VI

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— E aí? Conversou com o diretor? — Disse Blue sentando-se na frente de Audrey enquanto mastigava um sanduíche natural.

— Sim. — Respondeu Audrey automaticamente, sem tirar os olhos da página do livro que lia.

— E qual foi o assunto da conversa? — Questionou, mas não obteve resposta. — Alôoooo, Audrey? Está me ouvindo? — Falou um pouco mais alto e mais perto da outra garota.

— Desculpa. — Respondeu fechando o livro e depositando-o em cima da mesa. — É que esse livro, Homo Sapiens: uma breve história da humanidade, é simplesmente fantástico. Yuval Noah Harari é um baita escritor. — Audrey olhava para o livro. Chacoalhou a cabeça em uma tentativa de esquecer um pouco o livro e se concentrar na conversa com a amiga. — Mas então, o diretor me chamou na sala dele porque a madrasta do Phellipe veio até o colégio para reparar o que ele e os amigos deles fizeram comigo.

— Reparar? Como? — Questionou incrédula.

— Ela me deu isso. — Audrey tirou o papel do bolso e o entregou na mão da amiga que o analisou atentamente.

— O quê? Ela te deu tudo isso? — Blue estava visivelmente surpresa.

— Na verdade, não. Eu que reclamei do valor e ela deu mais.

— Audrey! — Disse rindo. — Você é maluca?

— Qual é? Isso não irá fazer nem cócegas no bolso deles. Além do mais, se vão me subornar para não denunciar o Phellipe e nem os amigos deles, que seja pelo menos um valor considerável.

— E o que você vai fazer com toda essa grana?

— Vou dar pra caridade. — Pegou um pedaço do sanduíche da amiga e mordeu. — Recentemente minha mãe estava fazendo uma arrecadação lá na empresa para uma família carente, estava pensando em mandar esse cheque anonimamente. — Acrescentou de boca cheia.

— Boa ideia... Ou você poderia chamar a Cecília para sair. — Audrey a olhou com uma expressão confusa em seu rosto. — Sabe, proporcionar à ela o jantar mais inesquecível da vida dela.

— Blue, sua mãe está colocando alguma medicação que causa loucura no seu café da manhã? Da onde você tirou uma coisa dessas?

— Na verdade, não. — Respondeu. — É que ela não tira os olhos de você. — Blue apontou com a cabeça e Audrey se virou para ver o que ela apontava. Shane e Cecília estavam no pátio entregando alguns panfletos. Ao ver que Audrey olhava em sua direção, Cecília acenou para a garota com um sorriso no rosto que Audrey não hesitou em retribuir. Em seguida, virou-se e encarou a amiga.

— Me fala se o sorriso dela não tem a energia suficiente para iluminar uma cidade inteira? — Audrey questionou a amiga ainda com o sorriso bobo no rosto.

— Audrey, isso foi lindo, mas lamento informar: Você está apaixonada pela Cecília.

— É, acho que sim.

...

— E aí? — Cumprimentou Cecília assim que ela saiu da sala de aula após o sinal do intervalo tocar. — Vou dar uma festa no sábado. Você está convidada. — Disse entregando um panfleto para Cecília.

— Não sei. Ando um tanto desanimada ultimamente, Shane.

— Tá aí, boba! Uma ótima oportunidade para se animar. — Ambos chegaram no pátio e Shane apressou-se para entregar o panfleto para umas pessoas e convidá-las para a festa.

— Não sei. — Ao passar o olhar pelo pátio, deu de cara com Audrey olhando para ela e como reação, sorriu e acenou para a garota. Shane olhou para a pessoa que ela havia acenado e então perguntou:

Nós Duas (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora