Capítulo 11

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Estava totalmente absorta em meio a dor que brotava das raizes de meu coração. Percebi que minhas pálpebras começaram a pesar, logo já não pude controlar-me e sentir meus olhos marejados.

Aquela sensação de abandono me tomou por completo, mesmo que não tenha sido algo grandioso, e mesmo que nós dois não passasse de meros conhecidos, aquilo foi demais para mim, afinal, uma pessoa como eu, que havia sido milhares de vezes abandonada, deixada pra traz, pelas pessoas que mais amava, já não tinha tanto fôlego para aguentar mais um virar de costas, um até mais que nunca volta, ou simplesmente, não podemos ficar juntos, pois posso magoa-la, e não sou o suficiente pra você, e merece coisa melhor, ou seja, saia fora garota ridícula, feia e sem graça, você não é o que "EU QUERO". Mesmo ele não tendo falado com essas palavras, sabia muito bem o que elas realmente significavam, eu podia sentir, e eu não era uma boba, a história da floresta foi só um grande motivo, para uma libertação de meus pequenos dedos que envolviam a sua companhia, com garras e tudo.

E além do mais, quantas vezes havia socorrido amigas com o mesmo problema? Suponho que muitas vezes.

Tenho uma pequena impressao de que posso ser mais experiente nesses casos, que as próprias, já que sabia o significado de cada palavra ou ação que um maldito almofadinha viesse fazer (por costume).

Tá aí, olha só no que deu coração idiota, não ouviu os conselhos de uma mente amiga, agora nós dois iremos sofrer com as consequências de seu ato estúpido, ter se apaixonado foi sua pior atitude. Mas quer saber de uma coisa? Não vou me deixar abater por qualquer coisinha do tipo, além do mais, quem já passou por tantas dificuldades e venceu todas elas com louvor? Euzinha! Pra que temer isso agora?

Pra que chorar pelo o que nunca aconteceu? Tá bem, que tinha um grande apreço por aquela companhia ilustre. Mas quem disse que preciso dela? Tá legal, você precisa! Porem, saiba de uma coisa, nós vamos superar isso juntos. Afinal estamos aqui com um único objetivo, cair em cima dos estudos, e me ligar no meu futuro, nada de meninos. Dessa vez precisa seguir as regras a risca, senão, não irei responder por mim, ouviu bem? Okay! Assim que se fala, amiguinho.

Fiquei ali em meio ao silêncio amigável do meu cantinho de refúgio, e logo voltei pelo caminho do colégio, com a cabeça erguida, como se nada tivesse acontecido, mesmo que meus olhos inchados dissessem ao contrário.

Ao cruzar o jardim da frente da escola, avistei todos os integrantes do Quartel General, posicionados perto de um chafariz, exceto Lucy, não tive outra opção senão ir de encontro a eles, mesmo que tenha cogitado a ideia de sair correndo para o meu quarto.

- Anne, Anne - Louise correu até mim, vindo atrás os outros integrantes - onde a senhorita estava? - disse com os braços na cintura, balançando a perninha, como se estivesse mesmo furiosa, não sei se só se tratava de um belo fingimento, mas estava começando a ficar com medo de verdade.

- E-eu... eu.. engoli em seco, quando percebi todos na mesma posição, prestes a me dar uma voadora - eu estava... hum... fui... dar uma volta.

- Que volta demorada essa, não? Já fomos umas trocentas vezes no seu quarto pensando que estava lá, e nada! Quer nos matar de preocupação? Nos deixar com cabelos grisalhos antes da hora? É isso que quer? Como disse, estava realmente com medo, ela não parecia estar brincando, muito pelo contrário, estava seríssima e isso me dava medo.

- Mas...

- Nada de mas, dona Anne! Já pro seu quarto! Hey, não posso mais me defender? Qual é? Tenho livre arbítrio.

- Mas, deixa eu...

- Não discuta comigo!

- Tá legal! Se assim deseja.

Virou AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora