Capítulo II"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens." – Fernando Pessoa
Larissia Vizzano
- Filha preciso da sua ajuda novamente.
- Pai, eu já disse para não me envolver nos seus negócios. Mãe, é impossível que a senhora concorde com isso.
- Filha, você é a única limpa de tudo isso, eu jamais deixaria seu pai manchar sua ficha. O que ele está pedindo é algo que qualquer cidadão de bem pode fazer.
-Vocês estão loucos? Só podem! (Passo minhas mãos pelos meus cabelos desesperada, eles estão mesmo querendo me usar.) Pai, você disse que nunca me meteria nos negócios da família, eu só precisaria me formar em direito para garantir legalmente sua defesa. Já não basta eu fazer um curso contra a minha vontade?
- Filha, eu não estou colocando você! Larissia, eu já lhe disse, isso é o legado da nossa família, mesmo que eu tente ao máximo lhe proteger, você tem obrigações como uma Vizzano.
- Não, eu NÃO TENHO! (Grito) Eu tenho 25 anos já sou uma adulta, não tenho o porquê de ficar me submetendo aos seus pedidos.
- Lari, não fale assim com o seu pai filha. (Minha mãe diz com pesar, seu maior medo é que rompamos nossos laços fraternais, eu nunca quis isso, mas quanto mais o tempo passa sinto que essa será a única opção de sair ilesa dessa situação.
- Larissia, eu amo você filha, Deus sabe o quanto eu preferia ter um filho homem para herdar tudo isso, do que submeter minha princesinha a essa situação. Mas não escolhi nada disso filha, não é uma escolha que posso fazer.
- Pai, basta você me deixar estudar fora do país, não sei. A mil formas de me livrar dessa confusão que vocês se meteram.
-LARISSIA! (Meu pai grita e me assusto) Você acha que consegue viver bem em outro país? (Ele rir) Você não tem noção do que significa o seu sobrenome? Conseguimos tirar meu nome e sobrenome dos seus registro, mas não tem como apagar sua existência Larissia! A primeira coisa que acontecerá quando você sair da nossa proteção é lhe prejudicarem para me afetar, você e sua mãe são meus pontos fracos. Você acha mesmo que meus inimigos deixariam minha filha em paz? (DROGA! Eu sei que ele está falando a verdade, sempre soube, mas não é justo comigo.)
- Eu não quero me envolver nos seus assuntos pai. (Digo com lágrimas nos olhos.) Eu também o amo, mais não posso compactuar com seus planos. Tinhamos um acordo, minha única missão era me formar e passar na prova da OAB e eu já consegui uma delas, só falta me formar. Não me obrigue a fazer isso.
- Larissia, eu realmente não queria, mas você é a única que pode fazer isso. Além de ser um local estratégico, já que você é aluna da UFMG o local é próximo, você pode estudar lá.
- PAI EU NÃO VOU!
- Ok então Larissia! (Ele se levanta brutalmente e bate na mesa.) Eu não queria fazer isso, mas você não me dar opção, se você não fizer eu simplesmente fecharei seu bistrô, e todas os seus empregados poderão dar tchau as suas famílias.
- O QUE VOCÊ DISSE? NÃO PODE ESTAR FALANDO SÉRIO? (Eu não consigo acreditar que ele vai jogar tão baixo assim.)
- Estou falando muito sério Larissia. Já não basta eu ter deixado você se formar em gastronomia primeiro, e abrir aquele lugar? Se você não nos ajudar eu serei obrigado a fechar.
- MÃE, POR FAVOR. (Suplico para minha mãe, mas ela apenas chora, eu sei que ela não consegue controlar as decisões do meu pai.) Ok! (Olho para ele em fúria) Eu não sei como você consegue jogar tão baixo com a sua filha.
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O delegado (degustação)
Literatura FemininaEra para ser apenas uma voz, mas tornou-se um desejo, uma promessa velada, uma passagem ao paraíso . O ilícito se tornou prazeroso, a justiça se entrelaçou com a ilegalidade, a pureza com a sedução, era o fim da moralidade e a extinção da violação...