XLIV

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Adam e Greg chegaram praticamente juntos no depósito. Ambos pularam de seus carros rapidamente e começaram a correr em direção ao local. Greg, que estava mais em forma do que Adam, tomou a liderança durante o trajeto. Eles estavam correndo muito rápido para chegar o quanto antes e impedir Phellipe de fazer o que ele planejava.

— Corre, Greg. Vai! — Incentivou Adam e o policial aumentou ainda mais a velocidade. Quando ele chegou no depósito, abriu a porta rapidamente e viu Phellipe batendo covardemente em Audrey que ainda permanecia com as mãos e pés amarrados na cadeira, aparentemente desacordada. Aquilo encheu-o de uma fúria incontrolável. Ele avançou em direção ao garoto, pegou-o pela blusa e começou a socá-lo com toda a força que podia.

— Idiota! — Esbravejou enquanto socava Phellipe. — Você não deveria ter encostado um dedo nela!

Adam chegou alguns minutos depois. Seu olhar encontrou Greg socando Phellipe no chão. Ele pensou em parar o amigo, mas quando estava preste a fazê-lo, seus olhos encontrou Audrey gemendo de dor. Seu coração apertou e pela primeira vez, desde então, pensou em sua filha, Cecília e em como ela nunca o perdoaria por ter permitido Phellipe agredir Audrey tão brutalmente.

Ele correu até Audrey, tirando um canivete que estava guardado em seu bolso. Enquanto Adam cortava as cordas, ele ouviu a garota gemer mais uma vez.

— Audrey, por favor. Fale comigo. — Os lábios de Audrey tremiam, mas nenhum som saía deles, exceto dor. — Ao terminar de soltar Audrey, Adam pegou-a no colo delicadamente e levou-a até uma cama que estava em um dos cantos do depósito. Ele sentou-se na beirada e tentou mais uma vez conferir se Audrey estava consciente. — Audrey, você precisa me responder.

— Estou com frio. — Foi só então que o pai de Cecília tomou consciência ao olhar os lábios, braços e pernas de Audrey tremendo, que ela estava sentindo muito frio.

— Você vai ficar bem.

Adam avançou em direção a Greg, tirando-o de cima de Phellipe. Greg tentou driblá-lo, mas foi inútil.

— Foco, Greg! — Disse segurando o queixo do amigo. — Você precisa ir numa farmácia, pegar remédios para Audrey e roupas limpas. — Greg permanecia seu olhar mortal em Phellipe que estava no chão, completamente desacordado. — Urgente. — Adam ordenou e isso fez Greg sair correndo do depósito.

Adam foi em um dos armários, pegou um garrafa d'água, abriu-a, enfiou um canudo de plástico e levou-o até a boca de Audrey. A garota estava morrendo de sede.

— Precisa me soltar.

— Não podemos.

— Você sabe que ela nunca irá perdoar você, certo? — Audrey ainda tremia. Adam levantou-se, pegou um cobertor no armário e cobriu-a.

— Sim, eu sei. Agora descanse. Quando Greg chegar, vou limpar você, trocar suas roupas e medicá-la. Depois decidirei junto ao Greg, o que faremos com você. Mas não se preocupe, você ficará bem. 

Já sem forças para manter-se acordada e sem mais se conter, Audrey fechou os olhos e permitiu-se cair no sono.

...

Adam permaneceu ao lado de Audrey, velando o sono da garota por um longo tempo até ser interrompido pela voz de Levi que tentava acordar Phellipe. Após pendurar o garoto ao redor de seu pescoço, Adam disse:

— Leve-o para casa. Vocês estão dispensados. Não precisamos mais de vocês. Aliás, vocês são dois inúteis.

— Não pode dispensar a gente assim.

Nós Duas (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora