Capítulo Onze

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Patrick Thompson:

Ainda matarei aqueles dois que pensam que podem chegar no meu local de trabalho e já irem me dando ordens. Ainda ousaram criticar cada receita que estava fazendo. Quem deu o maldito direito de fazer algo desse gênero?

— Estão muito enganados, aqueles dois merdas — falei em voz alta, isso fazendo a raiva me corroer por dentro. — Vão ver só, principalmente aquele Arthur, que era o que mais estava criticando tudo. Ele não reconhece um prato feito com amor e carinho!

— Ele ainda está reclamando dos caras que assinaram o contrato com o restaurante? — Ouvi a voz do Luiz vindo de trás de mim.

— Sim, ele falou alguma coisa agora. — Lúcia disse divertida. — Ficou um bom tempo resmungando, mas não disse nada com nada. Só xingamentos que nem sabia que existiam.

Me virei olhando para os dois que são meus amigos, mas parece que não estão do meu lado nesse momento. Que traição da parte deles. Luís, com seus cabelos azuis, ao lado de Lúcia, de cabelos ruivos, que conheço desde que entrei na faculdade de gastronomia, estavam arrumando os aventais e as toucas de cozinha um do outro.

— Vocês deveriam ficar do meu lado! — Falei irritado, os encarando. — Quem eles pensam que são para já chegar aqui falando mal da minha receita e que eu iria aceitar de cabeça baixa? Estão todos muito enganados. Só não disse nada na hora, pois tenho boletos para pagar e um filho para criar.

— Patrick, será que tem como se acalmar? — Lúcia disse se aproximando de mim. — Não é pra tanto, só deram uma crítica sobre a sua receita, não é como se tivessem te xingado da coisa mais absurda possível. Esquece esse assunto.

— Isso mesmo, está resmungando quase meia hora completamente sozinho, parece até um maluco — Luiz disse. — Nos primeiros minutos tinha graça, mas está demais.

— Não, é por isso. — Falei um pouco mais calmo. — Aqueles dois me deram um estresse só de falarem comigo e ainda quiseram me criticar como se mandassem em mim, principalmente aquele idiota do Arthur.

Luís se encostou no batente da porta da cozinha, revirando os olhos para mim junto de Lúcia, que cruzou os braços.

— Entendemos, você é dramático. — Luís disse. — Agora dá pra parar de reclamar e voltar ao seu trabalho. Eu e a Lúcia não conseguimos fazer tudo sozinhos.

— Está bem. — Falei suspirando. — Vou deixar minha raiva de lado por um momento para poder ajudar vocês com a comida.

— Você deve fazer isso, já que é um dos chefes do local como nós dois. — Lúcia falou apontando de si-mesma para Luiz. — Agora, vem logo ajudar.

Novamente, saí de perto do local onde guardo minhas coisas pessoais e passei junto aos amigos para a porta da cozinha. Colocamos as toucas de cabelo e fomos cozinhar as comidas que as pessoas pediram. Com tudo pronto, entregava a um garçom e fiquei assim por um tempo.

Acabei esquecendo de explicar como é o restaurante do Bill Johnson, que é bem famoso na vida e ainda mais por ser super espaçoso, de dois andares. O primeiro andar é para o restaurante normal, e o segundo é para eventos privados que acontecem para empresas da cidade ou uma festa particular.

Meu chefe é bem amado por todos, e as pessoas adoram convidá-lo para eventos, apresentando Bill para novos investidores do restaurante e criando vários contratos. Foi assim que ele assinou com a empresa de alimentos da Silvia Russell, que veio ver o restaurante hoje, trazendo seu filho Tyler Russell e o sócio dela, Arthur D'angelo, um sujeito com quem tive um problema quatro anos atrás em um clube.

Tyler já chegou no restaurante com cara de poucos amigos, junto com o idiota do Arthur.

Já misturou meu temperamento e os dois chegaram perto de mim falando que o local em que trabalho e amo é horrível. Para piorar, criticaram a comida que Bill disse para servir a eles. Acabei discutindo com ambos e sai do escritório do meu chefe ouvindo eles reclamarem da minha humilde para Bill.

Metade de você (Mpreg) | Livro 2 - Amores perdidos e encontradosOnde histórias criam vida. Descubra agora