11 • "é só um desafio idiota".

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— O que você acha, Alisha? Eu estou bonita?

Desviei minha atenção do macarrão que cozinhava para encarar Susie ao meu lado. Ela usava sapatilhas pretas, um casaco leve da mesma cor e um vestido rodado amarelo. Aquela cor combinava bastante com seu tom de pele bronzeado e o cabelo castanho escuro, que estava completamente solto.

— Você está linda — elogiei com sinceridade, pegando uma faca para cortar a embalagem de azeitonas em minhas mãos.

— Ah... Eu esqueci de avisar — ela chamou minha atenção, torcendo o nariz. — Não gosto mais de azeitonas. Sem azeitonas, ok?

Susie sempre gostou de azeitonas, mas discutir com ela sobre algo que a envolvia era uma perda de tempo.

Dei de ombros, e a garota assentiu antes de se afastar.

Tudo parecia milimetricamente calculado. Terminei o macarrão ao meio-dia, coloquei a mesa até meio-dia e oito — sem a ajuda da estrela da tarde — e a campainha tocou meio-dia e onze.

Susie jogou o controle da TV no sofá e se levantou em um pulo para atender a porta. Os dois entraram na cozinha enquanto eu colocava a travessa de macarrão na mesa, e foi impossível ignorar a forma com que os olhos de Benjamin me mediram.

Eu estava usando um pijama rosa de seda que era justo e curto demais para receber visitas, e certamente sabia a impressão que causaria com ele.

Para a minha satisfação, foi exatamente o que eu imaginava.

— Ah! Meu celular. — Susie bufou com impaciência, olhando em volta. — Você viu ele por aí, Alisha?

— Acho que não...

— Deve estar lá em cima — supôs. — Eu já volto.

Observei a figura da garota até que ela sumisse de minha vista para subir as escadas. Quando desviei os olhos para Benjamin mais uma vez, ele estava se aproximando com os braços cruzados e o olhar focado em mim.

— Oi — falou, apenas.

Eu sorri abertamente.

— Oi. Ansioso pro almoço?

Ele imitou meu sorriso, parando bem em minha frente.

— Nada contra sua prima, mas eu acho que estaria muito mais ansioso se você almoçasse também.

— Eu vou almoçar. — Ergui meu dedo para apontar algo bem atrás dele. — Bem ali.

Benjamin virou o rosto até ser capaz de ver a bancada. Quando voltou a me encarar, seu sorriso estava ainda maior.

— Você está me deixando confuso, Ali — insinuou, medindo meu corpo mais uma vez em provocação. — Se sentar o mais longe possível de mim, mas usar uma roupa tão... Ahn, como eu posso dizer isso... — Ele fingiu pensar por um segundo. — Agradável?

A Teoria das Cores [#2]Onde histórias criam vida. Descubra agora