Como apresentar seus namorados à sua família

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- Pronto? Eles acabaram de chegar - papai Chan me pergunta ao ver os carros pararem na frente da nossa casa. Calma, ainda não são os meus namorados! É só a minha família chegando.
- Pronto eu não tô, mas não posso fugir - respondo rindo, vendo-o sorrir para mim antes de ir abrir a porta.
- Chanyeol! Continua bonito. Dá licença pra vovó passar, querido - minha avó já chega causando, apertando as bochechas do meu pai.
- Mãe, você não é minha avó - papai Chan diz rindo.
- Oh, desculpe, querido. Minha cabeça anda uma loucura. Cadê meus meninos? - ela pergunta olhando pela sala até me encontrar. - Taeil! Como vai, querido? - ela pergunta vindo em minha direção.
- Vovó, eu sou o Renjun... - respondo rindo, fazendo-a arregalar os olhos.
- Linwoo, vamos lá pra fora. Sua avó anda meio doida. Estou ansiosa para saber o que é a sua surpresa, meu bem - minha outra avó, Minah, aparece puxando a esposa para fora. Sorrio para ela.
- Vocês já vão saber, vovó - grito, vendo-a fazer um sinal de “ok” com a mão.
- Todo mundo pra fora, a mesa tá lá no quintal! - papai Baek aparece gritando, fazendo papai Chan passar a guiar todos os parentes para o quintal da casa.
Observo todos eles irem então para a área externa da casa, com meus primos gritando pelo caminho. Minha família parece feita de doidos... E é justamente por isso que eu estou de plantão na porta, porque quando Jeno e Jaemin chegarem eu que vou atender. Não posso correr o risco de deixar minha família recebê-los.
- Chegaram! - grito para meus pais, que imediatamente saem correndo para impedir meus parentes de virem aqui. Suspiro antes de abrir a porta e dar de cara com os dois amores da minha vida.
- Desculpa o atraso, Jeno prendeu a blusa na porta do carro e ficamos meia hora tentando tirar - Jaemin coça a nuca, envergonhado, ao dizer.
- Tudo bem. Minha família acabou de chegar também. Entrem - digo dando passagem para que eles entrem.
- Tá liberado - papai Baek diz ao voltar para a sala junto com papai Chan. - Pelos deuses! Chan! Nossos amigos estão aqui! Lay, Suho, Soo e Kai! O que fazem aqui?! - ele arregala os olhos ao ver os pais dos meus namorados.
- Nós somos os pais deles. Caramba, faz quantos anos que a gente não se vê?! - tio Soo diz indo abraçar meu pai, que prontamente o abraça de volta.
- Sei lá, mas faz muito tempo! Não acredito que nossos filhos estão namorando! - papai Baek diz animado, chamando Junmyeon para se juntar a eles enquanto papai Chan ainda os encara perplexo.
- Beleza, agora eles vão ficar conversando. Venham aqui - sinalizo para Jeno, Jaemin, Taeyong e Jaehyun virem até mim.
- O que foi? Isso parece uma missão secreta - Jeno comenta animado.
- É que eu preciso avisar vocês sobre algumas coisas. A minha família pode ser um pouco... exagerada. Eles vão perguntar coisas estranhas pra vocês, vão assustar vocês, vão examinar vocês e vão encher o saco de vocês. Meus primos são terríveis, eles vão atazanar vocês a noite toda - alerto rindo da cara de desespero que Jeno e Jaemin fizeram. Do jeitinho que eu imaginei.
- Ainda dá tempo de fingir um desmaio? - Jaemin pergunta num tom de voz choroso.
- Não. Papais, vamos lá pra fora! - grito para os meus pais, que assentem passando a guiar os outros pais até o quintal. - Prontos? - pergunto para os garotos.
- Não! - Jeno diz ainda em desespero. Não consigo evitar e acabo rindo junto com Jaehyun.
- Vai dar tudo certo. Venham - puxo eles até a parte externa, dando de cara com a bagunça da minha família.
Todos eles param o que estão fazendo para nos encarar. Travo no lugar ao vê-los encararem Jaemin e Jeno de cima a baixo, já que estamos de mãos dadas.
- O-oi... então, gente... - começo a dizer, já me arrependendo de ter trazido eles aqui ao ver os olhares nada discretos dos meus parentes. - Esses são os meus namorados! - digo de uma vez, vendo a maioria deles ficar surpresa. Hyejoo, minha priminha, encara meus namorados com uma feição debochada, como se estivesse os julgando. E ela só tem três anos!
- Venha mais perto, querido. A vovó não escuta - minha avó grita, fazendo gestos com a mão para que a gente se aproxime.
- Vamos sentar na mesa - digo para os meninos, puxando-os para nos juntarmos à minha família.
- E então, quem são esses bonitões? - vovó pergunta arqueando uma sobrancelha.
- E vai começar a tortura... - Sicheng brinca.
- São os meus namorados, vovó - respondo apontando para Jeno e Jaemin.
- Namorados? Você arrumou dois?! Queria eu ter essa vara de pescar tão boa que fisgou dois peixes. Veja bem, só consegui arrumar essa chata da sua avó - ela reclama, fazendo Jeno e Jaemin rirem.
- Sabe, Linwoo, você devia dizer isso quando eu não estou do seu lado - minha outra avó diz indignada.
- Oh, querida, perdão. Eu só estava tentando fazer eles rirem. Os dois me pareciam muito assustados. Mal sabem eles que ainda terão que enfrentar o Triângulo Demoníaco - ela diz rindo, fazendo meus namorados arregalarem os olhos novamente.
- São os meus tios Haebin, Yoora e Baekbeom. E eles estão vindo... - digo ao ver os três se aproximarem.
- Quem aí tá achando que vai roubar nosso sobrinho assim tão fácil? - tia Haebin pergunta semicerrando os olhos para Jeno, Jaemin, Jaehyun e Taeyong.
- Amor, deixa eles... - tia Minki diz rindo, abraçando o braço da esposa.
- Deixa nada! Renjun é o caçula do Chan, ainda é um bebê! - tia Yoora cruza os braços ao dizer.
- Isso mesmo. Nós vamos interrogar vocês - tio Baekbeom completa me encarando.
- Boa sorte pra vocês... - digo rindo, dando tapinhas nos ombros de Jaemin e Jeno.
- Então são esses os meliantes? Muito bem, venham conosco. Tudo o que vocês disserem pode ser usado contra vocês no tribunal - ele diz guiando os dois garotos até onde meus primos estão. Tento não rir ao ver todos os meus priminhos sentados com feições bravas no que me parece ser um tribunal.
- Ordem no tribunal! Vamos começar - meu primo Seokjin diz batendo uma colher numa latinha.
- Eles foram capturados - tio Jinlee diz rindo ao ver Jeno e Jaemin serem cercados para responderem as perguntas.
- Permissão pra soltar um pum! - minha priminha Jinsoul grita para Seokjin, que libera o ato. - É tio, fede bastante. Só não é pior que os do vovô - ela diz rindo ao ver as caretas de nojo dos meus namorados.
- Permissão pra me intrometer nessa palhaçada - digo ao entrar na roda e me sentar entre Jeno e Jaemin.
- Permissão negada! Sai fora Injun, nós estamos avaliando os prisioneiros! - Seokjin bate na latinha ao dizer.
- Vocês estão assustando eles, isso sim. Eu vou ficar aqui para impedir novos incidentes - semicerro os olhos para Jinsoul ao dizer.
- Escapou, ué - ela dá de ombros, arrancando um riso de Yangyang.
- Próxima pergunta. Vocês sabem arrotar sem beber refrigerante? É que a gente faz competição de arroto. Queremos saber se vocês são bons candidatos - tia Haebin pergunta anotando algo em uma caderneta.
- Que tipo de pergunta é essa?! Eu achei que vocês tinham parado com as Olimpíadas da Nojeira ano passado! - digo indignado.
- A gente tinha parado, mas o vovô soltou um peido atômico que reativou o nosso espírito competidor - ela responde rindo, me fazendo pôr a mão na testa em um claro sinal de decepção.
- A gente volta nessa questão depois. Próxima pergunta! Vocês têm paciência? Vocês vão precisar de muita pra aguentar a gente, porque somos um pé no saco - tio Baekbeom ri ao dizer.
- Eles têm - respondo por eles.
- Ordem no tribunal! Injun, para de responder por eles! - Seokjin bate na latinha mais uma vez.
- Desculpa, desculpa! - digo me rendendo.
- Vamos logo pra última pergunta, eu quero comer! - tia Yoora interrompe, sem paciência.
- Certo. Essa é a pergunta definitiva - tia Haebin olha seriamente para os meus namorados ao dizer. - Vocês estão prontos para nos aturar pelo resto da vida de vocês nos almoços de família? Sabem que se disserem sim entrarão para a família, né? - ela pergunta apoiando o próprio queixo em suas mãos. Jaemin e Jeno se entreolham antes de responder.
- Claro que sim. Amamos o Renjun. Vocês são a família dele, vêm de brinde junto com ele. E nós vamos querer o combo completo - Jeno responde sorrindo.
- Que fofo! Filho, coloca aí que eles foram aprovados! É, agora vocês fazem parte dessa loucura - tio Baekbeom diz emocionado enquanto Seokjin rabisca alguma coisa.
- Ordem no tribunal! Os prisioneiros foram aprovados - Seokjin grita empolgado, batendo na latinha.
- Oba! Tio, vem brincar com a gente! - antes que Jaemin consiga enfim levantar, Haseul, também minha priminha, segura a barra da calça dele, pedindo com uma voz muito fofa.
- Pode ir - digo ao ver Jaemin nos encarando como quem diz “eu devo ir?”.
- Tá sendo bem pior do que eu esperava - Jeno diz assim que ficamos sozinhos.
- Eu disse que minha família é terrível - digo rindo, me inclinando para cima um pouquinho para alcançar os lábios dele.
- Solta o meu neto, assanhado! - minha avó surge do além, usando sua bengala para me separar de Jeno.
- Mãe, deixa eles. São os hormônios - tio Jinlee aparece levemente bêbado.
- Vovô, olha lá! O Renjun tá fazendo nenê! Vovô disse que isso é feio - Heejin, minha prima de quatro anos, grita apontando para nós.
- Renjun, putaria aqui não! Seus primos estão vendo! Usem camisinha! - meu avô, bêbado, grita tapando os olhos de Heejin.
- Lá vem bomba! - Sooyoung, também minha prima, grita se agachando.
- Ela fez cocô! - tia Minki grita ao pegar a garota no colo e perceber um... volume a mais na fralda.
- Que nojo, o que você comeu, filha? - tio Baekbeom pergunta pegando a filha no colo.
- Matinho! - ela grita animada e orgulhosa.
- Amor, melhor irmos salvar o Nana - digo rindo para Jeno ao olhar de novo para os meus outros primos e vê-los destruindo o rosto de Jaemin. Quer dizer, eles estão maquiando-o e o arrumando. Deixo na imaginação de vocês o que crianças de no máximo seis anos podem fazer no rosto de alguém.
- Ele vai ficar muito puto quando ver que o cabelo dele tá cheio de glitter - Jeno diz rindo também, me puxando para irmos até nosso namorado e as crianças.
- Tudo certo por aqui? - pergunto ao me abaixar na altura do rosto de Jaemin e quase morrer tentando segurar o riso.
- Tudo. Tudo ótimo - ele responde com cara de bosta. Ok, é impossível não rir da sombra azul melecada no olho dele e o batom todo borrado na boca. Pelos deuses, as duas chuquinhas no cabelo dele! Socorro, eu acho que tô tendo um AVC.
- Jeno, olha como o nosso namorado tá um gato - ao recuperar o fôlego, me viro para o Lee, que também está se acabando de rir.
- Foi por isso que eu me apaixonei por ele - Jeno diz secando as lágrimas.
- Haha. Vocês são muito engraçados. Me ajudem a sair daqui, eles me prenderam! - Jaemin diz apontando para a cadeirinha de criança em que ele está amarrado.
- Dez a zero para os pirralhos dos meus primos - digo indo desamarrar a pobre princesa.
- Eles podem ser pequenos, mas juntos são fortes! - ele diz indignado, se levantando desajeitadamente.
- Tio, nós vamos ser maquiadores quando crescermos! - Jinsoul diz orgulhosa, sorrindo para nós.
- Vocês estão indo pelo caminho certo - sorrio para ela, que nem percebe a ironia.
- Toda vez que vocês precisarem podem usar o tio Jaemin de cobaia - Jeno diz rindo, passando os braços pelos ombros de um Jaemin nada feliz.
- Tio Jaemin, você gostou da nossa produção? - Seokjin pergunta inocentemente.
- Claro! Amei - ele finge, sorrindo amarelo. Só isso foi suficiente para eles saírem correndo todos felizes.
- Gente, a comida tá pronta! Venham comer! - papai Chan grita trazendo as comidas junto com papai Baek.
- Finalmente, já não aguentava mais esperar! - tio Changnim grita empolgado.
- Crianças, o rango tá servido! - Kun grita para os pirralhos.
- Oba! - as sete pestes gritam juntas, correndo até a mesa.
- Vamos comer - digo para Jeno e Jaemin, puxando-os para nos sentarmos na mesa de novo.
- Então, há quanto tempo estão juntos? - papai Chan pergunta quando nós nos sentamos.
- Dois meses - respondo colocando comida no meu prato. Frango frito com geleia de cogumelos mágicos! Eu nunca me canso de comer isso.
- E você só contou pra gente agora, Huang Renjun?! - papai Baek pergunta indignado.
- Eu não achei o momento certo para contar... - respondo desviando o olhar.
- Tá tudo bem, filho. Quando nós começamos a namorar só contamos aos nossos pais cinco meses depois - papai Chan diz sorrindo bobo para o marido.
- Isso é verdade. Quase infartei aquele dia - vovó diz rindo. - Escutem, garotos. Usem proteção! Sabe, na minha época não existia proteção e nós não tínhamos tecnologia para nos entreter. Resultado: hoje tenho oito irmãos, quinze sobrinhos, quatro filhos, onze netos, três genros e uma nora. Não quero ser bisavó tão cedo - ela completa acariciando a mão da própria esposa.
- Pode ter certeza que também não queremos ser pais tão cedo - Jaemin diz ainda irritado com a arte que as crianças fizeram nele.
- Ter participado de um parto já foi traumatizante o suficiente - digo tentando não pensar muito nessa memória.
- Já temos o J.J - Jeno diz despreocupado, fazendo todo mundo parar de comer para nos encarar.
- Quem é J.J? - tia Haebin pergunta entredentes.
- O nosso dragão - respondo tentando aliviar o ar de ameaça.
- Eu sou avô! - papai Baek começa a chorar de novo.
- Amor, não chora - papai Chan puxa ele para mais um abraço, tentando confortá-lo.
- O meu caçulinha... - ele volta a lamentar nos braços do mais alto.
- Vamos nos distrair! Sabe, eu tava no dia em que eles começaram a namorar - Sicheng diz orgulhoso. - Eu que encontrei as alianças. A gente perdeu elas aquele dia...
- Que decepção! Quando seu avô e eu começamos a namorar, ele fez o pedido com queijo de duende. Foi a coisa mais romântica que já me fizeram - vovó Seungji, esposa do vovô Chanhee e mãe do papai Baek, diz emocionada.
- Uma linda história, realmente. Mas não supera quando eu pedi minha esposa em namoro. Eu fui na casa dela e fiz um pedido lindo na frente dos pais dela. E depois eu tomei uma vassourada. Amor, por que você me bateu com a vassoura aquele dia? - tio Baekbeom pergunta indignado.
- Porque você era tão tapado quanto é agora - tia Chaejin diz revirando os olhos.
- Essa doeu. Meu pedido de namoro foi o melhor. Escrevi com a faca na janela dela “namora comigo porra”. Muito romântico, né amor? - tia Haebin pergunta para a tia Minki. A história delas é a minha preferida, porque a tia Haebin era uma bad girl e a tia Minki era toda fofinha e meiga. Um romance ardente entre a pura e a malvada. Adoro.
- Com certeza... - tia Minki responde rindo. Se
- O nosso pedido de namoro foi romântico de verdade. Tivemos um jantar à luz de velas e ele colocou as alianças no champanhe. Vantagens de sair com um cupido - tio Changnim diz acariciando a mão de tio Jinlee, que sorri convencido.
- Eu que fiz o pedido. Foi muito sensual - tia Yoora diz fazendo uma cara maliciosa.
- Pelos deuses, não fala essas coisas na frente das crianças! - vovó Minah grita apontando para meus priminhos, fazendo tia Yoora levantar as mãos em um sinal de rendição.
- O nosso pedido foi fofo. Foi naquele cinema em que nos conhecemos, você se lembra? Eu escrevi na sua pipoca - papai Chan diz rindo, fazendo papai Baek rir. Sim, ele parou de chorar. E sim, os dois são almas gêmeas. E muito melosos. Nossa, ainda bem que eu não sou assim com os meus namorados.
- Sim, eu lembro. Quase morri engasgado - ele responde acariciando o rosto do mais alto.
- Vocês sempre estragam tudo com essa fofura! - vovó Linwoo reclama jogando um guardanapo nos meus pais.
- Mãe, se acalma. Seu remédio pra gastropoderierite faz sua pressão aumentar - tia Yoora alerta.

- Olha, já que até agora ninguém contribuiu com o pacto de sempre fazer nossos sobrinhos passarem vergonha, eu vou ter que tomar providências. Eu vou fazer A pergunta - tia Haebin diz fazendo meus outros tios arregalarem os olhos.
- Essa pergunta é essencial quando se apresenta alguém para a sua família. Quase deixamos escapar! - tio Baekbeom diz quase ofendido. - Vai em frente!
- Então, meninos, quais são as suas intenções com o meu sobrinho? Atenção: a resposta errada pode acarretar em sérios danos - ela encara meus namorados ao dizer.
- Casar, viver felizes. Filhos só talvez - Jaemin diz fazendo uma careta, ainda sendo muito engraçado por ele estar maquiado.
- Também não temos muita escolha. Somos almas gêmeas, temos que ficar juntos de um jeito ou de outro - Jeno completa, discretamente, segurando a minha mão e a de Jaemin.
- Gostei muito de vocês. Renjun, fez uma boa escolha. Estou orgulhosa - ela sorri ao dizer.
- Boa escolha é o caralho! Ainda nem sabemos da vida deles! - tia Yoora diz indignada.
- Então vamos para a sessão de perguntas pessoais - tio Baekbeom diz animado.
- Vamos começar pelo básico. Quantos anos vocês têm? - tia Haebin pergunta pegando o saleiro.
- Eu tenho 16 e o Jaemin tem 15 - Jeno responde pelos dois.
- Certo. E vocês trabalham? - tio Baekbeom pergunta encarando os dois.
- Não? - Jaemin responde confuso.
- Que molengas. Há quanto tempo conhecem o Renjun? - tia Yoora pergunta curiosa.
- Quatro meses, mais ou menos - Jeno responde depois de ficar um tempo pensando.
- E vocês namoram há dois meses, certo? - ela pergunta, recebendo uma confirmação de nós. - Renjun, em dois meses você se apaixonou por eles?! Não foi meio rápido?! - diz surpresa.
- Rápido foi, mas não posso fazer nada se eles roubaram meu coração - digo dando de ombros.
- E você tem certeza que é com eles que quer ficar? Quer dizer, quatro meses não é muito tempo para conhecer alguém - tia Haebin pergunta olhando para mim.
- Claro que sim. Apesar de terem defeitos, o que é completamente normal, eu os amo e quero ficar com eles pelo resto da minha vida - respondo tranquilo, vendo meus namorados me olharem levemente chocados.
- Você é igualzinho aos seus pais, sempre estragando tudo com fofura - vovó Linwoo reclama, arrancando risos de todo mundo.
- Vamos voltar para as perguntas. Qual o tamanho do pau de vocês? - tia Yoora pergunta sem um pingo de vergonha.
- Tia Yoora! Isso não é o tipo de pergunta que se deve fazer em um jantar em família onde tem crianças na mesa! - digo indignado, como forma de tentar esconder a vermelhidão do meu rosto.
- Mas eu quero saber, ora! - ela rebate pondo as mãos na cintura.
- Eles não vão responder - digo desviando o olhar.
- Ah, entendi. Vocês ainda são virgens! - ela diz rindo, nos deixando completamente envergonhados.
- Isso é fofo, vocês estão indo com calma. Vocês são tão adoráveis! - tia Minki diz sorrindo, segurando tia Haebin para ela não vir aqui esmagar os meus namorados.
- Olha, eu vou ser bem sincera com vocês, Jaemin e Jeno. Fujam enquanto ainda dá tempo! O Renjun é muito chato, não queiram ficar com ele - papai Baek diz rindo da minha feição indignada.
- Você podia falar isso quando eu não estivesse aqui, né? - digo com cara de bunda, arrancando mais risos da minha família.
- Com você aqui tem mais graça. Escutem, o Renjun parece um trator dormindo, vocês nunca mais vão ter uma boa noite de sono. Além disso, ele fica a madrugada toda vendo desenho - papai Chan diz rindo, entrando na onda de me fazer passar vergonha.
- Quando ele era bebê parecia um demônio, então se vocês tiverem filhos e eles puxarem o Renjun vocês estarão fritos - papai Baek comenta rindo ainda mais, me fazendo olhar para eles com uma feição extremamente indignada.
- Ele chora assistindo “Meu Malvado Favorito” - papai Chan diz pondo a mão no peito de tanto rir.
E foi assim que meus pais queimaram o meu filme na frente dos meus namorados. Com a ajuda da minha família, é claro. O pior de tudo foi ver meus namorados rindo junto com eles. Sinceramente, que decepção.
\ ♡ /
O restante do jantar correu, incrivelmente, bem. Minha família gostou muito de Jeno e Jaemin, apesar de terem feito várias piadinhas e dito coisas estranhas. Mas é a minha família, e eu fico feliz que agora meus namorados fazem parte dela. Mesmo que Jaemin esteja há trinta minutos lamentando no meu banheiro porque o glitter não sai do cabelo dele. E eu e Jeno estamos grudadinhos na cama, só rindo do desespero do mais novo. Somos ótimos namorados.
- Eu aposto dez drenis que ele vai ficar reclamando pelo resto da semana - digo para Jeno quando separamos nossos lábios.
- Eu aposto vinte que ele vai lembrar pelo resto das nossas vidas - ele diz rindo antes de iniciar outro beijo.
- Vocês vão mesmo ficar se comendo enquanto eu luto pra tirar esse negócio do meu cabelo?! - Jaemin aparece indignado na porta do meu banheiro.
- A gente não tá só se comendo, estamos apostando também - digo rindo, fazendo o Na semicerrar os olhos.
- O que eu tenho na cabeça pra querer namorar com vocês, hein?! - ele resmunga voltando para o banheiro.
- Injun! - do nada, literalmente, Hyuck surge abrindo - lê-se chutando - a porta do meu quarto.
- O que você tá fazendo aqui?! Como entrou na minha casa?! - digo após levar um baita susto com a aparição repentina.
- A porta da frente tava aberta então eu só entrei - ele diz como se fosse completamente normal entrar do nada na casa dos outros.
- Tá bom então. Por que veio aqui? - pergunto me soltando de Jeno para sentar na cama.
- Eu vim te pedir ajuda - ele diz se sentando na cama do Lucas. Ele e o Jungwoo foram para a casa do mais velho depois do jantar. Claro que isso não teve nenhuma interferência minha porque eu queria ficar sozinho com os meus namorados...
- Eu também - Chenle diz entrando pela janela junto com Jisung. Ok, o que eles estão fazendo aqui?!
- Por que tá todo mundo na minha casa?! - pergunto indignado ao ver Mark entrar também.
- Eu vi eles invadindo a sua casa e pensei: vou invadir também - Mark diz se sentando na outra ponta da cama de Lucas, bem longe de Hyuck, ao que Chenle e Jisung sentam juntos no chão.
- Eu planejava dar a bunda hoje, sabe? E vocês estão estragando tudo! - encaro com raiva os invasores.
- Ninguém precisava saber disso! - Chenle diz fazendo uma careta.
- Não ligo! Agora que vocês já estragaram a minha noite, digam logo o que querem aqui! - cruzo os braços ao dizer, vendo Hyuck de repente ficar nervoso e Mark engolir em seco. - Certo, isso tá estranho. Vocês brigaram de verdade, não é? Se estivessem bem já estariam procriando na cama.
- Sim, nós brigamos... - Hyuck diz evitando olhar para o outro. - E é muito vergonhoso dizer isso na frente de vocês, mas eu vim aqui porque não sei o que fazer! Sabe, é horrível brigar de verdade com o seu namorado, e eu não aguento ver as coisas entre nós dando errado! - ele dispara, fazendo Mark arregalar os olhos.
- Por que vocês brigaram? - pergunto já pronto pra dar uma boa surra neles. Eu tenho cara de psicólogo agora?!
- Os pais dele descobriram sobre o nosso namoro. E agora a mãe dele quer que a gente termine. Nós brigamos feio por causa disso, porque não sabemos o que fazer em relação a isso! - ele diz parecendo muito chateado.
- Olha, vou ser sincero. Vocês sabem o que fazer, e não precisam brigar por isso! Mark, a sua mãe já separou vocês antes, vai deixar mesmo ela fazer isso outra vez? As coisas entre vocês finalmente estão bem, vai mesmo jogar tudo pro ar por causa da sua mãe? Vocês se amam, certo? - pergunto, vendo-os assentirem timidamente. - Então fiquem juntos! Mark, sua mãe não pode te impedir de ser feliz! E se você ama o Hyuck e quer ficar com ele, tem que saber que nem sempre as coisas vão ser perfeitas. Sabe, vivemos em uma sociedade em que relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo não são bem vistos por muitos, e vocês vão passar por muitas situações envolvendo preconceito. Só que vocês não podem brigar e terminar o relacionamento de vocês sempre que isso acontecer! Vocês são um casal, precisam se apoiar! Vocês vão precisar um do outro nessas situações. E Hyuck, você melhor que ninguém sabe como foi ruim pra vocês dois quando a mãe dele separou vocês. E você precisa ser mais paciente nessas situações, porque vai ser difícil pra vocês dois. Você precisa ficar do lado dele! E não é uma situação fácil, porque estamos falando da mãe dele. Vocês estão abalados, e precisam se ajudar nesse momento. Então, por favor, conversem e não briguem! - digo encarando os dois, que se olham receosamente.
- Tudo bem, nós vamos fazer isso. Obrigado, Injun - Hyuck sorri ao dizer, vindo em minha direção para me abraçar.
- De nada. Sabe que pode vir falar comigo quando quiser, menos quando eu for dar a bunda! Você é meu melhor amigo, sabe que tô aqui sempre. Te amo - sussurro no ouvido dele durante o abraço. - Beleza, agora vai recuperar o seu macho.
- Mark, vamos lá fora - ele diz saindo do meu quarto, com o mais velho o seguindo.
- Agora vocês. O que fazem aqui? - pergunto a Chenle e Jisung, que me parecem muito animados.
- Viemos falar sobre a viagem de amanhã! - o Zhong diz apertando as pernas do namorado.
- Que viagem? - pergunto confuso, vendo Jaemin, que voltou para o quarto durante a confusão, lançar um olhar cortante para o de cabelo verde.
- Você ainda não contou? - ele pergunta confuso, fazendo Jisung tapar sua boca rapidamente.
- Eu ia fazer isso antes de vocês chegarem! - Jaemin responde encarando mortalmente Chenle.
- Você ficou escondendo isso da gente o dia todo! De que viagem ele tava falando? - Jeno pergunta segurando os ombros do Na.
- Planejamos uma viagem surpresa pra vocês. Nós vamos amanhã de manhã. É pra comemorar a vitória de vocês na temporada de corrida de dragões. Vamos naquele hotel novo na região Leste, na Costa dos Unicórnios. Lá tem as praias mais bonitas do nosso mundo, além de ter o Festival de Luzes do Amor. Era uma surpresa, por isso eu só ia contar agora - ele responde semicerrando os olhos para Chenle.
- Vocês planejaram uma viagem pra gente?! - arregalo meus olhos ao dizer.
- Sim. Inicialmente, íamos por causa do festival, mas aí vocês ganharam e nós decidimos ir para comemorar também. Vamos passar o final de semana, porque segunda temos aula. E todo mundo vai - Jisung responde soltando a boca de Chenle.
- Não acredito que vamos à Costa dos Unicórnios! Eu sempre quis visitar aquele lugar! - digo empolgado, vendo Jeno se entusiasmar também.
- Eu sabia que vocês iam pirar... - Jaemin diz sorrindo de lado.
- Então temos que nos preparar. Que horas vamos? - pergunto empolgado.
- Amanhã às sete da manhã. Vem Jisung, vamos levar o Mark e o Hyuck pra casa. Tchau meninos, nos vemos amanhã! - Chenle diz, puxando o Park para fora do meu quarto.
- Tchau! Eu mal posso esperar para ir! - digo extremamente animado. O que foi? Eu gosto muito de praia, tá?! E ainda mais se tiver Jeno e Jaemin no meio...
- Então vamos descansar, temos que ter energia para amanhã - Jaemin diz nos empurrando para a cama. Eu acho que nem vou conseguir dormir!

O diário de um cupido completamente fracassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora