Capítulo Vinte e Oito

1.2K 161 35
                                    

Patrick Thompson:

Alguns dias depois...

Posso dizer que as coisas estão indo bem para o meu melhor amigo Vinicius e ainda melhor para o Carlos. Quanto a mim, fiquei com a irritação no serviço e olhei para os dois idiotas à minha frente, que sorriam. Ainda não entendo o que eles fazem aqui e já reclamo da irritação que estão me causando nesses últimos dias.

— O que querem, seus insuportáveis? — perguntei.

Arthur e Tayler riram, o que me fez revirar os olhos. É sempre assim até o momento em que corto a palhaçada deles comigo.

— Viemos saber como você está — disse Tayler, sorrindo.

— E também comer algo — completou Arthur.

— Muito romântico da parte de vocês, mas não adianta virem me cobrar nada, porque não vou sair com os dois — falei, revirando os olhos. — Já falei que não vou sair com você, na semana passada.

Uma semana atrás, esses palermas chegaram falando que me chamariam para sair, só esperavam a minha resposta, e claro que só fui adiando. Tayler, sendo o bom amigo de Arthur, o ajudava a se aproximar de mim, e isso me dava raiva, como um homem do tamanho de Arthur não conseguia ser bom com as palavras.

Não vou me tornar fácil como nesses clichês românticos. Tayler se tornou um amigo para mim e só vem junto para que Arthur não cometa nenhuma burrada, e isso está na cara. Além disso, ele aproveita para zoar com a cara do Arthur.

Odeio não poder pegar algo e bater na cabeça do Arthur, mas só de ver Tayler provocando-o e deixando-o vermelho de vergonha, já limpa um pouco a minha alma.

— Só viemos comer — Tayler garantiu, trocando olhares com Arthur, mas depois soltou uma risadinha. — Não é para te cobrar nada.

— Acredito nisso — resmunguei, e Tayler sorriu, cutucando o outro que só me encarava, o que me fez fechar ainda mais a cara. — Façam logo o pedido.

Com isso, os dois idiotas fizeram o pedido: dois hambúrgueres vegetarianos, um milk-shake de chocolate e outro de baunilha.

Fui em direção à cozinha, odiando estar de garçom nesses últimos dias, já que um dos garçons quebrou o pé. Claro que estou com dó dele; soube que vai ficar pelo menos um mês de cama, mas pelo menos o namorado cuida dele.

Coloquei o pedido em cima da janela que liga o restaurante à cozinha, e Luís, com seus cabelos azuis, veio todo feliz pegar.

— Esses dois vêm muito aqui — Luís comentou. — Isso tudo por você, migo. O que fez para amarrar dois gostosos? Sendo que o Tayler está vindo só para ajudar o Arthur a conversar com você. Queria ter um amigo assim, mas o Tayler não é meu tipo para namorar.

Dei de ombros e Luís riu divertido, o que me fez revirar os olhos, pois ele é muito abusado.

*Pelo menos não é a Lúcia!*

Foi só pensar nisso que ela apareceu, já me encarando. Depois, olhou para trás de mim, soltando um risinho debochado.

— O Tayler te olha como se fosse um amigo, já o Arthur te olha com olhos de cama — Lúcia disse, me deixando confuso.

— Olhos de cama? — perguntei.

— É uma fala de uma personagem de mangá que leio — Lúcia explicou. — Olhares de cama querem dizer que a outra pessoa quer te ver na cama dela, e pelo jeito o Arthur quer isso.

Olhei em direção aos dois idiotas que conversavam entre si. Sentindo-se observados, viraram a cabeça em nossa direção, piscando os olhos.

— Babacas idiotas — resmunguei, e Luís e Lúcia riram. — Vocês dois não têm que fazer a comida deles e ainda ver como será o cardápio do evento da Sofia Rodriguez?

Metade de você (Mpreg) | Livro 2 - Amores perdidos e encontradosOnde histórias criam vida. Descubra agora