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Larissa Monteiro

Por horas me senti estranha,por desejar agir como uma prostituta e me atirar sobre Theo.
Não entendo o porquê estou assim.

Ontem à noite, eu não queria fica com ninguém, afinal meu trabalho aqui é outro.

Durante a viagem, me irritei com a aeromoça que continuava circulando entre as poltronas, mesmo depois de nós servir e garantir que estávamos confortáveis. Não tenho dúvidas de que ela erguia a sua de propósito para chamar a atenção do Theo.

Para minha surpresa, ele parecia nem perceber que ela estava ali. O céu parecia muito mais interessante para ele do que a moça quase mostrando a bunda.

Enquanto como minha rosquinha açucarada, percebo Theo me observando, fixando o olhar na minha boca.
Sinto-me desconfortável.

Fico pensando nos casamentos que ele já teve e me pergunto como um homem tão bonito e bem-sucedido ainda está solteiro.
Será que ele perdeu as esperanças? Deveria aproveitar mais a vida.

Depois de um tempo, vejo Theo pegar o celular. Parece estar mandando mensagens. Então ele volta a atenção para mim, movendo levemente o nariz, como se estivesse sentindo um cheiro.

- Estou fedendo?- penso, enquanto cheiro discretamente minhas axilas.

- O que? Claro que não! - Theo ri.

- Que cheiro você está sentindo? - pergunto, certa de que não poderia estar fedendo, já que tomei banho há pouco tempo.

- Um cheiro muito bom. Acho que é de você. É familiar e me trás lembranças. - Ele sorri enquanto se apoia na mesa e se serve de suco.

- Que cheiro é? Me diga, porque não estou sentindo nada. - Na verdade, só consigo sentir o cheiro das rosquinhas.

- Algodão- doce.

Quando ele diz isso, minha mente ecoa a frase repetidas vezes, e perco a vontade de come.

- Algodão - doce ? - repito.

- Sim -

Oh, céus. Faz tento tempo que eu não ouço isso... Theo não é a primeira pessoa a me dizer isso. Já fui chamada assim uma única vez antes de tudo se apagar. Minha cabeça...

- Larissa? O que foi? - Num instante, Theo está ao meu lado, com olhos preocupados.

- Estou bem, é só uma dor de cabeça - Tento me ajeitar na cadeira.

Ele parece distante, olhando para o nada, tão pensativo que fico analisando seu rosto, tentando adivinhar o que pode estar passando pela sua cabeça.

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Agora estamos deitados, um de cada lado da cama, de barriga para cima. Theo ficou quieto depois do ocorrido. Não gosto quando ele fica muito quieto.
Poderia agradá-lo com um dos meus métodos, mas aqui ele é meu segurança.

Resolvo falar:
— No que você tanto pensa? — pergunto, mesmo sabendo que ele pode mentir.

— Nada demais. — Ele finalmente sai do transe.

A Prostituta Indomável.Onde histórias criam vida. Descubra agora