XLVII

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Dr. Watson entrou no quarto onde Audrey estava com uma prancheta na mão. Ele escreveu algumas coisas na folha branca e alternando seu olhar para todos no quarto, disse:

— Bom, só vim avisar que os exames de Audrey ficaram prontos e está tudo bem. Ela está liberada para voltar pra casa. Só recomendo o repouso e em caso de dor, que ela tome os analgésicos e antibióticos que estão no receituário.

— Obrigada Doutor. — Disse Audrey ao homem loiro que se despediu e saiu do quarto rapidamente.

Ella levantou-se e foi arrumar as coisas de sua filha.

— Não vejo a hora de ir para casa. — Audrey levantou-se com dificuldade, ainda sentia o corpo doer. Sua mãe quase teve um derrame quando a viu gemer de dor com uma careta no rosto.

— Filha, cuidado. — Ella aproximou-se para checar se estava tudo bem.

— Eu estou bem, mãe. Não se preocupe. — Ela pegou uma troca de roupa e foi em direção ao banheiro para se trocar.

— Tem certeza que não precisa de ajuda? — Disse sua mãe alto o suficiente para que ela escutasse. — Eu posso ajudar ou sei lá, chamar uma enfermeira.

— Não, mãe. Valeu! — Respondeu alto. Luke entrou no quarto apressadamente com o celular na mão.

— Já falei com a Security. Disponibilizaram uma equipe para cuidar da nossa segurança até que todas as coisas sejam solucionadas. Iremos sair pelos fundos para evitar a imprensa. — Ella assentiu e ambos esperaram até que Audrey saísse do banheiro para irem pra casa.

...

Quando o carro foi estacionado dentro da propriedade, Audrey surpreendeu-se com a quantidade de seguranças que haviam ali. Haviam homens trajados de ternos escuros e pontos no ouvido por todos os lados. Ela desceu do carro ainda olhando ao redor. Só na frente da casa, ela havia contado uns cinco seguranças.

— Precisa de tanto? — Ela perguntou para seu avô, mas sua mãe respondeu no lugar dele.

— Precisa sim, pelo menos até sair o resultado do julgamento.

— Você sabe que Phellipe não seria capaz de fazer algo bem no meio de uma investigação na qual ele é um dos acusados.

— Eu não apostaria nisso. — Respondeu Avery Ryan interrompendo repentinamente a conversa familiar. — Ele é extremamente violento, totalmente emocional e compulsivo. Segurança nunca é demais.

— E Cecília? — A pergunta da garota surpreendeu sua mãe e seu avô. Apesar do questionamento, ela não parecia transparecer qualquer emoção. Audrey parecia completamente neutra.

— Uma equipe está na casa dela também. Seu avô me disse o quanto você teme que ele faça algo contra ela também.

— Obrigada detetive. — Agradeceu e caminhou até a porta da frente da casa.

— Preciso descansar. — Disse Luke visivelmente exausto. Ele se despediu da detetive e partiu logo atrás de sua neta.

— Ela está bem, Ella?

— Dos ferimentos sim e graças a Deus não aconteceu algo mais grave, só é uma pena que eu não tenha a mesma certeza sobre seu estado emocional.

— Sei que é cedo para dizer, minha amiga, mas se necessário, não hesite em procurar ajuda psicológica. Infelizmente é muito comum pessoas vitimadas por violências e alguns tipos de crimes ter que procurar ajuda psicológica para conseguir seguir em frente com qualidade de vida... Elas são profundamente afetadas pelo ocorrido... Mas vamos aguardar, com sorte, ela nem precisará disso. Audrey sempre foi uma garota muito forte, como Andrey era.

Nós Duas (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora