Nós Duas (Romance Lésbico)

XXXIX

— O que iremos fazer, Audrey? — Questionou Cecília após atravessar a sala e se sentar ao lado de Audrey. A outra garota respirou fundo antes de responder Cecília.

— Iremos fazer a única coisa que restou para a gente fazer: se proteger.

— Você acha que ele seria mesmo capaz de fazer alguma coisa? — Perguntou Cecília esperançosa, mesmo sabendo a resposta.

— Cecí, é só a gente olhar em retrospecto todas as coisas que ele já fez para nós e outros estudantes. É lógico que ele seria capaz de fazer coisas ruins com a gente. Aliás, acho que mais comigo do que com você. — Cecília mudou rapidamente a expressão do seu rosto. A tristeza era nítida.

— Eu me preocupo muito com você. — Audrey segurou uma das mãos de Cecília e a beijou carinhosamente.

— Não precisa se preocupar. Eu vou falar com a minha mãe e meu avô. Irei solicitar um carro e seguranças particular. Podemos arrumar para a sua mãe e você também, se quiser.

— Acho que não precisamos. Os policiais ainda estão na nossa porta esperando que Adam apareça.

— Mas seria bom que você tivesse alguém que a acompanhasse. Os policiais são ótimos, mas deixam lacunas. Não estão o tempo todo ao seu lado e nem podem estar. — Cecília assentiu um pouco pensativa.

O celular de Audrey vibrou novamente e ela olhou a tela. Havia uma mensagem da sua mãe. Ela respirou fundo e fez uma careta.

— O que houve? — Perguntou Cecília.

— Acho que irei para Nova York hoje. Ao que parece, tenho uma coletiva de imprensa marcada para às 5 da tarde. — Audrey segurou a cabeça com as duas mãos enquanto olhava para o chão fixamente. — As acusações de Phellipe fez com que as ações da nossa empresa caíssem alguns pontos percentuais. Minha mãe teve a brilhante ideia de marcar a coletiva para poder esclarecer os fatos e reverter a situação. — Cecília segurou o rosto de Audrey carinhosamente com as duas mãos, fazendo-a olhar para si.

— Ei, vai ficar tudo bem, entendeu? — Disse olhando de forma profunda nos olhos de Audrey. — Vamos passar por isso e ficar libertas. Para podermos viver juntas e felizes. — Audrey assentiu sorrindo e recebeu um selinho demorado de Cecília.

— Vamos para casa? — Perguntou Audrey ainda com os olhos fixos no de Cecília que assentiu sorrindo em resposta.

...

— É aqui que você está escondido? — Perguntou Phellipe à Adam.

— Sim. Desde que os esquemas foram descobertos.

— Esse lugar fede. — Disse Phellipe com uma careta enquanto olhava ao redor.

Adam havia comprado um depósito na orla, próximo a praia. O intuito será usar o local para armazenar a papelada sobre os processos jurídicos de seus clientes.

— Cala boca, moleque. Precisamos ter foco para por o plano em prática. — Adam colocou uma mochila em cima de uma mesa de escritório que havia no lugar, abriu-a e retirou dois revolveres automáticos, depositando-os em cima da mesa em seguida. Phellipe sorriu ao ver as duas armas de fogo e logo avançou em direção a mesa para pegar uma delas. Adam o segurou pelo pulso. — Não é assim que funciona, Phellipe. Aposto que você não sabe nem usar uma coisa dessas. — Phellipe forçou o braço para soltar seu pulso das mãos de Adam que o segurava com força. — Primeiro o plano, depois irei te dar uma aula básica sobre como se usa essas coisas. Entendido?

— Entendido. — Respondeu Phellipe com desgosto. Estar sendo subordinado de Adam causava-lhe ódio.

...