Capítulo 29

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Pov Jennie

A chuva começou a cair quando Lalisa fechou a porta. Simplesmente inacreditável.

Eu ainda sentia raiva, muita raiva dela. Eu não sabia o que sentir exatamente, eu sentia saudade, isso eu sentia e muito, saudade de Yon do Trovão, e principalmente dela. Mas eu não podia. Ela era casada.

Eu repetia isso constantemente em minha cabeça, e mesmo que tudo que eu pensasse era nela, eu não iria me rebaixar novamente. Eu não podia.

Ela já havia me visto fraca, ironicamente foi assim que ela me conheceu, fraca e sem ninguém. Mas eu não queria que fosse assim sempre. Eu tomei a coragem, a audácia de não querer entendê-la, queria me sentir superior, me sentir ferida, e eu estava ferida, e queria que ela soubesse, queria que ela sentisse, e eu acho que ela sentiu.

Na minha cabeça, na minha idéia, eu sairia da sua casa, afim de esquecer ela, para sempre, sumir da vida dela. Mas eu não podia. Eu tinha a Yon, e mesmo que ela não fosse a minha filha de verdade, eu me sentia responsável por ela, e ouví-la me chamar de 'mamãe' é mágico. Eu não podia deixá-la da noite pro dia.

Eu lutava comigo mesmo pra me manter longe da Lalisa quando eu levava Yon pra casa, mas era incrível como ela sempre conseguia ficar bem próxima a mim. Isso dificultava muitas coisas.

Mesmo assim, sempre agradeceria Lalisa por ter me salvado, por ter cuidado de mim, isso sempre estaria gravado em meu coração, a sua bondade e o seu amor ao próximo era algo para ser respeitado eternamente.

Eu ainda gostava dela, é claro que amava ela, mas nada justificava o que ela havia feito. Ainda me sentia usada como uma segunda opção para ela.

Eu balancei a minha cabeça quando o meu celular começou a tocar. Ainda estávamos na mesma posição, ao lado da porta e ela na minha frente. Eu me virei de costas, não queria encará-la.

- Kim, aonde está?

- Oi, Jisoo, estou na casa da Lisa.

- Fizeram as pazes?

- Não, Jisoo, e não vamos fazer, eu não quero fazer. O que você quer?

- Só queria avisar que eu e o Seok estamos saindo, tem uma balada na qual ele quer me levar. E talvez eu cheguemos tarde.

- Nessa chuva?

- Chaeyoung vai também, e não importa se está chovendo, eu preciso ir.

- Entendi. Se divirtam, e não bebam muito, sabe como Seok fica quando está bêbado.

- Pode deixar, até!

Eu me virei novamente dando um passo a frente porém esbarrando em Lalisa. Ela segurou a minha cintura, e eu me arrepiei pelo o toque.

Eu não queria.

Eu não devia.

- Quer um chá?- sua voz era arrastada e bem baixa. Porque estava falando tão baixo?

Eu concordei me afastando dela indo em direção ao sofá. Eu batia o pé inquieta, dês de quando havia ficado tão estranho ficar no mesmo ambiente que ela?

Eu tive a idéia de ir olhar a Yon no andar de cima, mas ela dormia quando chegava da escola, e claro que Lalisa sabia disso. Não tinha escapatória dessa vez.

A chuva estava forte e assustadora, me fazendo dar pulos ao ouvir os trovões. Eu tinha medo deles. Em noites que chovia, eu e Lalisa fazíamos amor na sala, ela me acalmava, e eu a amava.

"Para de pensar nisso, sua imbecil" eu balancei a cabeça novamente tentando afastar aqueles pensamentos.

- Aqui.

Eu acenei com a cabeça em forma de agradecimento. Meus olhos estavam concentrados no chá dentro da xícara, pois seu eu não focasse naquilo, iria focar nela, e eu não queria.

- Estranho chover assim do nada.- eu gostava de ouvir a sua voz. Era algo que sempre me acalmava.

Eu não respondi, não tinha o que responder. Eu sentia aos poucos o meu rosto queimando, eu estava corando. E como consequência, queimei a boca.

Eu me odiava tanto.

- Argh...- Lalisa pulou do sofá que estava até mim. Sentí-la tão perto me dava calafrios bons. Dês do primeiro dia que a conheci eu sentia aquilo.

Cuidadosamente ela tirou a xícara da minha mão e a colocou na mesa de centro. Sua atenção se voltou para mim e para a minha boca, eu não sabia se estava fazendo de propósito ou por preocupação, mas seu dedo vagou pelos os meus lábios devagar, e junto a isso, seus olhos presos neles.

- Você se queimou muito?

- Não. Estou bem.- eu queria que ela se afastasse, mas ainda a queria bem perto de mim.

Conflitos internos eram os piores.

Não falamos mais nada, apenas nos encaramos, e quando vi algo brilhante, meus olhos desceram para a sua mão direita, ela ainda usava a nossa aliança.

- Porque ainda a usa?

- Porque eu e o meu coração ainda pertence a você e seria loucura a minha dizer que não tinha ninguém sendo que eu tenho.

- Tem. A sua esposa.- minha voz saiu seca, e mais uma vez eu me odiei, não era bem isso que eu queria dizer.

Ela afastou a sua mão do meu rosto, e eu me controlei para que o meu corpo reagisse de forma negativa.

- Sobre isso... eu já estou atrás do meu divórcio.

- É o mais sensato a fazer, Lalisa.

- Eu aceito a sua rejeição, Jennie, mas por favor... não me chame assim...- eu segurei o riso, lembrando que ela tinha medo de quando eu a chamava assim.

- Escuta, Lisa, não me sinto a vontade... você poderia me levar para casa?

- Poderia. Mas eu não quero.- eu revirei os olhos.- Não antes de você me dizer se ainda sente algo por mim. Diz Jennie, que ainda me ama, e que não está namorando com esse tal de Seok.

- Seok? Meu primo?

Arraste-me ( Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora