Não tem como perdoar

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Gabriela não conseguia acreditar noque acabara de fazer, a repulsa fazia seu estômago revirar, tentou correr o mais rápido que podia para chegar em sua casa, as pessoas que andavam sobre a rua pareciam vultos, os poucos carros viravam nada quando Gabriela passava um por um.
As lágrimas não paravam de escorrer sobre sua pele que estava fria.
-Eu não acredito que fiz isso, que tipo de coisa eu sou? Não posso ter feito isso.
Limpava o seu rosto na tentativa das lágrimas cessarem, por sorte chegou inteira em casa deixando o carro na garagem, sobe para o seu quarto.
Teve a impressão de ouvir a voz de seu pai, mas achou estar impressionada demais com a situação que estava ouvindo coisas, sentou se sobre sua cama e tirou da bolsa o celular, deitou e colocou a cabeça no travesseiro, o cheiro de sexo ainda estava impregnado nela, as lembranças começaram a vir em sua cabeça, coisas ruins, coisas boas, Lucia, Samuel tudo misturado. A culpa o ódio, o amor por Samuel, o Sentimento por Marcos. Gabriela estava tão confusa, tão perdida. Se sentia fraca, queria que as coisas estivessem dando certo e não que a deixasse pior doque estava. A alguns dias ela planejava isso, a vingança. Queria que Marcos pagasse de uma forma ou de outra, queria que a sua vida voltasse a ser como era, não tinha como era impossível. Ela não era a mesma e estava longe de ser, seus amigos não eram os mesmo, o coração de Gabriela parecia que ia explodir, ela não podia suportar.
Levanta de sua cama sai pela porta da frente, olha ao redor, o frio da noite, o vento ameaçador tudo parecia se repetir.
A noite estava receptiva para andar, não era tão escuro e não era um dia tão frio, O céu estava limpo e não havia nuvens de chuva. Ela decide seguir os mesmos passos que seguiu no dia do estupro. Caminhou pelas mesmas calçadas, entrou nos mesmos lugares e cada passo que dava uma lembrança ruim vinha até a sua mente. Era oque ela queria, que sua cabeça se enchesse de coisas ruins, coisas que ele fez de ruim, não podia esquecer as maldades e a crueldade de Marcos, ela chegou se arrastando até a sua casa, algumas pessoas a viram e não fizeram nada para ajudar. Gabriela começa a chorar desesperadamente seus passos começam a ficar mais lentos, quanto mais ela entrava no meio do pântano mais sentia suas pernas pesarem, um soco no estômago de Gabriela quando encontra ainda ali depois de muito tempo uma mancha de sangue seca grudada em um tronco de árvore, foi bem ali exatamente ali.
Ela conseguia olhar envolta e escutava os gritos que tentou soltar, escutava o corpo de Marcos se jogar em cima dela, o barulho das roupas sendo rasgadas, ela podia se lembrar de tudo e ouvir tudo. Com a cabeça rodando, Gabriela se senta embaixo da árvore a mesma árvore com o sangue seco, engole todo o choro se repreendendo e com um grito guardado por muito tempo ela se inclina. Foi alto, foi um grito que ela queria ter dado no dia do crime, um grito que estava preso entalado a meses.

Se sentiu aliviada quando uma mulher apareceu por ali, dizia ter escutado o grito e foi perguntar se ela estava bem, hoje ela estava mas a alguns meses não.
Gabriela andava em direção a mulher com os olhos grudados nos dela.
-Eu estou bem, tá vendo aquela árvore? Aonde eu estava, foi ali que minha vida mudou eu agradeço que a senhora tenha vindo aqui hoje conferir, mas sinto muito informar que é tarde demais.
Gab passa sobre a mulher que fica parada olhando para a árvore, Voltando para sua casa um pouco aliviada, sabia que não tinha como mudar oque aconteceu e muito menos oque ela havia feito com Marcos, mas agora era tarde demais pra desistir, e mesmo que ela sentisse algo ardente dentro dela, depois de reviver tudo oque passou isso foi apagado e agora uma coisa era bem claro em sua mente. Acabar com ele, tirar tudo oque ele tinha e se isso fosse custar toda a sua paz ela o faria.
Estava disposta mais doque nunca, a pouca idade de Gabriela não era um problema depois de tudo oque ela ja havia passado, ela ia até o fim.

Chegou em sua casa tomou um banho para tirar todo resíduo de sexo que ainda estava sobre sua pele, colocou uma roupa confortável e deitou sobre sua cama, com o celular ainda sobre os travesseiros ela resolve dar uma olhada.
Tinha algumas mensagens de Lucia, e uma de Marcos.
-Sério?
Decidiu não abrir a mensagem mas oque viu por cima era ele agradecendo por ela ter o perdoado.
-Ai Marcos se você soubesse o mal que você me fez, jamais acharia que eu o perdoaria.
Por hora era ótimo que Marcos acreditasse em perdão, mas no fundo isso destruía ainda mais Gabriela.

Entre ele e o caosOnde histórias criam vida. Descubra agora