Capítulo XVIII

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"E amanhã eu vou ter de novo um hoje. Há algo de dor e pungência em viver o hoje." -Clarice Lispector

Larissia Vizzano

Saio do escritório do meu pai e corro para meu quarto, fecho a porta e sento em frente a escrivaninha olho meu reflexo no espelho, quem é você Larissia? As lágrimas caem devagar e sinto o gosto amargo das minhas palavras. Será que fui dura com ele? Não Larissia, você não foi, apenas disse o que estava em seu coração. Eu preciso acabar com tudo isso o mais rápido possível, respira Lari, você já instalou o equipamento, basta seguir com o seu plano, posso até não me livrar nessa vida, mas livrarei esse fardo da nossa família, eu PROMETO.

O dia passa lentamente, mas a ideia de ficar em casa realmente foi a melhor opção que Malu poderia ter me indicado, consegui clarear completamente a minha cabeça, vou dar continuidade ao plano de expor a máfia, e farei o que for possível, a noite já chegou e com ela meu espirito renovado. Desço as escadas devagar e toda a casa está em silêncio. Parece que não há uma única pessoa, vou até a cozinha e Simone não está, também não há ninguém na sala, vejo a luz do escritório do meu pai ligada e respiro fundo. Vamos lá Larissia, bato na porta e escuto a voz fraca da minha mãe dizer para empurrar. Entro e vejo os dois sentados, meu pai está virado para a janela vendo o anoitecer e minha mãe apenas o olha. O clima está tenso e lembro das minhas palavras durante a manhã.

- Vocês já comeram? (Questiono baixo)

- Ainda não filha, você está com fome?

- Não... (o rosto da minha mãe demostra uma aflição, eles estavam discutindo? Não é como se eu pudesse fazer algo.) Eu quero conversar com você.

- Lari eu acho...

- O que mais você tem para falar Larissa? (A voz do meu pai irrompe a sala, sinto um calafrio me atingir com força.) Que sou um monstro? (Ele sorrir friamente, virando sua cadeira para nossa direção.) Já sabemos disso.

- Eu quero entrar para a Máfia.

- VOCÊ O QUÊ? (Minha mãe se levanta nervosa) Enlouqueceu Larissia?

- Não mãe! Apenas estou aceitando a minha realidade, pensei em tudo o que está acontecendo na minha vida, é cômico, (sorrio sozinha) mas eu nunca tive o controle dela, uma mulher de 25 anos ainda é controlada pelos pais, não pode fazer o que ela quer, já tem um destino pré-determinado, pensei em exatamente tudo, sei que se eu virar uma procuradora consigo me livrar não é isso? Então Ok, farei isso, mas enquanto isso eu quero fazer parte, e impedir que mais funcionários como Cauã seja assassinato. Se eu tiver que ir para o inferno, para proteger gente inocente eu vou.

- Você sabe o que isso significa? (Meu pai me olha desconfiado e rir) Larissia, eu sou um líder de uma grande máfia, você tem noção disso?

- Eu vou entrar para a máfia, vocês querendo ou não, eu decidi uma coisa, vou defender meus interesses, se para isso eu preciso entrar para a maldita máfia eu vou.

- LARISSIA EU NÃO VOU PERMITIR. (Minha mãe se levanta com raiva)

- Não tem o que vocês permitirem, esse não é o meu destino? Então eu vou assumir e defender o que eu quiser. Mãe, eu nunca vou poder namorar, noivar, casar com o homem que eu ame, (olho nos olhos dela) por que meu pai é o líder das Vizzanos, não posso colocar a cabeça no travesseiro tranquila pensando o que vou comer amanhã, pois os funcionários do meu pai estão lá fora assassinando vidas inocentes. Então só me resta entrar para esse inferno e tentar matar o diabo.

- O que você quer dizer com isso? (Minha mãe questiona, mas meu pai simplesmente observa calado.)

- Vou tentar salvar o máximo de pessoas possíveis.

O delegado (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora