Capítulo 13

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Olhei para o chão por não querer encarar o seu rosto duvidoso. Eu respirei fundo muitas vezes, o ar parecia em falta. Minha cabeça começava a doer, junto ao meu coração, por lembrar de tudo o que aconteceu.

- Eu... eu só fiquei estressada com tudo o que aconteceu hoje... com o que aconteceu com Yon, eu quase a perdi... e sem querer descontei em você... me desculpe, não foi a minha intenção. Não é que eu não queira que você trabalhe, eu admiro a sua determinação, é uma das coisas que eu mais gosto em você, fico apenas preocupada, você é só uma adolescente, mas com mente de uma mulher... incrível... mesmo assim. Sei que exagerei, me desculpe, eu fui uma completa idiota.

- Tudo bem.- olhei para ela, tentando adivinhar se falara isso apenas por não me aguentar mais falando, ou por ser verdade. O sorriso simples em seu rosto me deu a resposta.

Deixei a bandeja em sua cama e andei apressadamente até ela, colocando as minhas mãos em sua cintura, pedindo mentalmente para ela me corresponder. E o meu coração transbordou quando seus braços rodearam o meu pescoço. Eu me abaixei para tomar os seus lábios nos meus, já sem perder tempo querendo loucamente sentir a sua língua na minha, pois aquilo, havia virado a minha coisa favorita.

Subi uma de minhas mãos pela lateral do seu corpo, e desfiz aquele coque, fazendo o seu cabelo cair como uma cascata. Enfiei os meus dedos em seus fios adorando sentir a maciez deles. Senti suas mãos descendo, cada vez mais, até pararem em minha cintura e me surpreender ao me puxar mais para perto do seu corpo. Ela suspirou, e eu sabia o motivo. Senti a sua toalha um pouco mais frouxa, fazendo assim nos separarmos.

Sem tirar os olhos dela, eu mesma arrumei sua toalha, sentindo a sua pele macia e fresca, ainda um pouco molhada. Seu rosto corou, mas ela sorriu.

...

- Eu tinha um cachorrinho...

- É mesmo? Mas você não queria ter um gatinho?

- Eu gosto de todos os animais, mamãe... mas eu quero um dragão...

- Acho que um dragão não é de estimação.

- É sim, Lily tinha um dragão de estimação.

Eu conversava sobre qualquer coisa enquanto dava sopa para ela. Que ainda assim rejeitava. Aquela sexta-feira me pareceu tão estranha, de alguma forma, eu não estava bem. Uma intuição.

- Foi aqui que uma bióloga pediu um suco de laranja?

Yon sorriu quando Jennie entrou com um copo de suco e um prato de bolo. Ela se juntou a nós, abraçando a pequena enquanto a incentivava comer um pouco.

- Só mais cinco colheres.

- Três.

- Cinco.

- Três, mamãe.

- Quatro e um gole de suco!- ela concordou por fim.

A deixamos ali quando pegou no sono, nesse momento, quando nos sentamos no sofá, Jennie me olhou, de um jeito amedrontado. Sabia que algo estava de errado.

- O que foi?- já sentindo que coisa boa da sua boca na sairia, eu a puxei para mais perto, a fazendo se sentar em meu colo. Seus olhos ainda muito misteriosos, me penetraram, procurando em mim, algo que a deixasse mais calma, ou pronta para falar. Eu coloquei minhas mãos por debaixo de sua blusa as descansando e acariciando sua cintura.

- Eu... eu vi o meu pai...

- Seu pai?- assentiu.- Aonde?

- No dia que fui fazer a entrevista de emprego. Ele estava do outro lado da rua... eu não tenho certeza se ele me viu... mas... ele falava com um policial. Lisa... você acha que...

- Não. Ele não vai te tirar daqui.

- Ele é o meu pai, Lisa... ele é o meu responsável... eu ainda não sou maior de idade, e ele pode... se ele conseguir ajuda das autoridades ele pode...- vi em seus olhos um lago de lágrimas, que não demorou para rolad por suas bochechas. Eu subi minhas mãos a trazendo para um abraço. Imediatamente, senti algo molhado em meu pescoço, que me fez querer chorar também.- Eu não quero ir... eu não quero deixar a Yon... eu não quero te deixar...

- E você não vai... ninguém vai te tirar de mim... só por cima do meu cadáver!- com determinação, segurei seu rosto, querendo vê-la, querendo tirar aquele medo dela.- Apenas confie em mim, ok?

Ela concordou fechando os olhos quando sequei suas lágrimas. Deixei beijos nos rastros molhados de suas bochechas.

- Não chore mais...- pedi em um sussurro, encostando meus lábios no seus. Apenas doces beijos, sem nenhuma intenção à mais. Beijar Jennie com calma não era nada difícil, eu adorava aquele beijo. Era pedir demias tê-lo apenas para mim?- Segunda-feira, irei te levar ao restaurante, e me avise quando o seu expediente acabar que eu te buscarei.- ela prontamente franziu o cenho em reprovação, mas não me intimidou.- Só estou querendo te proteger, para de ser teimosa!

- Eu não sou teimosa!

- Você é! Pode apostar que é! E eu adoro isso! Eu adoro você.

- Eu também adoro você, Lisa.

Arraste-me ( Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora