Capítulo 31

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- MARIA ALICE DIETRICH, QUE MERDA É AQUELA NO SEU BANHEIRO?!

É sempre tão bom acordar com minha mãe gritando. Agora eu sei que estou encrencada, porque ela nunca fala palavras "feias", segundo ela mesma.

– Não sei mãe, eu estava com dor de cabeça e acabei apagando aqui no sofá.

– Boa, não me faça ser presa por abrigar menores bêbados na minha casa.

– Eu já vou resolver as coisas, calma.

Aspirinas são feitas pra você tomar a metade de uma e se sentir bem. Quando você toma três, é claro que vai desmaiar e acordar às 15 da tarde. Espera, TRÊS HORAS DA TARDE?! Eu tenho ensaio às dezesseis... Meu Deus, eu preciso tomar banho!

– Amiga...

– Oi, Mariel.

– É que seu banheiro tá um pouco sujo, tem problema?

– Claro que não, até porque você vai tomar banho nele AGORA e limpá-lo. Tenho ensaio daqui a uma hora, e você vai comigo.

– O Raphael vai estar lá?

– Vai, Mari... Agora voa, eu tô com muita pressa.

– Mas, espera, eu não sei voar.

Ela bebeu o quê para o efeito durar até agora?

– Ok, então corre pro banheiro!

E assim nós duas fizemos. Tomei um banho superrápido, me arrumei da mesma forma, fiz um café bem forte pra Mári se recuperar, e fomos pra casa da Júlia, como eu preferia dizer.

– Ai, Ma, graças a Deus você chegou. Eu estava me sentindo perdida na minha própria casa. Oi, Mariel, seja bem-vinda!

– Ela é sempre fofa assim?

– Sempre – respondi.

– Você podia ter faltado, né? – resmungou a Natália.

– Eu também não gosto muito de beijar seu namorado – tentei ser o mais sincera possível.

– Então, vamos passar logo a primeira parte? Eu tenho que sair – gritou o Pedro, de um jeito que abafou todos os comentários.

– Tá com pressa por quê? – instigou o Henrique.

– A Mariana está me esperando em casa, ela disse que estava indisposta.

Pelo menos semancol ela possuía.

– Ótimo, então vamos ensaiar logo porque eu acho que cada um tem mais o que fazer, certo? Eu trouxe a lista que os figurinistas me passaram... Ficou muito bom, obrigada! Queria dizer que em questão de maquiagem, tudo deve ser bem-comportado e no estilo antigamente, tá? – interrompi do jeito mais técnico que pude, pra que a coisa realmente andasse. Todos assentiram e demos início ao ensaio. Era tão estranho não falar com o Pedro, mas ele teria que pedir desculpas de joelhos se quisesse ouvir minha voz dirigida a ele outra vez. Beijei o Henrique. Dessa vez foi técnico. Depois de ontem, eu ainda estava sem humor pra pensar em alguma coisa. No fim do ensaio, a professora me ligou pra falar uma coisa extremamente inapropriada e desesperadora.

– Alô!

– Oi, querida, estejam aqui na escola às 19 horas, ok?

– Pra quê?

– Para a grande apresentação!

– Mas você disse que era amanhã, professora!

– Que pena! É daqui a pouco... Se apressem! 

Nem Todos Os Amores Se Chamam HenriqueWhere stories live. Discover now