A Prostituta Indomável.

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Larissa Monteiro.

Com a mão na cabeça, sentada em um dos bancos próximos ao balcão, penso na noite de ontem.

Fernanda não para de falar sobre o ocorrido. Não sei como ela diz que o cara é um "gostosão" se nem ao menos viu quem era, mas todo mundo está comentando o mesmo.

O que vou fazer?

Hoje é sábado, o que significa que não tenho faculdade, então vim cedo para a lanchonete.

À noite, faço bicos para ganhar mais dinheiro. Estou apenas juntando dinheiro para uma boa causa.

Fernanda também é prostituta.

No restaurante, às vezes fico no caixa, mas quase sempre estou na cozinha.

Meus pais não sabem que sou prostituta. Esse é nosso segredo.

Tenho 24 anos, e por mais que seja jovem, minha vida é complicada.

O sino da lanchonete toca, anunciando a chegada de alguém. Dirijo meu olhar para a porta, e lá está ele.

Um dos homens que infernizam minha vida desde o meu último casamento.

Inferno.

Hoje ele não veio sozinho.

Um homem alto, usando jeans escuros e camisa social com as mangas dobradas até metade dos braços, entra ao seu lado. Ele está de óculos escuros, e vejo uma tatuagem no pescoço, com outra que parece continuar para dentro da camisa aberta nos primeiros botões. Seus músculos definidos fazem a camisa parecer apertada, como se estivesse pedindo para ser tirada.

Não consigo ver a cor dos olhos dele por causa dos óculos escuros.

Ao perceber que eles estão se aproximando, abaixo a cabeça.

- Bom dia, minha linda - Bruno se senta e solta um daqueles sorrisos que me dão enjoo.

- Bom dia, Bruno. Eu não sou sua - levanto o rosto.

- Ainda - diz, convencido de que um dia vou me casar com ele.

- E nunca serei. Não sei por que ainda tenta.

- Ainda não quer casar comigo? Pensou bem? Ainda não está pronta para o meu pedido? - suas perguntas me cansam.

- Já disse que não - dou a mesma resposta de sempre, que ele nunca cansa de ouvir.

- Viu só, cara? Eu disse que ela não admite - ele cutuca o rapaz ao seu lado.

O rapaz sorri, e isso me provoca sensações que nunca havia sentido antes. Ele direciona o sorriso a mim, e posso dizer que é o mais lindo que já vi na vida.

Ele responde a Bruno.

- Bruno, acho que você está a cansando - sua resposta não poderia ser melhor.

- Você não está ajudando. Fica quieto, vai - Bruno perde o bom humor.

- Prazer, senhorita. Sou Theo - agora ele olha diretamente para mim.