Capítulo XIII

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"Aceitar provocações é para os fracos, forte é aquele que faz da provocação algo que provoca quem te provocou." - Danilo Morais

Alex Aguiar

- Filha da puta! (Esmurro a porta, meu dia estava ótimo, não vem estragar, sinto a irritação aparecer e vejo que chamei atenção de alguns policiais.) Voltem aos trabalhos. (Digo firme)

- O que foi cara? (Guilherme se aproxima com algumas pastas na mão.) Mais uma ligação? (Ele olha para o meu celular e eu apenas fico em silêncio, o que ela poderia me oferecer, o que eles querem de mim?)

- Vamos para a minha sala. (Sigo pensativo, meu dia estava começando a ficar bom depois de ter visto a ruivinha e agora essa cretina vem me tirar a paciência. Entro e Guilherme me segue fechando a porta em seguida.) Ela propôs uma negociação.

- Já era de se esperar... E você o que falou?

- O óbvio que não faço acordos, mas algo está me incomodando, li o material do seu professor e ele detalha sobre a lealdade da máfia, não há como saber de nada além do que eles permitem, então se eles estão me procurando estou sabendo de algo que não deveria, mas não consigo encontrar o que poderia ser.

- Então por que você não escuta o que eles tem a dize, assim teremos uma chance.

- Ou iremos cair em alguma armadilha. Essa Ellie Vizzano, ela começou me provocando, mas ela não fala coisas aleatórias sem sentidos, vai além de uma sedução, eu percebo que ela não quer me seduzir, é apenas um jogo mental. Sua postura ao telefone não é de uma vadia louca, sua voz é melodicamente pensada, suas falas carregam significados, eu tenho absoluta certeza que ela é extremamente meticulosa e tem algo perigoso em suas falas.

- Como assim?

- Ela usa a linguagem jurídica, no início eu pensei que ela apenas estava pesquisando termos aleatórios, mas nas últimas ligações percebi que a cretina realmente domina, o que significa que ela sabe onde entrar, sabe onde jogar.

- E o que você pretende? (Os olhos de Guilherme me observam atentos.)

- Não vou reportar essa ligação, descobrirei o que ela quer de mim, vou jogar o seu jogo. Se por acaso for uma armadilha, não vou comprometer a investigação.

- Ainda não entendi (Ele me olha confuso)

- Manterei a força tarefa exatamente como está, se for uma armadilha, apenas eu cairei. Se não for, descubro o que eles querem e vejo se há uma possibilidade de furar essa barreira que eles criaram.

- Mas, não é perigoso agir sozinho, você viu o que aconteceu no Galpão.

- Exatamente por este motivo, que deixarei a força tarefa como estar, se qualquer coisa acontecer, terão o comando de continuar, vou contatar a liga assim que eu descobrir onde mora o perigo. E se algo acontecer a equipe assume com a liga.

- Alex, você está cogitando se entregar a máfia? Eu não estou compreendendo o que está pretendendo.

- Precisamos de um infiltrado, se por acaso essas ligações forem uma armadilha, ou uma maneira de me intimidar... Eu posso ser essa pessoa, só seria mais um policial corrompido.

- Alex, é uma jogada perigosa.

- Sim, mas hoje eu decidi que quero dar um basta nessa história, você sabe a quanto tempo eu não tiro umas férias? (Dou um risada fraca me lembrando do sorriso da ruivinha, o pensamento de tê-la para mim tem se tornado cada vez mais presente, a cada sorriso e olhares, sinto que não posso perde-la de vista, porém não posso cometer o mesmo erro, preciso organizar o profissional e o pessoal, ou assim como Lua, posso vê-la como obstáculo para as minhas conquistas.) Sinto que preciso de um descanso e quero acabar com esse caso, para sentir que realmente posso tirar esse tempo. Esse é o momento certo para uma jogada perigosa!

O delegado (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora