entrou, ajeitando o vestido e o cabelo.
-Ainda estão acordados?
Ela parou no meio da sala encarando seus pais que pareciam não estarem tão satisfeitos.
-Filha a última vez que você fez uma dessas, nós não perguntamos, hoje faremos diferente. Onde você estava?
-Sai com um rapaz, fomos na hamburgueria dos irmãos e depois, bom mãe, sem depois.
-Gabriela, você precisa ser mais responsável, como sai com um rapaz que eu não conheço?
-Mãe você conhece. Bom vou tomar um banho, e ir dormir, estou bem e viva.
Gabriela some em meio ao corredor e entra no banheiro, podia escutar resmungos de seu pai mas não era nada demais. Queria entender porquê estavam agindo como se ela fosse uma criança, estariam chateados por ter desistido da faculdade no mínimo. Ao sair do banho vai para seu quarto, coloca seu pijama e deita sobre a cama arrumada, que provavelmente Monique organizou enquanto Gabriela estava fora.

Era dez da manhã quando ela acorda, com seu celular tocando infinitamente.
-Alô.
-Oi gab, como está?
-Oi Luci, estou ótima. E me conte como estão as coisas por ai?
-Muito boas, eu e Bia estamos nos dando bem, ela anda com muitas dores ainda mas, tirando isso tudo ótimo. Começaremos a cursar semana que vem.
-Que ótimo Luci, em breve vou te ver.
-Aguardo. Bom liguei pra te desejar um dia maravilhoso, e dizer que estou com saudades.
-Morro se saudades, está tudo indo bem. Te amo
-Te amo.
Lucia desliga, e Gabriela senta sobre a cama, seu quarto estava escuro e nem sinal de seus pais em casa. Deveriam ter ido ao mercado ou coisa do tipo, ela levanta esfregando os olhos colados de tanto dormir, abre as cortinas e as janelas, Samuel estava lavando o carro de sua mãe, ele era sexy visto de cima.
Sem perceber ela sorri.
-Que porra é essa agora Gabriela? Transa com um e deseja o outro?
Quando ela pensa em se virar Samuel vira, vendo que ela estava na janela e sorri de volta.
Sem retribuir ela vai até o guarda roupas e escolhe um roupa de verão, tinha que comemorar estava calor e sua mãe não havia acordado ela de manhã. Vai ao banheiro escova os dentes e decidi ir falar com ele, afinal não tinha ninguém Lucia havia ido embora e parecia bem ocupada.
O vento no rosto com o abafado do sol era bom, fazia dias que ela não usava shorts jeans curto e blusas de alça. Samuel ao ver que ela estava indo em sua direção abre um sorriso, que faz com que os olhos dela brilhem, ela realmente estava vivendo um triângulo amoroso, o qual não sabia como seria daqui para frente.
-Gabs, levantou tarde hoje.
-Dormi já era bem tarde.
-Eu vi você saindo com o cara nervosinho.
-Está me cuidando?
-Não, eu estava lendo próximo a janela, até ia te procurar mas vi que fui tarde.
-Engraçadinho, saímos sim.
-Ele é engraçado como eu? Ou sempre tem aquela marra de durão?
-Ele tem marra sim, não vamos falar disso né?
-Ok, terminei o carro aqui, quer entrar pra me ajudar a fazer algo pro almoço?
-Onde estão seus pais?
-Minha mãe está de plantão novamente e meu pai teve que viajar, pediram para ele cuidar de uma senhora na capital.
-Entendi, marra ter pais médicos.
-Sim, mas é bem útil.
-Oque pretende fazer de almoço?
-Não sei, qualquer coisa que me encha, estou faminto.
-Que tal uma lasanha?
-Aquela que fazia quando tinha 13 anos?
-Não. Aquela era treinamento, vou fazer uma de verdade, topa?
-Se não for queimada eu topo.
Samuel ria com a alma, ele era espontâneo e doce, transmitia segurança e paz. Coisa que Marcos nem de longe passava, oque ele transmitia para Gabriela era prazer e medo.
Samuel pegou algumas panelas e uma forma, Ele era ágil, fazia as coisas de uma forma rápida, era difícil acompanhar.
-Tem falado com Luci, Sam?
-Sim, hoje ela me ligou.
-Para mim também, inclusive me acordou.
-Ela está enfim se entendendo com Bia, isso é bom pensei que elas iriam se matar.
-Eu também pensei isso, que bom que estão bem, não queria o pior.
-Isso, ela perguntou para mim se eu estava com você, quando eu disse que não ela ficou triste.
-Não acho que esteja, no fundo ela ainda tem esperanças em você.
-Gabs, ela é forte e independente, não vai demorar muito para encontrar alguém.
-Pensando por esse lado.
Continuavam trabalhando na cozinha, Gabriela colocou a lasanha no forno enquanto Samuel fazia o arroz, os dois conversaram muito sobre Lucia, e riam sempre.
Algumas vezes Samuel segurava a mão de Gabriela na tentativa de se aproximar mais, ela evitava não queria mais problemas e nem iludir a Samuel, embora desejasse estar com ele sempre. Com Marcos na sua vida não teria como, o plano ja estava em andamento, e embora ela sentisse muito medo dele, era muito gostoso o sexo que faziam, ela preferia focar nisso, e assim daria continuidade em sua vingança. Não planejava nada absurdo, mas queria fazer ele confessar tudo para a Alicia, sabia que ela não deixaria barato e o colocaria atrás das grades.
-Gabs, acho que nossa comida está pronta.
-Sim, to sentindo o cheiro daqui.
-Vamos comer?
-Tudo isso é fome Sam?
-Sim, estou sem jantar.
-Motivo para isso?
-Prefiro não falar.
-Tudo bem. Sente se vou servir pra gente.
-Oba, ela está toda prendada.
-Só buscando o melhor para nós dois.
O sorriso dele parecia uma jóia que Gabriela compraria só para ficar olhando.

Após comerem ela vai para casa, Samuel a encara até ela sumir pela porta, ela podia sentir o desejo dele.

-Calma sam, logo isso acaba e a gente fica juntinho.
Disse baixinho para que ele não escutasse.

***

Entre ele e o caosOnde histórias criam vida. Descubra agora