2 dias depois.
Chega! Não aguento mais.
Eu preciso dele.
Recusei qualquer investida de Theo ou de qualquer outro homem. Não fui ao bordel. Por quê? Porque nada disso seria como é com meu misterioso.
Quero as brincadeiras, os objetos, as mãos dele em mim, seu beijo, sua boca percorrendo meu corpo. Quero que me deixe presa, que me castigue, que me puna.
Troquei mensagens provocativas, sabendo que ele monitora cada passo meu. Mesmo assim, ele não veio.
Eu quero aquele sexo exaustivo de novo, quero ficar sem ar, sem forças para me manter de pé. Quero me entregar até a última gota.
Deitada na cama, perdida em pensamentos, admito para mim mesma: menti.
Nestes dois dias, tentei evitar encará-lo na mente, mas minha noite com o mascarado foi único. Confiei em um estranho de imediato, algo que nunca aconteceu antes.Ele foi possessivo, ciumento, e, ao mesmo tempo, envolvente.
Repetia o quanto eu era linda, comparava-me a algo tão valioso quanto um diamante. Ele me queria só para ele.E ainda ouço sua promessa ressoando: "Posso tirar você do bordel para que ninguém mais te veja ou te toque."
Naquela noite, pensei que aceitaria sem hesitar.Agora, tudo o que preciso fazer é ligar.
Quero ouvir sua voz novamente.—Bom dia. Quem fala?
Apenas ouvir sua voz me faz estremecer.— Sou eu — digo, sabendo que ele entenderá.
— Pensei que não fosse ligar. Parece que você estava enganado sobre suas palavras.
Penso em desligar imediatamente, mas ele continua:
— Espere. Diga o que você quer.
— Não era nada.
— Sei o que está pensando. Apenas diga.
Respiro fundo, já arrependido por estar enrolando.
— Podemos nos ver? Preciso conversar com você.
– Claro. Hoje à noite, na minha casa?
— Não sei onde você mora.
— Eu busco você. Esteja pronta.
Só de imaginar o que pode acontecer naquele carro, já sinto o calor.
— Tá bom. Até mais tarde.
— Até mais tarde, meu amor.
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O dia arrasta-se, tedioso, no restaurante. Os únicos filhos que me acompanharam foram os chamados de Fernanda e o ranger irritante da roda mal encaixada do carrinho de mão. Até decorei o ritmo, transformando-o em uma música
Ao fim do expediente, subo n
— Não vou ao clube hoje. Tenho outros planos para a noite — aviso ao entrar em casa.
— Quero todos os detalhes depois! Pode deixar esse aviso à Lurdes — ela pisca para mim.
Tomo um banho demorado antes de me arrumar. Escolho um vestido vermelho rodado e curto, de alças finas, botas pretas de cano curto e minha jaqueta de couro. Solto o cabelo e aplique uma maquiagem leve com uma sombra brilhante.
Na cozinha, bebo um copo de água gelada para tentar enganar os nervos.
Meu celular vibra. É ele.
— PARA INDO! — grito para Fernanda ouvir.
Corro para pegar minha bolsa, certificando-me de que as chaves do apartamento estão lá. Mesmo sem saber se vou voltar hoje, é melhor prevenir.
Desço as escadas rapidamente, ignorando o elevador, e me vejo no espelho do térreo. Arrumo o cabelo uma última vez e saio.
Um vento gelado me recebe.
Ele está lá, abrindo a porta do carro como um verdadeiro cavalheiro. Animada, pensei que finalmente veria seu rosto, mas ele continua usando a máscara, um pouco se importando com os olhares alheios
— Boa noite, pequena. Você e
— Boa noite. — Entre no carro, contendo uma ansiedade.
Durante a trajetória, o único que é o de nossas respirações.
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Chegamos à sua casa. Assim que sai do carro, sinto o ar fresco da noite enquanto tiro a jaqueta.
— Sua casa é linda — digo, observando a decoração.Ele tirou minha jaqueta e bolsa, pendurando-os em um cabideiro próximo.
— Obrigado. Fique à vontade. Venha, quero te apresentar alguém.Caminho atrás dele, intrigado. O homem que vejo agora parece diferente da última vez.
Ao chegarmos na sala de jantar, vejo uma senhora arrumando a mesa.
— Boa noite, Berenice. Olha quem eu trouxe hoje. — Ele fala como se eu fosse uma velha conhecida.
A senhora se aproxima e, para minha surpresa, abre um sorriso enorme antes de me abraçar apertado.
— Menina, quanto tempo! — diz com emoção.
— Desculpe, nos conhecemos? — questionamento, confuso.
Ela olha para ele antes de me encarar novamente.
— Quem sabe? — E se afaste.
Tudo parece muito estranho.
— Essa Berenice também me conhece? — questionamentos, agora mais como uma afirmação.– Sim. Mas tudo ao seu tempo. Só saiba que ela está feliz por você ver e por você ainda estar viva.
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Depois do jantar, minha mente fervilha. Quem é essa mulher? Por que ela me parece familiar? O nome Berenice ecoa como um eco distante, algo que deveria lembrar, mas não consigo.
Quando subimos as escadas, meu corpo cede ao cansaço, embora minha vontade de sentir as mãos dele em mim lutasse contra.
E vocês não precisam de detalhes para saber como a noite terminou.
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A Prostituta Indomável.
RomanceLarissa, nascida em uma família complicada e envolta em mistérios, enfrenta os desafios de casamentos arranjados pelo pai. Aos olhos da lei, sua família está associada ao crime, mas a verdadeira intriga está em sua vida pessoal: Larissa é uma prosti...