Bônus Um

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Arthur D'angelo:

Acho melhor me apresentar. Já sei que muitas pessoas me odeiam pelo que disse ao Patrick, mas permitam—me explicar por que proferi aquelas palavras.

Como já sabem, sou Arthur D'Angelo, o filho mais velho de uma família originalmente da Toscana, na Itália. Somos considerados um tanto mesquinhos, e houve um casamento arranjado com minha amiga de infância, Emma Colombo, uma pessoa maravilhosa e incrivelmente bonita.

Durante minha despedida de solteiro, decidi vir para Atlanta e curtir numa boate com meu irmão mais novo, que, mesmo sendo jovem, é bastante agitado. Ele está prestes a se casar com o filho mais novo de uma família amiga nossa, os Grecos. Esse casamento está programado para acontecer quando o rapaz completar dezenove anos, conforme confirmado pelo meu possível cunhado.

As pessoas apaixonadas são estranhas, e suas promessas podem ser ainda piores, ou nos fazem acreditar que são. Às vezes, sinto que sou daqueles que acabam agindo como idiotas, especialmente quando se trata dessas situações.

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Lembro-me de ter visto Patrick bebendo ali, no canto, afastado de todas as pessoas, e decidi me aproximar. No início, ele parecia desconfiado, mas aos poucos foi se soltando à medida que puxávamos assunto. Em pouco tempo, eu me vi compartilhando detalhes sobre o casamento arranjado e expressando meu desagrado em relação ao peso que minha família impõe sobre meus ombros.

Patrick também compartilhou sua história familiar, despertando minha indignação pelos pais dele e pelas circunstâncias. Em meio à conversa, sem que percebêssemos, acabamos nos envolvendo romanticamente no banheiro da boate. Após esse momento intenso, limpamos tudo rapidamente quando meu irmão surgiu, chamando—me para irmos embora. Antes de partir, por alguma razão, despedi—me de Patrick.

Parti, sentindo como se tivesse deixado uma parte de mim ali, mas continuei firme com os planos do casamento. No dia seguinte, retornei à Toscana, aproveitei para descansar durante a manhã e grande parte da tarde, afinal, o pôr-do-sol marcaria o início da celebração do meu casamento.

Devo dizer que o meu casamento não seguiu o roteiro que meus pais e os pais da minha amiga esperavam. Vou contar os detalhes, então, preste atenção.

Emma estava deslumbrante enquanto caminhava em direção ao altar, que foi erguido no terreno da casa da família Colombo, e, no momento seguinte, parou diante de mim.

As palavras habituais de um casamento começaram a ser proferidas, e eu mantive meu olhar em Emma, que parecia querer me enviar um sinal, pois seus olhos indicavam para o outro lado. Levei um tempo, mas eventualmente compreendi o que ela queria me dizer. Assim como eu, ela considerava essa ideia uma grande tolice, uma marca maior da idiotice.

Quando chegou o momento de questionarem se havia alguém contra aquele casamento, Emma e eu erguemos as mãos e saímos correndo para longe. Enquanto ouvíamos nossos pais gritando de raiva, senti uma sensação de felicidade. Mesmo que tenha contrariado as expectativas de todos, foi um ato libertador e, de alguma forma, me senti muito bem com essa decisão.

Após aquele evento, decidimos que era melhor nos desfazermos das vestimentas do "nosso casamento". Optamos também por deixar aquele lugar para trás, rumando para uma cidade qualquer nos Estados Unidos. Eu tinha planos de ir para Atlanta em breve, mas não sabia ao certo para onde Emma iria. No entanto, desejei a ela toda a felicidade do mundo.

Cortei todos os laços com a minha família, inclusive com meu irmão, que nunca me ajudou a me rebelar contra nossos pais e sempre foi a pessoa que fazia tudo para os pais mesmso que isso fizesse com que ele desistisse de si mesmo. espero que no fundo ele perceba isso e se afaste também.

Metade de você (Mpreg) | Livro 2 - Amores perdidos e encontradosOnde histórias criam vida. Descubra agora