Capítulo XII

2.5K 237 18
                                    




"O amor não começa na palavra, o amor começa no olhar, palavras são passageiras, olhares duram a vida inteira." - Padre Fábio de Melo

Larissia Vizzano

Sinto-me completamente anestesiada quando desligo a segunda ligação, meu coração está batendo acelerado, o que ele falou mexeu completamente comigo.

"Você acha que matar crianças e famílias, vender droga e aliciar menores é uma sociedade justa, livre e solidária?"

Ele está totalmente correto, e precisar dizer que alguém precisa morrer foi como se eu traísse a Larissia, a qual lutei para construir desde que descobri o que minha família significava. Desligo a ligação, acho que já foi o suficiente por hoje. Olho para Cauã, o hacker me observa atentamente, apesar da voz fria e paciente de outrora, meu coração está em chamas em pensar que estou atrapalhando alguém que pode proteger milhares de pessoas da minha família. Respiro fundo, [é apenas uma fase Lari, apenas uma fase.] Minha majestade me acalenta.

- Cauã, preciso de algo. (Ele continua me analisando) A próxima ligação precisa ser feita amanhã, não podemos deixar um dia de folga como antes, agora vamos ligar a cada 12 horas. Mas, preciso que você colete algo para mim, até o final dessa semana. (Entrego a lista com os nomes de todos do conselho da máfia, e políticos famosos que fazem parte do segundo comando.) Isso, quero uma pesquisa detalhada sobre cada um, relatório totalmente detalhado. E para isso você vai precisar hackear aquilo. (Aponto para o notebook do meu pai.) Esse é um pedido extremamente confidencial. (Pego novamente a lista e ponho na pasta com o material sobre o El diabo.) Guarde isso como se fosse sua vida, (Me aproximo do seu ouvido) pois se uma formiga insignificante souber, você não verá o amanhecer! (Dou um beijo em sua bochecha e finjo um sorriso, pisco e saio da sala. Vejo meus pais da sala e vou ao seu encontro.)

- Consegui chamar atenção dele, mas ele não é influenciável, e sabe que não estou brincando, então precisamos lançar a proposta até o final de semana, antes que ele se canse dos joguinhos.

- Você acha que ele vai aceitar? (Meu pai me questiona) Pela primeira ligação parece que você não está se empenhando direito, você sabe o risco que estamos correndo.

- Senhor Marcus Vizzano, (digo séria) se queria outra abordagem procurasse outra pessoa. Eu sei o que está em jogo, não precisa lembrar da droga que é fazer parte dessa máfia. Não é para conseguir o acordo, vou conseguir. (Não digo mais nada, apenas saio. Tem sido assim desde a primeira ligação, mesmo mantendo a compostura durante as ligações, eu não consigo agir de maneira passiva com eles. Vou para o meu quarto, eu preciso que meu plano dê certo, ainda tenho um longo caminho, como prova dos crimes, gravações e tudo. Fecho meus olhos e repouso minha cabeça na escrivaninha e deixo as lágrimas rolarem, será que conseguirei fazer tudo o que estou planejando, a máfia é muito perigosa. Meu celular toca e olho a tela é Alex. Limpo minhas lágrimas e respiro fundo, nossa última conversa foi ontem de manhã. Limpo a garganta e atendo.

- Alex! (Forço uma animação, mas ela não aparece.)

- Ruivinha, boa noite, como você está? (Você não tem noção do que estou sentindo, ou do que pretendo fazer.)

- Bem e você? Ainda no caso complicado. (ESPERA, essa voz é completamente idêntica ao do homem.) Sua voz... (Para de ser louca Lari, você acabou de desligar a ligação, deve estar atordoada, fica tranquila é apenas o Alex.)

- Está cansada?

- Oh... é.... isso! (Tento me corrigir) Sim estou bem.

- Onde você está? Que tal jantarmos? (Hoje eu seria a pior companhia que você teria... Talvez eu seja uma péssima companhia...)

O delegado (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora