XII

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Quando Audrey conseguiu recuperar a consciência, olhou ao redor do quarto onde estava e notou estar em uma cama de hospital. Não havia nenhum aparelho conectado ao seu corpo e sentiu um alívio imenso por conta disso, parecia ser uma boa notícia. Mas quando resolveu levantar um pouco seu corpo, uma dor dilacerante surgiu do lado direito do seu corpo e inevitavelmente, gemeu de dor.

— Calma aí, bonita. — Disse Blue enquanto se levantava da poltrona onde estava sentada. Ela parou ao lado da cama e olhou nos olhos de Audrey. — Suas costelas. — Disse sem jeito enquanto apontava insistentemente para o lado direito do tronco de Audrey.

— O que tem?

Antes que Blue pudesse responder, o médico responsável por ela entrou no quarto com alguns papéis na mão.

— Olha só quem acordou. — Disse sorridente e estendendo a mão para Audrey, para cumprimentá-la. — Eu sou o Dr. Watson. Fiquei responsável por cuidar de você.

— Muito prazer.

— Bom, basicamente, você tem uma costela quebrada, várias escoriações pelo corpo todo e também levou três pontos acima da sobrancelha. As recomendações é repouso absoluto. — O médico começou a escrever algumas coisas na prancheta. — Irei receitar alguns analgésicos, pois irá sentir muita dor devido à costela quebrada e os hematomas. — O médico destacou a folha e entregou na mão de Audrey. — Volte aqui após dez dias para a retirada dos pontos. Tenha uma boa recuperação. — O médico olhou o relógio no pulso e olhou para as garotas novamente. — Preciso ir, ainda tenho dois narizes quebrados para cuidar. Você é uma lutadora e tanto, Audrey. — O médico piscou para ela e se retirou do quarto.

— O que ele quis dizer com isso? — Questionou confusa. Antes de obter uma resposta, a voz alta da sua mãe elevou-se no corretor, próximo a porta do quarto. Ela parecia bastante nervosa. — Pelo amor de deus, pare ela, Blue. Acho que ela se esqueceu de que está em um hospital.

— Só o que me faltava. — Disse a mãe da Audrey enquanto entrava no quarto da filha para ninguém em particular. Ao ver que sua filha já estava consciente, uma expressão de alivio surgiu em seu rosto e ela avançou, abraçou Audrey pelo pescoço e encheu seu rosto de beijos. — Garota, você não sabe o susto que me deu.

— Mãe, calma, dói tudo.

— Desculpa, meu amor. — Afastou-se de Audrey enxugando as lágrimas do rosto.

— Ei, mãe? Está tudo bem, ok? — Audrey segurou a mão da sua mãe como uma forma de passar segurança.

— Ok, filha.

— Vamos para casa?

— Sim, vamos.

...

Durante o jantar e apesar da dor, Audrey atacava a comida com voracidade. O silêncio tomava conta da mesa. Sua mãe a analisava o tempo inteiro e seu avô encarava sua mãe e depois ela e assim seguia, até o silêncio ser quebrado pela voz firme da sua mãe.

— Não vai falar?

— O quê? — Audrey sabia do que sua mãe estava falando, mas não estava afim de entrar no assunto, não agora.

— Não se faça de tonta, Audrey. — Respondeu impaciente. — Você quebrou o nariz de dois garotos no colégio hoje, um deles o filho do prefeito. Você praticamente deixou o menino sem os dentes da boca.

— Sem histeria, por favor.

— Sem histeria? Como assim? — A mãe da Audrey quase gritou essas últimas palavras. Ela estava incrédula. Levantou-se da mesa e começou a andar para lá e pra cá com as mãos na cabeça. — Você tem ideia do quando as suas ações podem nos custar?

Nós Duas (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora