Ainda estava parada em estado de choque, ruminando o acontecido, e pela primeira vez na história desse mundo, galáxia ou universo, eu queria ser uma bruxa ou uma árvore.
- Ah! Árvore amada, volte para mim?! Supliquei baixinho.
- O que disse? Sussurrou o almofadinha.
- Hã? N-nada, não.
- Pensei ter ouvido algo.
- Impressão sua, acho que deve limpar mais os ouvidos. - falei com desdém, abrindo um sorriso amarelo.
- Ha ha ha, engraçadinha, sei muito bem que disse alguma coisa, so não sei o quê.
- Mesmo que tenha dito, você não precisa saber. - berrei, baixinho.
- Valeu aí, não queria mesmo! - apontou o dedo no meu rosto, deu de ombros e se afastou de mim, chegando perto de uma garota loira e passando os braços ao redor de seu pescoço.
- É, realmente estava certa quando pensei que ele era como eu pensava. Hã? O que eu disse? Ficou meio incoerente, mas como diz o dito. Para um bom entendedor, meia palavra basta.
- Perdoe-me o que disse? Pronto, agora lascou, preciso controlar mais a minha matraca, e começar a pensar em silêncio novamente.
- Nada professor, só pensando alto.
- Hum... tá legal então.
E voltou a falar com a turma.
Estou começando a achar que a escola era um manicômio disfarçado, eu tava ficando mais doida que antes (se é que isso é possivel), ou devo estar delirando. E se for delírio? Pai amado! Mas eu não estou febril. Hum.. pelo menos isso.
Será que isso vai atrapalhar o meu futuro? Talvez realmente exista uma luz no fim do túnel. Bom, se Aistein era daltônico e foi o maior cientista de todos os tempos, e também aquele maestro que não lembro o nome, e não tinha o movimento das mãos, era um dos melhores e requisitados, então acredito que tenho uma esperança, isso se aceitarem um doida musicista.
-... e como disse, todos no centro do palco, vamos ensaiar novamente, exceto o nosso casal - hã? Casal? Que casal?
Parou limpou os olhos como se tivesse emocionado e nos chamou para perto de si, colocando os braços sobre os nossos ombros.
- Esses aqui, irão ficar na salinha, ensaiando a sós. Liam terá o dever de mostrar-lhe como irá fazer, okay princesinha?
- O quê? Não! O senhor não ia me ensinar? - era só o que me faltava, aarrg.
- Não pequena, sinto muito, mas tenho muito trabalho ainda com essa turma, vocês só irão ensaiar as suas falas, e depois todos faremos isso juntos, tudo bem pra você?
- Mas... não...
- Tudo bem pra mim, professor, vamos logo Anne!
- Hã? Não! De jeito nenhum!
- Vamos logo, deixe de ser infantil. - disse me levando para sala no fundo do palco.
O quê? Infantil?
Não, essa me deixou irritada, pode me chamar de doida, maluca, sem noção, idiota, mas de infantil? Isso não!
- Qual é a sua, garoto? - soltei minhas mãos com força de seu aperto.
- O quê? Do que você tá falando, novata?
- Não me chama de novata! E não se faça de desentendido, você não é idiota e sabe muito bem do que estou falando.
- Não, eu não sei, vamos começar logo a ensaiar - pegou no meu braço, me puxando para si.
- Me solta, eu sei o que devo fazer.
- Tudo bem. Levantou as mãos em rendição.
- Vamos acabar logo com isso!
- Ótimo!
- Agora tenho certeza que isso aqui é manicômio disfarçado - sussurrei ao baixar a cabeça para ler o folheto.
- Hã?
- Nada, esquece. - na real mente, tá começando a me tirar do sério e a me causar problemas, para de repetir tudo o que eu penso!
- Tudo bem, por onde começamos?
- Creio que pelo começo - disse ao levantar a cabeça e abrir um sorriso sarcástico.
- Então vamos lá. - deu de ombros, nos levando para dois banquinhos acolchoados coloridos, ficando frente a frente.
Lemos, relemos, retrelemos... e...
- Oh! Oh! Por favor? Alguém me ajude? Talvez meu príncipe encantado! Socorro, please, help - tentei encenar com ironia, colocando a costa da mãos na testa, como se estivesse em apuros, mas tudo foi em vão.
- Se você acha que isso vai te salvar dessa peça, lembre-se que está extremamente enganada, agora faça como diz o texto - resmungou um Sr Irritado desdenhando de meu papel ridículo, de certo, foi ridículo mesmo. Onde eu tava com a cabeça? Nunca iria sair dessa maldita peça teatral, e olha que amava o teatro, mas não pensei que pudesse se tornar tão difícil assim.
- Aarrg, tudo bem - falei com uma raiva pulsante.
Finalmente, após ter ensaiado tudo como mandava o figurino, o ensaio acabou e eu me livrei por um tempo daqueles olhos profundos. Contudo, não por muito tempo, pois lá estavam eles novamente na área da piscina (a engolidora de gente).
Ufa... depois de mais uma tortura, não podia mais ver ele outra vez, me deixava impotente, acabada, destruída.
Por que ele mudou assim do nada? Talvez ele sofra de bipolaridade, pois preste atenção, primeiro ele foi super mau-educado comigo, depois ele me tratou tão carinhosamente e por último, voltou a ser o garoto ignorante e mau-educado que antes, não entendo mesmo.
- O que ouve, Anne? Dillan perguntou na entrada do refeitório.
Engoli em seco.
- Anne, está se sentindo bem?
- E-estou - era uma grande mentira, eu não estava bem, não depois de ver Lucy, junto com suas antigas amigas. Creio que era exatamente por isso que quase nao havia visto o dia inteiro.
Foi a pior tarefa da vida, ter que presenciar aquilo, sei que não tinha o maior direito sobre ela, mas já estava acostumada com sua presença e era difícil pra mim, já que não tinha mais Chris para dividir os meus problemas.
Mau encostei no prato de comida e acabei indo para o dormitório.
Estava tão exausta de esperar Lucy no quarto, que acabei adormecendo.
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Resolvi postar esse Cap pra vocês....
Boa leitura.
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Virou Amor
Storie d'amoreSinopse Angeline é uma menina corajosa e lutadora, aprendeu com sua vida, a se defender de seus inimigos e diante a todo sofrimento que a vida lhe proporcionou, não desistiu de lutar por sua felicidade. Ela se vê totalmente desamparada, quando o de...