Capítulo 18

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Acordei revigorada, sem vestígios algum de enxaquecas, tirando os pequenos arranhões no centro da cabeça e algumas no rosto, digamos que eu estava bem melhor. Sentei na cama e a primeira coisa que fiz, foi olhar no relógio em cima do criado-mudo.

- São cinco horas? Bem, são cinco horas, e hoje é terça-feira, cinco horas de terça-feira. - parei e comecei a refletir sobre aquele fato, quando finalmente saí de meu estado-pateta, dei-me conta de que ainda haviam aulas, na qual, não podia faltar. - Caracas, ainda são cinco horas de terça-feira. - pulei da cama e comecei a me dirigir à saída do dormitório.

- Onde pensa que vai? - virei-me para trás, há tempo de ver Lucy encostada na porta do banheiro, com as mãos na cintura.

- Pro auditório, onde mais?

- Me mandaram ficar aqui te vigiando. E você não vai há lugar algum, sem a minha permissão.

- Não preciso de babá, sei muito bem me cuidar, Lucy. - dei de ombros.

Pra quê babá? Acho que já sou grandinha o suficiente.

- Eu imagino! - disse ela, abrindo uma gargalhada irônica.

Abri a porta e saí correndo rumo ao meu destino, sem ao menos ligar para as suas recomendações. Eu é que não perderia dias de dedicação, por causa de um acidentezinho sem propósito algum.

- Volta aqui, Anne! Deixe de agir feito uma criança! Você só consegue se meter em problemas agindo dessa sua maneira impulsiva. Volta aqui, droga!!

Eu, impulsiva? Imagina.

Meu Deus, em quê eu estou me tornando? Já não tenho controle algum sob meus atos, talvez ela tenha razão. Mas o que posso fazer, se toda a vez que pretendo ajudar alguém, ou até mesmo me auto-ajudar, acabo por me meter em problemas? Eu não sabia por que aquele sentimento eufórico estava me tomando de uma maneira tão drástica, eu não entendo, eu não entendo porque sempre faço as coisas erradas.

- Angeline? Onde está a Angeline, nossa Protagonista?

Pude ouvir a voz abafada de nosso monitor ecoando pra fora da sala.

- Aqui, professor! - abri a porta no solavanco, fazendo todos virarem assustados em minha direção. Enquanto via Liam, cochichando algo para o monitor. Provavelmente, falando sobre o que me acontecera mais cedo, e parecia tão assustado, quanto a todos que ali haviam...

- Estou bem aqui! - afirmei.

- Como? Mas... hum.. Você devia estar repousando. - berrou Liam incrédulo.

- Estou bem, Liam, obrigada pela preocupação, mas não preciso de pessoas se preocupando comigo!

- Não é o que está parecendo... - falou ele, aborrecido, passando por mim e sentando em uma cadeira na fileira do canto oposto. Só fiz sentar no mesmo lugar em que estava parada, com o humor um pouco abatido dessa vez.

- Bom, crianças, já sabemos que faltam menos de um mês para que nossa peça teatral seja realizada. Tenho a honra de parabeniza-los a todos pelo grande esforço. Aos nossos atores, protagonistas, estilistas, cenário, iluminação. Todos vocês mostraram pra quê vieram, e sei que todos aqui presentes, estão dispostos a conquistar o que tanto buscamos. E vamos rumo ao sucesso, rumo a vitória no Concurso das Artes. - houve assobios, palmas, e tudo o que este fato extra-curricular abrangesse.

Virou AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora