9 • isso é um desafio.

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Quando Susie passou pela porta, eu senti meu sangue gelar.

A garota estava muito ocupada esfregando um pedaço de algodão na unha do dedo mindinho para se preocupar em olhar em volta enquanto invadia o quarto, mas aquilo não me confortou. Ela logo perceberia que eu não estava sozinha.

— A mamãe está te chamando para o café — contou, caminhando em direção à pequena cômoda na parede oposta. — Mas, olha... não sobrou queijo. Leah comeu a última fatia.

A garota abriu uma das gavetas e começou a procurar algo lá dentro. Aproveitei para encarar Benjamin, que observava a cena em choque, antes de cutucá-lo e apontar para debaixo da cama. Ele não teve dificuldades pra entender, começando a se afastar sobre o colchão com cuidado.

— Você trouxe alguma lixa de unha? — Susie perguntou, me fazendo pular no lugar. — Eu perdi a minha, e a Lauren é uma baita egoísta que não me empresta uma de jeito nenhum. Deve ser porque eu quebrei várias das que ela tinha, mas foi há muitos anos. Eu já sou bem grandinha agora.

— Ahn... Eu... Eu trouxe, sim — avisei, vendo Benjamin se levantar. — Olha na segunda gaveta, dentro de uma caixa branca.

Susie fez o que indiquei, e Benjamin estava prestes a se agaixar para entrar debaixo da cama enquanto meu coração ameaçava pular por minha garganta.

— Não tem nenhuma caixa bran... — Ela se virou do nada, e sua boca se abriu em total choque com o que viu. — Ai. Meu. Deus.

Droga.

Droga, droga, droga...

— Susie... — Eu me levantei com hesitação. — Eu não acredito que estou te pedindo isso, mas por favor, não conta para os seus pais. Não é o que você provavelmente está pensando.

Ela continuava secando Benjamin em total descrença, parecendo completamente alheia ao que eu havia dito.

De maneira inconsciente, meus olhos alcançaram o garoto atrás de mim mais uma vez. Ele deixou os cantos de sua boca se erguerem em um sorriso simpático ao cumprimentar:

— Oi, Susie. É bom te ver.

— Oi. — Ela voltou a me encarar. — O que ele faz aqui?

— Nada demais — garanti, torcendo para ter soado natural. — Ele veio às seis quando todos ainda estavam dormindo pra me... me trazer algo que eu esqueci com ele. É. É isso.

A Teoria das Cores [#2]Onde histórias criam vida. Descubra agora