Capítulo XX

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"Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?" - Fernando Pessoa

Alex Aguiar

Passo mais uma noite na delegacia, espero que a liga me ajude a conseguir tudo que precisamos, o olhar de Marcela me deixou pensativo, ela não gostou da minha atitude e sinto que não deixará assim. A manhã se inicia e espero o investigador chegar, para começarmos a estudar as provas que foram encontradas na cena do crime.

- E então o que você acha? (Questiono observando as provas em nossa frente.)

- Busquei pelas câmeras de segurança e encontrei isso. (Ele pluga o pen drive no computador e o horário marca quatro e meia da manhã. Cauã e sua família saindo de casa e pegando um táxi.) Eles pediram o táxi e nesse trecho, (ele muda a câmera, para o local do assassinato.) foi onde tudo aconteceu. (As imagens são pesadas e mostram nitidamente, o motorista vestido de preto com luvas e mais um carro preto para junto, a família é retirada a força do carro e colocada em fileira. O mesmo, motorista aponta a arma para Cauã e dispara, dar para ver que sua mãe cai de joelhos no chão e acaba sendo o alvo, em seguida seu pai e irmão. Eles chutam o corpo, jogam a rosa e saem em seguida.) 

- Dar para seguir o carro pelas câmeras de transito?

- Já olhei e não, os perdemos, quando entram em uma rua sem câmeras e sem movimento.

- Droga! Eles não informaram a ninguém sobre a viagem, os policiais já foram investigar e os vizinhos disseram que não entendem como isso aconteceu, eles eram boas pessoas. E o táxi, já verificou?

- Ele foi roubado, e já o encontramos, mas não há nada nele.

- Era de se esperar. (Eles não deixam pontas soltas.)

- Senhor, a única pista que temos nesse momento são o número encontrado no corpo, o papel com suas informações e as passagens aéreas.

- Não encontraram nada nas outras vítimas?

- Não, nada.

- Ok, (passo minhas mãos pela cabeça, esse caso está começando a me tirar a paciência.) preciso que você investigue se há alguma conta dele com essa senha, ou alguma casa, cofre. Esse número pode ser nossa varinha mágica para começar a descobrir as coisas.

- Sim senhor, irei investigar.

- Guilherme, consiga uma quebra de sigilo, para descobrimos quando as passagens foram compradas, como foram compradas, talvez possamos rastrear alguma coisa com isso.

- Sim! (Ele sai)

- Você tem a rota dos carros com você? (Questiono ao investigador)

- Sim! Só um instante, (Ele mexe no computador e imprime.) aqui está.

- Agente Silva, Patrícia, Marcelo e tenente Robson me acompanham. Vamos fazer as rotas e tentarmos encontrar alguma pista das câmeras de segurança.

Saímos e Silva leva a viatura, começo com o percurso da casa de Cauã e não há nada, vamos para o ponto onde os assassinos desapareceram. Há apenas uma lojinha de conveniência, descemos e entro no local, não há nenhuma câmera, apenas um senhor de meia idade atrás de um balcão. Me aproximo e o cumprimento.

- Bom dia senhor, tudo bem?

- Depende. (Ele me olha desconfiado) Aconteceu alguma coisa?

- Oh não! (O tranquilizo) Gostaríamos apenas de alguma informação, poderia nos ajudar.

O delegado (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora