XLVI

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— Por que não quer vê-la? — Ella estava completamente indignada com sua própria filha. Já Luke, estava visivelmente surpreso.

— Só não quero. Acho que não é momento. Por favor, respeitem e parem de insistir... Essa insistência é uma completa estupidez. Ok? — Disse desesperada e agressivamente.

— Quer conversar, filha? — Luke estava em seu tom de voz calmo. Isso fez Audrey se acalmar um pouco e sentiu uma vontade de chorar.

— Estou completamente confusa. Isso tudo não é culpa dela, não é?

— Eu sei passou por um momento extremamente difícil, mas acho que você deveria dar uma chance para Cecília... Você sabia que ela foi uma das primeiras pessoas a notar o seu sumiço e ir procurá-la? — Audrey balançou a cabeça negativamente. — Ela foi quem contou aos seus amigos que você havia desaparecido durante o primeiro período. Ela rodou cada canto de Whitemore, apenas para ver se encontrava o seu carro por aí, estacionado em algum lugar. Ela procurou por você e quando não a encontrou, foi avisar eu e a sua mãe. — Os olhos de Audrey encontraram os da sua mãe que apenas assentiu, validando as afirmações de seu avô. Em seguida, ela desviou o olhar para um canto aleatório do quarto.

— É agonizante. Não quero ver ela, na verdade, não quero ver ninguém. Gostaria de poder me isolar, me esconder e ser deixada em paz. Eu tenho tanto pra pensar e eu estou tão confusa. — Seu avô apertou sua mão de forma carinhosa, demonstrando respeito pelo que ela havia dito.

— Irei dispensá-los então. — Luke foi em direção a porta e saiu do quarto.

...

Cecília, Naomi, Blue e Matthew estavam esperando pacientemente na sala de espera. Eles já haviam recebido a notícia de que Audrey estava bem e consciente, só estavam aguardando a liberação do médico para visitação.

Cecília sentia seu coração batendo em sua garganta, tamanha era sua ansiedade. O oxigênio disponível para sua sobrevivência estava escasso e isso já fazia algum tempo, fazendo que a falta de ar acometessem seus pulmões. Impossível não olhar para o relógio constantemente, parecia que ela estava experimentando uma distorção do espaço-tempo, os ponteiros do relógio no topo da parede da sala aparentavam estar congelados. A hora simplesmente não passava. Era torturante demais. Suas pernas se mexiam sem parar quando estava sentada e quando se levantava em uma tentativa de se acalmar, logo se pegava andando de um lado para o outro pensando em Audrey.

— Você não quer se alimentar, Cecí? Vejo que está muito ansiosa. — Sua mãe estava super preocupada. — Já faz algumas horas que você não põe nada no estômago.

— Não consigo mãe, preciso vê-la e preciso logo. — Suplicou. — Isso está me matando. — Ela respirou fundo tentando conter a falta de ar incômoda.

— Já não há mais motivos para preocupação e você já sabe disso. Ela está bem, fora de perigo. — Argumentou.

— Eu sei disso mãe, mas só terei paz quando vê-la, quando senti-la em meus braços.

— Se continuar nesse ritmo, você sequer terá forças para abraçá-la. — Avisou Naomi. — Venha, vamos na lanchonete por algo nesse estômago. — Cecília assentiu tentando novamente reabastecer os pulmões de forma efetiva. Ela se deu por vencida, sua mãe estava correta. — Vocês vão querer alguma coisa? — Blue e Matthew negaram e agradeceram.

Quando mãe e filha estavam se retirando da sala de espera, Luke apareceu, interrompendo-as. Ele recebia a atenção de todos, mas transparecia estar tenso.

Nós Duas (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora