Capítulo 41

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- Eu vim assim que me ligou. Você tem que ficar calma.

Calma. Que palavra era aquela? Eu não sabia o que era aquilo. Eu olhava pro meu relógio de pulso, vendo os minutos passarem tão lentamente.

Quatro e meia. Quatro e ciquenta. Cinco horas. Cinco e vinte. Cinco e quarenta e cinco.

E quando meu relógio apitou seis horas da manhã em ponto, um choro alto quebrou todo o silêncio, e quase estorou os meus tímpanos.

O ar fez tanta falta que eu tive que sentaf, pois a minha cabeça pesou e muito.

...

- Tem chocolate?

- Tem sim, Nini, você quer?

- Huhum... e traz algumas uvas.

- Tudo-

- E a manteiga também!

- Manteiga? Pra que-

- VAI!

- Calma, calma, calma, já estou indo!

Não me importei em calçar as pantufas, Jennie queria, Jennie teria, pois ela chorosa e dramática era a coisa mais desesperadora que eu poderia ver.

Eu peguei tudo o que ela pediu, inclusive a manteiga, eu ainda me perguntava o porque, apenas fiz o que ela queria.

Eu subi colocando tudo no seu colo, e a observando. No começo era apenas Jennie misturando a uva com o chocolate derretido, nada demais, até que eu a vi misturar aquele chocolate com a manteiga e mergulhar a uva ali.

"Ela não vai comer isso" pensei. Mas sim ela comeu.

Não só comeu como repetiu a dose mais dez vezes.

- Você quer, Lali?

- Não, meu amor, pode... pode comer isso.

Eu me deitei novamente fechando os olhos, o sono vinha com força, aquele dia havia sido extremamente cansativo.

- Lali... Lisa... LALISA!- eu dei um pulo quando Jennie gritou, me fazendo gritar também de susto.

- Oi, Nini. O que foi?

- A bolsa estourou.- a encarei tentando lembrar o que significava aquela frase.- Seu filho vai nascer nessa cama se você não me levar pro hospital agora.

- E-ele va-vai nascer? Ai meu Deus, ai meu Deus!

Eu sai correndo pegando a chave do carro, carteira, a bolsa que Jennie tinha feito e assim desci correndo parando quando entrei no carro. Olhei pro lado, e voltei correndo pra dentro de casa.

Eu havia esquecido a coisa mais importante. Jennie e Yon.

- Desculpa, amor, esqueci de vocês!

A caminho do hospital Jennie respirava fundo tendo contrações fortes, repetidas vezes.

- Estamos chegando, Nini, respira fundo!

- A esquerda, mamãe! Vire a esquerda!

Yon ia me guiando até o hospital mais perto, e em menos de vinte minutos estávamos lá.

...

Vi a dr. Carrie vindo em nossa direção, me fazendo levantar bruscamente, minha cabeça girou um pouco. Ela tinha um semblante tão sério que na hora eu me desesperei.

Ela parou na minha frente, abaixou o olhar e um nó na minha garganta se formou. Porém ele foi desfeito quando ela sorriu voltando a me olhar.

- Parabéns, Lalisa, seu filho e a sua namorada estão ótimos, tudo correu bem! Você quer vê-los?

"Que susto, sua idiota!"

- Quero. Quero sim.

Então eu andei pelo o corredor, um corredor longo, parecia que eu nunca chegaria até Jennie e o meu filho. Até que paramos, e assim eu a encontrei. Tão bela e suave com um pequeno menininho em seus braços.

Eu entrei, meu corpo tremendo, não me surpreendi ao ver as lágrimas descendo, eu tinha um sorriso largo.

Como algo tão pequeno e indefeso pode mudar as nossas vidas de uma forma tão grande?

Agora eu estava bem, era isso que importava.

- Oi, meu amor... como você está...?

- Cansada... mas estou bem. Vem cá.

Eu me sentei ao seu lado, chorando ainda mais ao ver o meu filho em seus braços. Seus olhos eram tão puxados, que eu me perguntei como ele poderia enxergar. Aparentemente ele dormia, porém estava errada quando vi um sorriso sem dente brotando em sua boca pequena quando eu toquei a sua bochecha.

- Ele se parece com você.

- Não, não, não, ele é a sua cara, Nini.

Ela riu baixo e cansada, me oferecendo aquele pequeno corpinho. Eu era mãe de segunda viagem, mas ainda me sentia insegura em relação a pegar um bebê.

- Terá que fazer isso em algum momento, Lali...

Porque ela tinha que estar certa?

Ele era bem maior que Yon quando nasceu, claro a pequena havia nascido prematura, mas mesmo assim, constatei que seria alto quando crescesse.

- Oi, meu príncipe... como você é lindo...

Eu toquei a sua mão levemente, fazendo o menino pegar o meu dedo e segurá-lo. Observei cada centímetro dele, tão lindo, sua pele tão branquinha que parecia neve, seus olhos que permaneciam fechados, seu nariz tão parecido com o da Jennie, sua boca pequena bem desenhada, seus fioa negros, em um tom bem escuro, dando um ar galanteador e fofo para o seu rosto.

Apreciei o macacão azul e marrom que usava, o macacão que Yon escolheu cuidadosamente. Ela deveria estar ansiosa para conhecer o irmão.

Fui tirada daquela análise quando ouvi resmungos vindo dele, passando as mãos pequenas no rosto e formando um bico fofo nos lábios, acharia engraçado se não fosse o começo do seu choro.

Eu entrei em desespero, não sabendo o que fazer, Jennie riu da minha situação, e logo descobrimos que ele estava com fome.

Jisoo, Chaeyoung e Yon entraram para conhecer o pequeno, e eu perdi a minha vez.

Peguei minha filha - agora mais velha - para assim finalmente ver o seu irmão. Ela sorriu, apaixonada por ele. Eu tive tanta sorte de Yon não sentir ciúmes, em todo o momento da gravidez, ela estava animada, participava de tudo, menos das consultas pois era em seu horário de aula, mas sempre estava ao lado da Jennie, conversando com o irmão enquanto ele estava na barriga dela.

Me perguntei se ela faria o mesmo se Jennie estivesse esperando uma menina, pois dês do começo, ela falava que seria um menino e que queria um irmão menino, ficaria frustrada se você uma menina? Eu não sei.

- Ele se parece com você, mamãe!

- Viu só, Yon concorda comigo, ele é a cara da Jennie!

- Temos que escolher um nome pro meu irmão!- eu pensei, pensei e acabei sorrindo.

- Myung... Myung Kim Manoban.

Arraste-me ( Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora