Capítulo XVI

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"A ausência de alguém pode aprofundar o amor." - Nicholas Sparks

Larissia Vizzano

O táxi me leva para longe da casa do Alex e sinto lágrimas inundarem meu rosto, como isso pode ser possível? Minha mente parece que vai explodir! Por que tinha que ser você Alex, por que? Não consigo organizar nada em minha mente, ele é o El diabo, foi a ele quem meu pai ameaçou, foi com ele que negociei. Minha cabeça começa a doer, o carro para em frente à minha casa e sinto um calafrio percorrer minha coluna. Ponha a cabeça no lugar Lari, enxugo rapidamente minhas lágrimas, pago o táxi e vejo os seguranças se levantarem assim que me avistam, respiro fundo e vou em direção a porta acompanhada. Entro e vejo meu pai sentado com um dos seguranças bebendo uísque. A essa hora? Os olhos se voltam para mim e só então percebo que estou com a roupa de Malu ainda, droga! Vejo o segurança olhar para as minhas pernas, meu pai me repreende com o olhar e eu apenas o cumprimento com um bom dia. E sigo direto para o meu quarto. Não tenho tempo de abrir a porta e sou arrastada por minha mãe para o quarto de hospede.

- Mãe, calma! (Seus olhos estão vermelhos e vejo preocupação.)

- Filha, seu pai... ele... (sua voz não sai)

- Ele descobriu que não estava na casa de Malu? (A olho)

- Não, ele não descobriu isso. (Suas mãos estão tremulas) O conselho...

- Mãe, respira e me conta com calma o que está acontecendo.

- O conselho desconfiou que seu pai estava tramando algo para inocentar seu tio e descobriu sobre Cauã.

- Não se preocupe mãe, eu já dei um jeito em Cauã...

- Filha... (Minha mãe está assustada.) Seu pai mandou matar o Cauã e a família dele, antes que o conselho descobrisse. (Sinto uma queda de pressão.)

- Não pode ser, eu dei passagens...

- Eles foram mortos essa madrugada, quando iam para o aeroporto. (Sinto minhas pernas bambas e caio de joelhos.) FILHA...

-Mãe, o papai é realmente um monstro... (Sinto o gosto salgado das lágrimas inundarem meu rosto.)

- Filha, o Cauã já estava jurado de morte assim que o conselho descobriu, seu pai só adiantou para que eles não descobrissem.

- ISSO NÃO É JUSTIFICATIVA! (Grito) ELE É UM MONSTRO...

- Não filha... (vejo minha mãe chorar) Ele não tinha saída.

- Vocês só sabem dizer que não há saída, será que realmente não há, ou fingem não querer ver? (O ódio começa a crescer dentro de mim, Cauã não fez nada além do seu trabalho, ele tinha uma família linda, como meu pai pode viver assim, matando pessoas tão facilmente.)

-FILHA! (Minha mãe pega em meu rosto e me faz olhá-la, lágrimas inundam a nossa face e vejo o quão perdida ela está.) Seu pai só tem a nós duas, você acha que eu não quero dar um basta nisso LARISSIA! Eu sempre quis, mas essa é a nossa vida.

- NÃO! (Grito) ESSA NÃO É A MINHA VIDA! (Reúno todas as minhas forças e me levanto, limpando minhas lágrimas.) Eu tinha esperança que meu pai fosse apenas um peão do conselho, eu não queria vê-lo como um assassino, mas é isso que ele é. Eu não estou disposta a me tornar um monstro como ele. (Saio do quarto de hospede e vou direto para o meu quarto trancando a porta.

DROGA! Por que tudo tem que ser assim na minha vida, a raiva se mistura com o ódio e jogo tudo em cima da escrivaninha no chão. Eu não posso amar o único cara que me fez sentir desejada e uma verdadeira mulher. (Sorrio) Não posso proteger ao menos um funcionário. (Gargalho da minha desgraça) E não posso tirar minha família dessa lama. (Minha cabeça lateja e eu apenas dou risada enquanto as lágrimas inundam meu rosto.) ESSA MALDITA MÁFIA! Caio no chão sem forças para mais nada, abraço meus joelhos, tentando desesperadamente acalmar a dor em meu peito. Mas é em vão! É tão cômico, enquanto a filha perfeita estuda para ser a justiça, seu pai é a própria imoralidade. Apesar de meus lábios rirem descontroladamente, meus olhos se inundam em lágrimas. Hoje foi Cauã e sua família, amanhã quem será? Meus funcionários? Betto e Malu? Alex... (Minha barriga revira e eu corro para o banheiro, meu estomago parece refletir exatamente a vontade do meu corpo e ponho tudo para fora. Sinto minhas forças totalmente zerada e caio em frente ao vaso. Lastimável? Não! Eu mereço o pior, quantas vidas já se foram por causa da minha família... (Meu estomago revira mais uma vez e me vejo colocando tudo para fora.) Seria tão simples se a vida fosse assim, pudéssemos expulsar qualquer coisa que nos fizessem mal. Sinto meu rosto inchado pelo choro, minhas mãos tremem e sinto meu corpo tão fraco que deito ali mesmo, no chão do banheiro, sinto o chão gelado me abraçar e me permito ficar assim, apenas sentindo meu coração afundar. Quando descobri quem era meu pai, eu imaginava que pessoas morriam, mas isso nunca aconteceu tão perto, eu nunca senti. Meus olhos se fecham e assim adormeço, com meu corpo inteiro em dor.

O delegado (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora