Passeio Noturno

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A manhã estava fria e silenciosa, nenhuma estudante roncava no dormitório das garotas, o que significava que realmente estavam muito cansadas. Em contrapartida Madeleine estava acordada esperando dar o horário do café da manhã, pois não dormira a noite toda. Depois de jantar no Salão Principal, foi diretamente para o dormitório para arrumar sua mala e para verificar se Ebony já voltara, acontece que não só sua coruja não estava ali como também não se sentia cansada o suficiente para deitar. Resolveu que leria seu livro sobre Transfiguração até pegar no sono, mas passada duas horas de leitura já estava entediada e não sabia o que fazer. Hermione estava dormindo, então não poderia conversar com ela, ler outro livro estava fora de cogitação... pensou em escrever, adorava criar histórias fantásticas sobre bruxas poderosas, mas sentia que não estaria inspirada ali naquele quarto escuro...decidiu descer até o Salão Comunal e ficar jogada na poltrona para ver se a bendita da inspiração vinha. 

Duas e meia marcava no relógio da lareira do Salão quando Madeleine se esparramou no sofá, pensou em mil possibilidades de escrita e outros mil personagens, contudo nenhum personagem fictício parecia mais interessante do que seu real professor de Artes das Trevas. Aquilo já estava a irritando, nunca pensara tanto sobre alguém em tão pouco tempo e ainda nem o conhecia!

 Não sabia se ele era bom, embora ele tenha sorrido pra ela no jantar! Mas isso não significava que ele era legal, afinal ela não media se um bruxo é ou não agradável pela quantidade de sorrisos que ele distribui por aí. Por outro lado... o professor Snape não andava com risinhos frouxos pelo corredor (nem em outro lugar, inclusive) e olha só como ele era! Um prepotente. 

Agora eram três e meia da manhã e ela ainda ali, sem sono e com a curiosidade sobre o porquê dos olhos dele serem diferentes, martelando sua cabeça. Já tinha visto aquilo acontecer em cães e até em gatos, mas em bruxos nunca. "Tenho certeza que tem um nome específico pra essa... condição genética? Será que é uma condição genética? Nos animais provavelmente é, mas em bruxos... geralmente quando têm excentricidades pelo corpo, elas foram causadas por conta de feitiços que deram errado ou até por magia das trevas. Se o Harry estivesse aqui eu poderia pedir a capa de invisibilidade dele para ir até a biblioteca pesquisar. Mas também está tão tarde que ninguém deve estar rondando pelo castelo... talvez se eu for correndo sem fazer barulho até lá, não haja problema..."

Quando Madeleine coloca algo na cabeça, é difícil de persuadí-la do contrário, e depois...não tinha ninguém ali! Estava tudo perfeito, nada poderia dar errado.

Pegou sua varinha, deu a senha para o quadro da Mulher Gorda, que neste ano era "vetiti caritate", para poder deixar a sala, e então saiu correndo pelos corredores de forma menos barulhenta possível. Sentiu a adrenalina percorrer todo seu corpo ao pensar repentinamente que poderia ser pêga pelo zelador Filch e sua gata, a Madame Noora, mas agora já era tarde para voltar atrás.

Os corredores estavam ficando cada vez mais escuros, não quis acender uma luz com a varinha receando acordar os quadros, que eram quase mais curiosos do que ela. 

Faltava pouco agora... só mais um saguão e estaria lá!

BAM! 

Madeleine parou bruscamente de correr quando ouviu algo cair no fim do corredor, vinha da biblioteca. 

Ela foi voltando de costas, meio sem saber se corria ou se já era tarde demais, quando foi agarrada por mãos estranhas que a levantaram do chão com facilidade, quase a fazendo gritar se sua boca não fosse selada com prontidão por dedos quentes.

 Se debateu o máximo que pôde para se libertar enquanto estava sendo carregada, até que adentraram em uma sala e a porta magicamente desapareceu. 

O novo professor de Defesa Contra As Artes das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora