A foto da capa é uma fanart que eu resolvi fazer da Jin. Ta uma merda, eu sei.
Eu estava estática.
Meu corpo estava desequilibrado.
Eu queria mexer ambas as mãos mas apenas uma seguia os meus comandos. A única que me restou.
Levi havia pedido para que eu viesse ao porão para ele cauterizar o ferimento com ferro quente.
O cujo estava segurando uma faca sobre uma vela há uns minutos. Suas costas pareciam tensas. A nuca e os antebraços estavam cheios de arranhões.
- Jin, isso vai doer.
- Tudo bem. Apenas... fecha isso logo.
Eu não queria olhar nos seus olhos. Desde que chegamos eu o estava evitando. Virei o rosto para a direção oposta e esperei a dor pacientemente.
A mão esquerda de Levi pousou em minha coxa e acariciou o local. Segundos depois a faca que estava incandescente estava posicionada no meu braço, cauterizando o ferimento.
Grunhi de dor até que não senti mais a pressão. O local ainda doía bastante, porém menos do que quando estava com a faca.
- Jin..? Como está se sentindo?
- Quebrada. Inútil...
- Você não está quebrada e muito menos se tornou inútil. Não diga isso de você mesma.
Eu não aguentava isso. Não aguentava a pena que todos sentiam por mim.
- Mas que merda, Levi! Olha pra mim!
- Estou olhando. Você continua sendo a mulher mais linda, forte e talentosa que eu já vi na vida.
- Me poupe, Levi. Se tivéssemos um filho eu nem poderia segura-lo! Eu não serei a mesma soldado de antes, jamais serei uma mãe competente e jamais... Eu... Eu sou... Não sou nada agora.
Meus olhos ardiam devido ao grande número de lágrimas que escorriam pelo meu rosto e molhava a minha calça.
A mão de Levi pousou no meu queixo.
- "Se tivesse um filho comigo", Jin? Você deveria morar nesse calabouço, sabia?
Ouvir isso só me fez chorar ainda mais.
- Primeiro você rouba o meu coração, depois as minhas blusas. Agora quer roubar o meu sobrenome? Roubar é crime, Jin.
Sorri minimamente. Levi sabia me alegrar. E eu sabia que ele estava falando isso a apenas para me alegrar.
- Não diga merda, Levi.
- Estou dizendo a verdade. Não ouviu quando eu disse que amarei você infinitamente? Jin, não há nada nesse mundo que eu lhe negue, que eu não faça por você.
- Você só tá falando isso pra me deixar melhor.
- Não, eu não estou. Nunca, desde o momento que eu vi você pela primeira vez, eu menti para você. E jamais mentirei. Agora, que tal um banho?
- Estou assim tão suja?
- Nós dois estamos, querida. Venha, vamos tomar um banho.
Ele colocou o braço na minha cintura e me puxou com cuidado da mesa.
Seguimos até o seu quarto. Ele encheu o ofurô e veio até mim.
Suas mãos pousaram no colarinho da minha blusa.
- Posso?
Concordei com um leve movimento de cabeça e ele desabotoou a roupa. Parando no meio do processo para desafivelar o cinto que usávamos por todo o corpo para segurar o DMT.
Suas mãos pararam no botão da minha calça e ele me olhou pedindo uma permissão. Assenti e ele retirou a peça de roupa, parando para desafivelar os cintos que rodeava a coxa e para tirar as botas.
Ele segurou minha mão direita e me levou ao banheiro. Seus olhos ficaram lendo os meus e suas mãos foram ao meu sutiã, o tirando. Logo após pousaram na lateral da minha calcinha. Ele foi puxando para baixo, dessa vez ele estava na minha frente, porém em momento algum seus olhos deixaram os meus.
Quando finalmente despida, entrei na banheira. O meu corpo estava terrível. Sujo, arranhado, a perna ainda estava roxa e me faltava um braço.
- Pode ir um pouco pra frente para eu entrar?
Sua voz era tão doce... Ele estava parado atrás de mim, sem nem virar para olhá-lo, concordei e senti o seu tronco colando as minhas costas. Suas pernas estavam aí meu redor, seus braços me abraçavam de leve e seu rosto estava sob meu ombro.
- Você... Está se culpando por isso ter acontecido comigo?
- Não.
Então era a outra opção...
- Você está arrependido de ter dito que amava uma mulher que agora só tem um braço?
- Não.
O quê?
- O quê? Você...
- Jin, você pensou que eu pararia de te amar porque você perdeu um braço?
- Sim...
- Naquela hora, na Muralha, eu evitei olhar para você pois eu imaginei como seria se a lâmina tivesse pego em algum órgão vital, ou no seu pescoço. Imaginei como seria se Nuno não tivesse te achado a tempo e você tivesse morrido por falta de sangue. Eu sei que é algo ruim de imaginar, mas... A ideia, somente a ideia, de não poder mais olhar para você, para o seu peito subindo e descendo, para o seu sorriso tão lindo e vivido, eu me sinto morto. Seco, oco. Me sinto sem vida. Você é a pessoa mais importante da minha vida, Jin. Você se tornou a minha própria vida.
Sua voz rouca no meu ouvido esquerdo me faz arrepiar. Então ele me amava de verdade.
E eu nunca disse que amava ele...
- Agora... Eu me pergunto como você usará aliança. Terá que ser na sua mão direita.
- Aliança?
- De casamento.
- Que casamento?
- O nosso.
Ele... ele queria casar comigo?
Mas... se íamos casar, significa que ambos nos amamos. Então ele sabe que eu amo ele.
- O que te faz pensar que eu vou aceitar casar contigo?
- Você não vai me aceitar como seu marido, Jin?
Ri baixinho e me deitei em seu peito, ainda com o busto para cima. Ele beijou a lateral da minha cabeça e me abraçou mais forte.
- Levi..?
- Hm?
- Eu nunca te disse mas...
- Mas..?
- Eu te amo.
Arrisquei olhar para ele e me surpreendi com a visão.
Ele sorria.
Não um sorriso pequeno ou de lado.
Ele sorria abertamente para mim.
- Você...
Levi começou mas logo parou. Respirou fundo e continuou.
- Aceita ser a senhora Ackerman e viver ao meu lado? Me aceita como seu marido?
- Aceito você como esposo. Mas se eu roubar o seu sobrenome, serei presa e não quer a sua futura esposa presa, não é?
- Nunca disse quem iria te prender, Jin Ackerman.
———————————
Morram de diabete!!!!!!

VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐈𝐧𝐟𝐢𝐧𝐢𝐭𝐲
Fanfiction+18 "Você terá que escolher... o que é mais importante nessa missão?"