Patrick Thompson:
Quando comecei a recuperar minha consciência, abri os olhos lentamente e fui ofuscado por uma luz branca intensa, o que me fez fechá-los com força. Esperei alguns instantes antes de tentar abri-los novamente. Desta vez, meus olhos começaram a se acostumar com a claridade e percebi que estava em um quarto de hospital. Lembranças de que desmaiei na lanchonete invadiram minha mente.
Afastei esses pensamentos no momento em que levei minhas mãos à barriga. Essa criança precisa estar aqui dentro, não posso ter perdido sem nem perceber.
Minhas mãos tremiam cada vez mais enquanto as colocava sobre a barriga, e pensamentos assombrosos dominavam cada parte da minha mente.
— Ele ainda está aí dentro — ouvi uma voz dizer, trazendo-me de volta à realidade.
Olhei para o lado e vi Carlos sentado em uma cadeira ao lado da cama. Ele sorriu para mim, fazendo com que meu coração se acalmasse um pouco.
— O bebê está bem — Carlos disse novamente, devagar, como se quisesse garantir que eu entendesse suas palavras com calma.
— O que aconteceu? — perguntei, chamando sua atenção. Ele me olhou e sorriu docemente, como um irmão mais velho olhando para o irmão mais novo.
— Você desmaiou na lanchonete. Foi um susto, mas trouxeram você rapidamente para o hospital. Os médicos disseram que foi uma queda de pressão, provavelmente causada pelo estresse e cansaço — Carlos explicou, ainda com aquele sorriso tranquilizador. — Além de ter uma leve tontura e um pouco de estresse que causaram seu desmaio, não precisa se preocupar — Carlos disse calmamente. — Mas está tudo certo agora. Imagine minha surpresa ao saber que Théo Thompson trouxe você ao hospital. Isso deve ter causado seu estresse.
— Ele que me salvou de bater contra o chão? — Perguntei, curioso e ainda com uma mistura de descrença.
— Pode parecer loucura, mas foi ele que te ajudou. Ele estava bem desesperado quando chegou à recepção do hospital — Carlos disse, e eu fiquei surpreso. Ele apenas sorriu para mim. — Um médico te atendeu e disse que não era nada grave, só desmaiou pelo estresse e pelo perfume do Théo, que é agridoce. Isso me fez lembrar que, na sua gravidez do Max, foi a mesma coisa; não podia sentir esse cheiro sem passar mal.
Assenti, lembrando como ficava enjoado ou até mesmo tendo pequenos colapsos de tontura ao sentir o cheiro de qualquer perfume agridoce.
— Contou para alguém? — Perguntei, e Carlos assentiu.
— Contei para o Arthur e o Tayler, já que eles estão no hospital vendo o bebê da Emma. Além do mais, eles estavam por perto quando eu estava falando com o médico que te atendeu — Carlos disse, e olhei curioso para ele. — Arthur estava aqui no seu quarto até agora. Tayler e eu fizemos com que ele saísse para dar a notícia sobre você para Emma, que estava preocupada. Aqueles dois deixaram escapar para ela. Antes que eu esqueça, já mandei uma mensagem para os Coopers avisando do ocorrido. Eles ficaram preocupados, mas tratei de acalmá-los.
Assenti e olhei para o teto.
— Minha família é muito dramática — falei, soltando uma risada, e Carlos me acompanhou.
— Tenho que concordar, mas mudando de assunto — Carlos disse. — Patrick, o que vai fazer em relação ao Théo Thompson? Ele ainda está esperando para falar com você e só vai embora quando você mandar.
— Não sei ao certo o que deveria fazer — falei, voltando a olhar na direção de Carlos. — Sinto como se, toda vez que o vejo, algo acontece no meu coração e me sinto devastado, com várias memórias vindo à tona, como se uma inundação me afogasse. — Suspirei. — Eu sei que agora ele quer meu perdão por alguma situação que aconteceu com ele, mas não posso fazer isso.
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Metade de você (Mpreg) | Livro 2 - Amores perdidos e encontrados
Storie d'amoreVinicius tinha apenas dezessete anos quando seus pais abandonou, os mesmos que se recusavam a ter um filho gay e no mesmo dia descobrir sua gravidez de um rapaz que só quis Brincar com seus sentimentos. Junto de seu melhor amigo Patrick que descobri...