Mente vingativa

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-Lucia? Oque faz aqui uma hora dessas?
Diz Gabriela se sentando sobre a cama e esfregando os olhos com os pulsos.
-Vim ver como você estava, sério Gabriela você precisa parar com isso.
-Estou bem, não vê. Depois que te contei a história com Marcos acabei criando uma barreira, me perdoe.
-Foi isso mesmo ou o fato deu estar com Samuel?
Gabriela então tira o edredom de cima de seu colo e senta se virando para a amiga, que com os olhos fixos esperava uma resposta clara de Gabriela.
-Não é isso. Você e Samuel só foi inédito.
-Não quero falar sobre isso, vim até aqui tentar entender porquê você se aproximou de Alicia. Quando me ligou pra ir la socorrer Marcos, não pude acreditar na loucura que você está fazendo.
-Luci. Eu sei oque estou fazendo é sério, sem sermões.
-Gabriela Marcos pode ser perigoso. Sei que é difícil acreditar mas não conhecemos as pessoas.
-Sim. Não conhecemos, mas eu preciso muito disso por favor não tira isso de mim.
-Então conte. Qual seu plano?
-Por hora só preciso ficar mais perto de Alicia, assim consequentemente estarei próximo a ele, ainda não planejei com calma mas vi que está funcionando.
-O lance dele cair foi culpa sua?
-Praticamente sim. Provavelmente Alicia disse que saiu comigo e isso deixou ele transtornado, ele está com medo. É quase oque eu quero.
-Cuidado Gab, é arriscado mas fico feliz que confie em mim pra isto.
-E obrigada por ter atendido e ter ido lá socorrer os dois.
-Mesmo que nós tenhamos nos afastado eu amo você meu denguinho. Sempre vai ser meu cheiro.
-Eu te amo.
Lucia então levanta da cama e com as mãos puxa Gabriela para que fique em pé.
-Vai lavar esse rosto, colocar uma roupa e já que perdi a aula vamos sair para fazer umas compras.
-To sem grana e não quero pedir dinheiro pra chefona.
-Relaxa eu te empresto depois você retribui.
-Posso te pedir uma coisa antes?
-Fala.
-Convida Alicia?
-Ai já é demais não acha?
-Por favor, olha juro que não vou meter você em nenhuma confusão, só chama ela.
-Vai tomar um banho vou ligar pra ela, espero que ela atenda.
-Obrigada Luci, estou indo.
Gabriela com dois pulinhos de satisfação, da um beijo no rosto de Lucia e corre para o banho, no momento que entra embaixo do chuveiro lembra doque fez com Samuel, e uma onda de culpa percorre suas veías, queria achar uma maneira de recompensar, mas agora a vergonha de encontrar com Samuel era o dobro, depois de praticamente se masturbar na frente dele ainda retribui um beijo que não deveria ter acontecido, o problema maior era Lucia. Não podia mais pensar nisso estava feito, e agora não dava pra voltar atrás.
"Esquece isso Gabriela, seu plano com o Marcos está funcionando se Alicia for, vai ser perfeito."
Saiu do banheiro, foi ao quarto. Lucia estava sentada sobre a cama com o telefone, Gabriela escutava a voz do outro lado e confirmou que seria Alicia, pode ouvir o "sim vem me buscar" tão cedo e elas já estavam saindo para compras, Gabriela novamente da um beijo em Lucia e começa a se vestir.
-Pronto, corujinha sua isca vai com a gente.
-Eu sabia que ia conseguir, obrigada, obrigada e obrigada.
-Onde Marcos está agora? Ele vai deixar ela sair com você?
-Pelo que percebi ele está trabalhando agora, só falta eu descobrir onde.
-Ótimo. Carta fora do baralho hoje, mas ainda não me disse, porquê quer que ela vai?
-Simples, ela vai começar a confiar mais em mim. Assim poderemos sair mais vezes juntas, com o tempo você vai entender.
-Espero que você não se machuque Gab.
-Eu não vou Luci, só quero me divertir um pouco ameaçando ele, óbvio que ele vai achar a todo momento que eu vou contar pra Alicia que o irmãozinho querido dela é um estuprador.
-Mas, não é por este motivo que está se aproximando dela? Não é pra contar?
-Não seja boba Lucia você é mais esperta que isto. Quero só que ele enlouqueça
-Gabriela olha vou torcer muito pra você não se machucar de novo. Se ele fez isso com você pode ser capaz de outra coisa.
-Luci confia em mim por favor.
-Eu confio. Mas tenho medo, bom se arruma logo e vamos sair, não quero que sua mãe barre nossa saída.
-Ela nem para mais em casa, acho até que encontrou alguém, ontem chegou toda animadinha.
-Deve ser isso. Tomara assim seu pai pode finalmente apresentar a Yasmim.
-Ou trazer ela em casa, acho ela ótima apesar de ser meio formal demais, Luci pode fechar o zíper pra mim?
-Sim vem aqui rabuda. Como assim formal demais?
-Muito educada, parece que foi criada em 1910. Cheia de manias estranhas, e super submissa ao meu pai. Chega ser bizarro, não sei nem se ele vai aguentar tanta educação.
-Nossa, que estranho nem sabia que existiam mulheres submissas hoje em dia.
-Nem eu. Não daquela forma.
-Provavelmente Gab ele não vai aguentar muito.
-Sim, ou não. Ela é uma mulher bonita com um corpo bem gostoso homens...
As duas riram alto e desceram as escadas.
Gabriela ao fechar a porta olhou para casa de Samuel estava tudo fechado, provavelmente foi a escola ou saiu. Lucia não desgrudava dele temia que ele tivesse tentado se afastar dela. Seria ruim demais ver ela sofrendo, mas ao mesmo tempo seria bom assim ela podia ter ele por perto como antes, os pensamentos de Gabriela estavam ficando um pouco egoístas demais até pra ela que várias vezes tentava mudar oque desejava, se reprimindo.
-Vai ficar parada ai? Vamos logo, temos que passar ainda na casa da sua cobaia não se esqueça.
-Não chame ela assim.
Entrando no carro, ve algumas coisas no banco de trás e uma jaqueta familiar em cima do porta luvas. Era de Samuel óbvio, ele estava namorando com Lucia e certamente andava com ela de carro sempre que podia. novamente Gabriela sentiu um nó na garganta ao se lembrar disso.
-Chegamos em seu affair.
-Lucia ele não é meu affair, sabe oque ele fez.
-Que seja, vou ligar pra Alicia descer que estamos aqui.
Assim que Lucia pega o celular para ligar para Alicia Gabriela observa cada detalhe da casa, e fica buscando alguma coisa em alguma janela, procurando algum sinal de Marcos, nada.
Alicia veio cantarolando pela rua, parecia uma menina de 15 anos, e era a mais velha das meninas. Ja havia sido casada e mesmo assim parecia muito jovem em todos os aspectos.
-Oi gatinhas, para onde vamos?
Ela diz fechando a porta do carro e ajeitando o cinto de segurança.
-Vamos para o shopping, comprar algumas coisas e depois não sei. Sair pra beber?
-Eu topo.
Gabriela diz olhando para trás esperando uma aprovação de Alicia.
-Sim, eu não estou indo ao trabalho na verdade o trabalho está vindo até minha casa. Demorou donzelas o dia só está começando.
Lucia acelera o carro em direção ao centro da cidade, lá havia um shopping apenas provavelmente quase todas as pessoas, passavam por lá.
Conforme o carro ia seguindo Lucia e Alicia não paravam de conversar, Gabriela tentava entrar no clima das meninas mas estava focada demais em seus próprios pensamentos, tentando achar um jeito de que Marcos soubesse que Alicia estava com ela.
Sem nada em mente saberia que certamente ela contaria, quando chegasse em casa.
Deseja o contato com ele de novo mas agora ela estaria no controle de toda a situação e oque ela pudesse fazer pra deixa lo ferido e confuso ela o faria.
Nunca imaginou ser uma pessoa vingativa mas as circustância trouxeram isto e agora ela teria que saber usar tudo de novo que sua mente havia criado.

***

Entre ele e o caosOnde histórias criam vida. Descubra agora