Capítulo 21
Any, que ainda estava afastada do grupo, conversava com sua mãe sobre diversas coisas – após a discussão das duas ter acabado.
— Eu preciso falar uma coisa. — diz corajosa, porém com medo da reação da mais velha.
— Diga... — a bruxa diz — Misericórdia, olha que vestido horroroso! — fala enquanto passa em frente a uma loja de roupas — O povo aqui tem mau gosto, cruzes!
— Mamãe!
— O que disse? — olha para a filha.
— Eu tenho algo para te falar.
— Isso eu ouvi, peste. Prossiga.
— Eu estou apaixonada. — diz rápido, mas Úrsula compreende.
— Uh! — arregala os olhos — Finalmente, né? Vamos fazer você fisgar quem quer que seja o felizardo. Escuta as dicas da mamãe.
Any tentou dizer que o tal "felizardo" era filho de Ariel, consequentemente, neto de seu pior inimigo. Mas foi interrompida pela mãe.
— Eu confesso que eu era uma peste, — Úrsula começa a dizer, Any já estava acostumada com os discursos malucos da mãe, então nem se surpreendeu com a aleatoriedade — não a toa me chamavam Bruxa má. Mas eu juro que eu mudei, na fé eu encontrei a força pra me reabilitar.
— Fé? Você? — Any ri — Ah, conta outra.
— Eu? Sim! — a bruxa responde — E, por sorte, entendo um pouco de magia, é um dom que eu dedico só pro bem. — diz e logo percebe a cara de deboche da filha — E não vale me gongar! Eu uso pra ajudar os coitados, infelizes, sem ninguém.
— Está insinuando que eu sou uma coitada?
— Pereça meus escravos da dor! Pra que sofrer? Uma quer perder o peso, o outro quer desencalhar, se eu ajudo? Pode crer!
Any estava morta de vontade de cortar aquilo logo e ir direto ao ponto, mas, sabendo os riscos de interromper sua mãe, preferiu ficar quieta.
— Meus escravos da dor, pra que chorar? Eles correm pro meu colo e gritam "ai, vem me ajudar!". Se eu ajudo? Só chamar! — de repente, olha para o horizonte se lembrando de algo — Mas já teve uma vez que o calote de um freguês me obrigou a torturar um traidor. — diz fazendo um gesto com as mãos — Mas não podem reclamar, é Deus no céu e eu no mar...
— Mas, mamãe, nós estamos na terra.
— Shiu, Any, não estraga meu momento! — diz olhando para a filha, mas logo volta a encarar o horizonte — Para os meus escravos da dor!
— Posso falar?
— Hm... — Úrsula diz olhando para as unhas — Tô precisando fazer as unhas...
— Eu já o conquistei.
— Ah, é? — a bruxa faz uma cara de desânimo — Que sem graça... — revira os olhos.
— É o Josh. — diz e segura a respiração, esperando a bronca da mãe.
— Que nomezinho feio. Quem é esse?
— Filho da Ariel e do Eric. — diz o mais rápido que consegue.
— Tá explicado o porquê do nome feio, Ariel sempre teve mau gosto.
— Você não vai brigar comigo? — a mais nova diz, impressionada.
— Não. — Úrsula dá de ombros — Não vou atrapalhar vocês, mas tem uma condição para vocês ficarem juntos.
— Tava fácil demais... — Any sussurra para si mesma.
— Você não vai poder abrir a boca para falar sobre qualquer coisa relacionada à nossa família ou à família dele, entendido? — diz, com medo de que sua filha deixasse escapar que Úrsula ainda estava tentando roubar o tridente.
— O quê? — se assusta — Você vai tirar a minha voz, assim como fez com Ariel?
— Claro que não, boba. Vai acontecer só que, caso você toque no assunto, vai ficar sem voz por uma semana. Simples.
— Mas e se eu deixar escapar? Como vou me comunicar?
— Body lenguage, baby! — Úrsula diz, remexendo seu próprio corpo — E outra, os homens não suportam tagarelas! Garota fofoqueira é uó! E não vai desencalhar ficando só de blá blá blá. Então já sabe, fecha o bico, que é melhor!
— Mas... — Any ia se opor, mas é interrompida.
— Amor, — Úrsula volta a falar — o peixe sempre morre pela boca.
— Eu não sou um peixe, sou um polvo. — Any sussurra para si mesma e Úrsula nem escuta.
— Que bofe que aguenta escutar? Mas vai dar seu coração se a moça em questão for bela, recatada e do lar! — cita contando nos dedos — Agora minha escrava da dor...
— Não acredito que minha mãe vai me tornar uma de suas escravas... — sussurra para si mesma novamente.
— Vamos lá, cá pra nós! Eu não faço hora extra e a fila tem que andar. — diz como se Any fosse mais uma de suas clientes — Dou meu preço, a sua voz!
— Era só o que me faltava. — bate em sua testa.
— Não seja escrava da dor, não tem por quê. Tudo em volta tem seu preço, todo sonho seu valor, o contrato tá na mão, é a sua chance pro amor. — olha para Any, que mal estava prestando atenção no que ela falava — Já mordeu a isca da mamãe. — sussurra para si — Se livre do horror! — grita, fazendo sua filha se assustar.
— Tá bom, mãe. Mas e se eu não aceitar?
— Seria uma pena, pois eu iria fazer da vida de vocês um inferno! Aí eu duvido que esse tal de Josué queira ficar contigo.
— É Josh!
— Josh, Josué, tudo a mesma coisa.
Any suspira, mas acaba cedendo.
— Ótimo, assine aqui. — Úrsula estende um papel e uma caneta para a menor.
— De onde você tirou isso? — a cacheada pergunta, vendo que sua mãe não tinha bolsa, bolso nem nada do tipo.
— Isso não importa, apenas assine.
— Está bem. — Any pega a caneta e assina o contrato.
A garota sabia que, talvez, essa seria a pior decisão da sua vida, mas também sabia que, caso não assinasse, sua mãe realmente faria da sua vida um inferno. Ou seja, de qualquer forma ela acabaria perdendo.
⭒♡⭒
Eu disse que voltaria mais cedo, mas não deu kk.
Esse é um dos meus capítulos preferidos... Eu sei que muita gente deve ter ficado "que?" com esse cap, mas eu amei kkkkk.
Eu juro que não sou doida assim, não inventei esse diálogo sozinha. Na realidade, o diálogo sim. Eu estava assistindo musicais no YouTube e caí no de A Pequena Sereia, e eu sou simplesmente apaixonada por essa música! Então eu peguei o número e transformei em um diálogo entre as duas.
Meio doido? Sim. Vocês vão gostar? Não faço ideia. Mas eu gostei, então dane-se haha.
Muito obrigada por aguentarem minhas piradas, surtos e sumiços, vocês são incríveis.
Mas, sem mais delongas, votem no próximo:
Opção 1
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Não se esqueçam de deixar a estrelinha <3
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Parte Do Seu Mundo
FanfictionCONCLUÍDA ⭒ No Mundo dos Contos de Fadas, coisas estranhas começaram a acontecer. Os personagens da Disney começaram a desaparecer. Agora, seus filhos estão em busca do que aconteceu com eles. Os mocinhos suspeitam que os culpados são os vilões, e...