Capítulo 25

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- Jennie, graças a Deus! Aonde você está?

- Estou saindo do trabalho, por-

- Não! Não sai! Fica aí estou indo te buscar. Não demoro.

- Mas por-

- Só por favor, fique aí até eu chegar!

Eu dirigi o mais rápido possível, o trajeto até o trabalho de Jennie levava pelo menos uma hora, e ele foi feito em trinta e cinco minutos, eu não me importei se ultrapassei os sinais vermelhos, ou se quase causei um acidente, só precisava proteger Jennie.

Quando cheguei, ela estava ali, tirando fotos de algumas flores que nasciam na árvore ao lado, um sorriso inocente surgiu em seus lábios quando eu me aproximei.

- Oi, Lisa, por- eu não deixei que ela terminasse a frase, grudei os nossos com desespero, sentindo um nó na garganta e um medo de perdê-la.- Porque não me deixa terminar uma frase? O que aconteceu?

- Nada...

- Lisa. O que foi?

- Nada, Nini... vamos?

Caminhamos de mãos dadas até o meu carro, abri a porta para ela, olhando para todos os lados um pouco atordoada.

Já era quase três quando chegamos para buscar Yon. O portão ainda estava fechado quando estacionei, tirei o meu cinto apenas para me virar completamente para Jennie.

- Nini, depois da última carta, você viu o seu pai?

- Não... porque?

- Por nada...- eu segurei a sua mão brincando com a sua aliança enquanto esperávamos o sinal tocar o que não demorou.

- Oi, mamãe! Pensei que a mamãe Jen viria me buscar hoje, e... mamãe, você estava chorando?

- Não, filha. Me conta como foi o seu dia hoje.

- Legal... mamãe, porque estava chorando?

O ruim de tudo aquilo, era que Yon me conhecia muito bem, ela sabia quando eu estava mal. Sabia tudo o que acontecia comigo. Mas eu não podia me fazer de fraca na frente delas, não queria que a situação já ficasse mais complicada.

Chegamos em casa- sem a perseguição de ninguém- ou seja seguras. Eu tentava finger que nada havia acontecido, se Jennie notasse, me encheria de perguntas e isso levaria ao passado que resultaria no nosso término, e aquilo não poderia acontecer. Simplesmente não.

Como a maioria dos empregados estavam de férias, Jennie se adiantou em fazer o nosso jantar, ela ficava tão linda concentrada, tão sexy séria, e tão fofa cantarolando uma música qualquer.

Deixei Yon desenhando algo ali na sala para ir até Jennie. Eu a abracei por trás, descansando a minha testa em sua nuca. Algumas lágrimas escorreram e eu tratei de limpá-las logo.

- Lali, o que você tem?

- Medo...- eu sussurrei por fim, deixando todas as lágrimas saírem, sabendo que nos braços dela poderia mostrar o meu lado fraco e inseguro. Eu enfiei o rosto na curva do seu pescoço procurando um conforto que não foi difícil em ser encontrado.

- Medo? Do que tem medo?- sua voz era preocupada, e por algum motivo, Jennie começou a chorar junto a mim.- Lisa... você está me assustando...

- Não, não, não, não chore, amor, me desculpe...- desss vez foi ela que procurou conforto em mim.- Tenho medo de perder você, apenas isso...

- Lali... você nunca irá me perder. Para de chorar por favor...

...

- Vem!

Eu abri os braços para Yon se aninhar ali, o medo de alguém tirá-la de mim, ainda me dominava, eu não poderia ficar sem ela, nunca.

- Vai me contar agora o porque estava chorando, mamãe?

- Já falei que não era nada, minha princesa. Não insista...

- Quando estiver pronta para contar, estarei aqui!

- Eu sei que estará, princesa...

- Mamãe, eu tive um sonho... ele não foi legal...

- Me conte mais.

- Estávamos em casa, a mamãe Jennie estava no quarto enquanto você segurava um bebê no colo... eu vi fumaça saindo do corredor. Era fogo. Você conseguiu me tirar a tempo junto a aquele bebê... mas a mamãe não conseguiu sair... eu via uma mulher, uma mulher no segundo andar, ela sorria, e te chamava de 'amor' ela me dava medo... eu fiquei com medo...

Então ela começou a chorar, um choro sôfrego e dolorido, eu acariciei os seus fios, sentindo que aquele sonho não era em vão. Mas não podia assustá-la ainda mais.

- Shh... foi apenas um sonho... sua imaginação é fértil, princesa, isso é o resultado dos livros de mistério que você lê, não se preocupe com nada, ok?

Era ridículo pedir aquilo, quando eu estava apavorada.

Arraste-me ( Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora