XLV

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Audrey acordou com Adam despertando-a delicadamente para lhe dar outra dose do remédio para dor.

— Toma, você precisa tomar. — Ele estendeu as duas mãos em direção a Audrey. Um com um comprimido e na outra, uma garrafa d'água. Audrey lançou um olhar desconfiado em resposta. Adam suspirou fundo. — Se isso fosse para te matar, você já estaria morta. Você já tomou uns dois comprimidos desse. É analgésico para dor.

— A automedicação é perigosa.

— De qualquer forma, tá aqui na mesa, caso você mude de ideia. — Adam virou-se, para retirar-se de perto de onde Audrey estava, mas foi interrompido.

— Posso te fazer uma pergunta pessoal? — Essa pergunta fez o pai de Cecília ficar meio reticente. Ele respirou fundo e virou a cabeça na direção de Audrey. — Por quê?

— Porque preciso do dinheiro.

— Não isso, Adam. Estou me referindo a Naomi e Cecília.

— Não vou falar disso com você e também não quero vê-la me questionando sobre isso.

— Você tinha duas mulheres maravilhosas em sua vida. Naomi sempre foi uma mãe e esposa espetacular e Cecília, — sua voz vacilou ao citá-la — uma excelente garota.

— Você gosta dela, não é? — Audrey assentiu.

— Ela é minha amiga. Apesar de namorar o Phellipe, sempre me protegia dele quando necessário. — A garota havia ficado receosa de dizer para Adam que o que ela sentia por Cecília ia muito além da amizade. Como não o conhecia, ela temia as reações dele. O homem assentiu.

— Mas ainda não vou falar nada sobre elas com você. Não insista. Agora você precisa tomar o remédio. É um analgésico para dor. Vou pegar as coisas para limpar esse corte, precisamos mantê-lo limpo. — Disse se retirando de perto de Audrey.

...

— Depósito perto da praia? Como assim? — A mãe de Cecília se levantou do sofá e aproximou-se de Luke e de Avery. — Adam tem um depósito perto da praia. — A detetive olhou para Luke e depois lançou um olhar desconfiado para Naomi.

— Por que ele tem esse depósito?

— Foi alugado para guardar processos dos clientes dele. Estávamos ficando sem espaço em nossa casa. Seria usado para guardar arquivos sobre os meus clientes também. — Naomi sentia sua garganta apertando de tristeza. Ela olhou para Cecília que estava com uma expressão extremamente triste no rosto.

— Não vamos nos precipitar. Adam é suspeito sim, mas devemos nos manter calmos. A equipe policial já está a caminho. Em breve teremos respostas, certo? — A detetive Ryan fazia o que podia para mantê-los calmos.

...

— Prontinho. — Disse Adam após limpar o corte na testa de Audrey. Ele ensacou os insumos médicos que ele havia usado e deu um nó na sacola plástica.

— Posso fazer uma pergunta?

— Só se não for sobre Naomi e Cecília. — Disse o homem virando-se para Audrey.

— Por que está cuidando tanto de mim? Era só me jogar em um canto, contatar minha família, pegar a grana e sumir do mapa.

— Sei que fiz coisas ruins Audrey, das quais muitas me arrependo, mas não sou um monstro como pensa. Além do mais, sei que Cecília também gosta de ti e é por isso que cuido de você. Me arrependo por ter te deixado sozinha, facilitando as coisas para Phellipe. Eu não vou magoar Cecília de novo. — A garota olhava para o pai de Cecília e foi a primeira vez que viu sinceridade naqueles olhos.

Nós Duas (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora