Capítulo 02

972 53 6
                                    

Fiquei assim, parada em frente a porta, tentando imaginar, se tudo aquilo era real ou algo de minha imaginação, quando uma voz estridente, tira-me de meu devaneio.

- Qual é? Vai ficar assim na porta até quando? Eu preciso entrar garota e você está atrapalhando minha passagem, será que dá pra sair da frente, ou vou ter que tira-la a força?  viro abruptamente para trás, vendo agora, uma menina alta, magricela, com cabelos longos, lisos e de um castanho claro, parecendo uma patricinha arrogante e mimada, porém de uma beleza encantadora.

- Errr, desculpe, nem percebi sua presença - afastei-me rapidamente, dando espaço para que passasse, e entrei logo atrás, ela foi direto para um banheiro que havia ali.

No quarto haviam duas camas, dois armarios enormes em tons de rosa, duas cômodas, dois criados-mudo e mais dois sapateiros, também da mesma cor. O quarto era bem espaçoso, e em cima da cama do lado esquerdo haviam minhas malas e meu violão, que ganhei de meu pai, e do outro lado, tinham várias roupas espalhadas pela cama e até mesmo ao chão.

Menina bagunceira - pensei.

Fui até onde estavam minhas coisas e comecei a organizar, pois uma das coisas que detestava, era bagunça.

Ao abrir o guarda-roupa, encontrei diversos conjuntos da escola, contendo roupas de exercícios, de equitação, de banho, de frio, e vários tipos de uniformes para usar em sala de aula, saias, calças, shorts, casacos, blusas mangas compridas, sociais, com o brasão contidas em cada peça.

Abri uma outra comoda, e lá continham cinco pares de sapatos, duas sapatilhas, dois tênis e uma sandália rasteira. Fiquei bastante admirada com tanta eficiência. Não tinham pena de gastar mesmo.

Em cima da outra cômoda que serviria para colocar outra metade de minhas roupas, haviam várias toalhas e jogos de cama, de diversos tipos e cores.

- Oh My God  - sussurrei.

- Veja o que temos aqui, uma novata que nunca possuiu algo de qualidade, vá se acostumando garota, aqui é o que mais se tem. Não sei como conseguiu essa bolsa, quase ninguém entra aqui sem money - disse em deboche, fazendo gestos com a palavra" "MONEY".

Ao virar, encontro minha companheira de quarto encostada na lateral da porta do banheiro, que logo sai deitando-se em sua cama.

- Desculpe, mas se era pra ofender, fique sabendo, que não conseguiu - virei, abrindo minhas malas e guardando minhas roupas no armário.

- Huum, estou vendo que os veteranos vão ter muito trabalho com você.

Era pra ser assim? Caracas, estava me esforçando pra ficar na minha, mas essa garota já estava me tirando do sério. Bem que a diretora me avisou, desse tal "gênio forte" e que "gênio" hein? vala-me Deus. Continuei calada.

- Qual seu nome novata? Disse ela.

- Huum, agora você quer fazer amizade?

- Aaarrg, se não quiser dizer, nem precisa, não quero mais saber - fechou a cara.

- Angeline  - fiz uma pausa ao perceber que sua atenção voltou-se para mim - Angeline Pleuore, mas pode me chamar de Anne, e o seu?

- Lucy Baker, e pode me chamar de Lucy - soltou uma gargalhada irônica.

- Qual a graça?

- Não, nenhuma em especial.

- Por que você disse que os veteranos iam ter trabalho comigo?

Virou AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora