Capítulo VI

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Hermione sente algo se arrastar no chão, e levanta do sofá ao lado da estante cheia de livros. Ao ver a carta, a morena se inclina e a pega, algumas lágrimas caem ao movimento, logo percebe a letra tão ilegível e linda de Malfoy, ela se recompõe e se senta na poltrona quase perto do pequeno bar.

- Como tem coragem... - sussurrou ela, dando uma risada irônica.

Hermione leu a carta, deixando mais lágrimas caírem ao ver que tudo que o loiro dizia era verdade. A coragem tomou todo seu corpo e ela saiu da sala destinada a ser diferente de Draco, dando uma resposta cara a cara. Mal passou pela secretária e abriu a porta, Draco estava de costas olhando a imensa vista da cidade quando ouviu o barulho de Hermione abrindo a porta, porém ao se virar ele viu a mesma no chão.

Droga, nunca sei abrir essa maldita porta — disse ela olhando para ele.

- Sente-se, por favor. - disse ele, com um tom que nem ela conseguia distinguir, mas que estava carregado de culpa e um pedido de perdão.

- Vim aqui para conversarmos. - disse ela, mostrando a carta, um olhar desafiador e a boca fechada realçava o batom vinho escuro.

Draco engoliu em seco, o olhar medroso tomou conta dele. Hermione se sentou de frente para ele, como se ali não houvesse nenhum vestígio de amizade e cruzou as pernas.

- Eu te amo, Draco Malfoy. E eu te dou meu perdão, mas precisa mudar. Não por mim, não por nós, mas por você mesmo e por essa agência.

Hermione odiava rodeios, então foi direta. Após ouvir a morena, os olhos de Malfoy brilharam e ele soltou um suspiro grande, como se tudo aquilo estivesse torturando-o, mas de certa forma, estava. Nenhum dos dois ali na sala entendia muito bem esse amor tão repentino, só de lembrar nos anos de Hogwarts arrepios rolavam por Hermione, era improvável acontecer, mas aconteceu. Hermione sorriu, os olhos marejados de lágrimas, mas ela não iria chorar novamente, ele teria que provar que ela podia ser frágil na frente dele, e talvez isso iria demorar um pouco, nada que ela não pudesse esperar.

- Eu... Não sei o que dizer, Hermione. Sinceramente, não esperava essa resposta, obrigado por acreditar em mim. - As palavras saiam da boca dele sem controle, mas havia uma certeza ali: tudo era verdade.

Hermione se levantou e Draco seguiu os passos dela, logo estavam sentados no sofá enorme que havia na sala dele, Hermione com a cabeça deitada em seu colo e ele a olhando. "Como pode ser tão incrível?" pensou ele, a morena deu uma risada e sussurrou quase inaudível um "Sei o que está pensando, Malfoy." Os dois sorriram e ela se levantou, dando-lhe um beijo na bochecha e indo para o escritório.
Os minutos que se seguiram foram um pouco torturantes e dolorosos, aproxidamente quinze minutos depois Draco recebeu uma ligação da secretária responsável pelo andar onde era a sala de Hermione, informando que a morena havia tido um desmaio. Draco saiu rapidamente de sua sala e se dirigiu a de Hermione, quase quebrou a porta ao abri-la com força.

Hermione.... — ele sussurrou, pegando-a nos braços e colocando no sofá, deu pequenas batidas na bochecha para ver se ela acordava, mas nada adiantou.

Vou levá-la ao hospital, por favor, cancele todas as reuniões e compromissos, irei cuidar dela. — disse ele nervoso e já trêmulo para a secretária.

Tudo bem, senhor Dylan — ela respondeu, e sem mais demoras ele saiu às pressas, colocando-a no banco traseiro da BMW e dirigindo o mais rápido possível até o hospital trouxa de Paris.

Me ajuda, por favor, ela desmaiou e eu fui avisado, trouxe-a para cá o mais rápido que eu pude — ele disse, um tom de medo e choro estava nítido em sua voz, Draco nunca se preocupou com ninguém a não ser com a própria mãe e ele mesmo.

Venha comigo — a enfermeira disse, e ele a acompanhou, Hermione ainda nos braços dele. Foram até a sala de emergência e Draco a deitou na cama.

Você é? — perguntou o médico que havia chegado, com uma prancheta na mão.

Sou Dylan, ela trabalha na agência e desmaiou na sala. Ela vai ficar bem? — o loiro perguntava, exasperado e trêmulo.

Vai, vamos examiná-la — o médico respondeu, tirando a blusa de Hermione. Draco reparou suas curvas que agora podiam ser vistas melhor sem a blusa, ela estava linda.

Depois de longos minutos com exames e remédios, Hermione acordou, estava zonza e viu Draco, sentado na cadeira com as mãos no rosto, parecia preocupado. Hermione tossiu e Draco a olhou, subitamente levantou da cadeira e foi diretamente para a mulher.

O que foi? Você está bem? — ele perguntou, novamente desesperado.

Só um pouco zonza, o que aconteceu? — ela perguntou, meio grogue.

Você desmaiou e eu a trouxe para cá, os resultados dos exames ainda não estão prontos — ele respondeu e a olhou, o cabelo que antes estava perfeitamente arrumado agora estava bagunçado e ela estava natural, porém Draco notou uma beleza maior nela.

Vou pegar algo pra você comer — ele disse, mas foi impedido por ela que pegava em seu braço, ela o olha com um olhar de súplica.

- Não, por favor... Vou ficar bem com você aqui.. - a voz fraca a fez fechar os olhos e dar um pequeno sorriso para Draco.

- Não vou te deixar, Hermione. Pedi pra que a minha secretária cancelasse tudo, vou ficar aqui com você. - Draco deu um pequeno beijo em sua testa e saiu, ali Hermione soube, que ele sempre estaria com ela, e não havia nada que poderia impedir isso.


Hey! Se essa fanfic for muito lida e curtida, irei fazer uma continuação. O que acharam? Draco vai mudar? 👀

𝐂𝐢𝐧𝐪𝐮𝐞𝐧𝐭𝐚 𝐭𝐨𝐧𝐬 𝐝𝐞 𝐥𝐨𝐢𝐫𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora