3 • o sinal da palheta verde-musgo.

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Eu não tinha ideia de como havia passado tanto tempo longe de Alisha sem enlouquecer.

Por um momento, não consegui acreditar que ela estava mesmo ali. Enquanto nos beijávamos, minha mão passou a segurar seu rosto com mais firmeza, confirmando que aquela não era uma ilusão maldosa e muito bem arquitetada por minha mente.

Nada havia sido como o planejado. Graças à rotina na nova universidade somada ao trabalho e à terapia, não pude ir até San Diego nas férias de verão ou em algum fim de semana. E eu nunca a pediria para tentar me visitar — muito menos em um lugar cheio de lembranças infelizes.

Mesmo estando ciente de sua força e coragem, eu ainda conseguia ser surpreendido por ela.

Quando ambos já estávamos sem ar, nossas bocas se afastaram e meus olhos se abriram automaticamente, vendo-a fazer o mesmo em seguida. Suas bochechas estavam coradas e a boca entreaberta enquanto tentava recobrar a respiração.

A droga da garota mais linda que eu já havia visto na vida. Aquela era a definição perfeita.

— Não pode ser sério — neguei em um sussurro, segurando seu rosto entre minhas mãos. — Você está mesmo aqui.

— Estou aqui. — Sus lábios se ergueram em um sorriso ao confirmar. — Eu senti sua falta, Ben.

Ela não sabia como era bom ouvir aquilo.

"Senti". Foi o que ela disse. No passado.

Eu tinha muito a dizer, mas estava certo de que não haveria tempo suficiente. Roxie não adivinharia que eu havia levado Alisha à sala do estoque e logo procuraria por mim, já que éramos os únicos na loja. Eu não poderia deixá-la sozinha.

— Você não tem ideia de como pensei em largar tudo pra ver você — contei, erguendo as sobrancelhas para dar ênfase naquele fato. — Tenho muita coisa pra te dizer. E perguntar. Mas eu...

— Você precisa trabalhar. Eu sei — ela completou. — Só vim dizer um oi, e contar que vou passar o fim do ano por aqui.

Minha boca se abriu em puro choque.

Todo o fim do ano?

— Sim. Estou na casa da minha tia.

Ela havia decidido passar todo o fim do ano em San Francisco, mesmo depois do que viveu ali. Depois de mais de dois anos sem fazê-lo. Era um baita progresso.

Aos poucos, um sorriso largo tomou conta de meu rosto, e uma de minhas mãos a segurou pela nuca antes que eu depositasse um beijo demorado em sua testa. Quando me afastei e voltei a encará-la, seus olhos escuros me mostraram que ela havia entendido. Sabia que eu estava orgulhoso.

A Teoria das Cores [#2]Onde histórias criam vida. Descubra agora