Capítulo 7

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- Acha que estou exagerada?

- Não, mamãe! Você está linda! Vai ser exagerada se achar qu está exagerada!

- E se ela não gostar do restaurante que eu reservei!?

- Mamãe! O que é um pontinho preto no quarto?

- Não sei, Yon, o que é?

- Você levando Jennie para sair e fazer dessa noite única! Você está incrível. Agora fique aqui, que eu vou buscar a sua donzela.

Ela me deixou ali na sala em uma pilha de nervos. Eu não sabia exatamente o que sentir, e o porque estava tão nervosa. Era normal? Não me lembrava de ter borboletas no estômago. A última vez que tive isso, foi a muito tempo atrás.

Passei meu perfume pela terceira vez, mesmo minha filha falando que eu estava apresentável, queria ter certeza.

Porque de tudo aquilo? Só sairia para jantar com a minha amiga. Não?

E então Yon desceu, sorridente e animada. Ela se colocou ao meu lado, e enfim Jennie desceu. Tão brilhante e simples, que eu senti as palmas da minha mãos suarem de uma forma que à muito não acontecia.

Prendi a respiração ao vê-la no último degrau, sorrindo de uma forma tímida, colocando uma mecha de cabelo atrás de sua orelha, a deixando mais linda. Ela se superava a cada dia.

- V-você... linda... Você está linda, Jennie.

- Você também está...

Sua voz não saiu de um sussurro. Eu segurei vergonhosamente sua mão e me  pus a falar com Yon. Seus olhos brilhando vendo nós duas, e um sorriso ameaçando brotar em seus lábios.

- Chegaremos tarde hoje, então...

- Ir pra cama as nove e meia, e te ligar caso algo aconteça! Tudo bem, mamãe! Se divirtam!

A caminho do restaurante, não falamos nada. O silêncio era muito bom, e parecesse que se alguém tentasse puxar um assunto, estragaria algo quase perfeito.

Estacionei na frente do local escolhido por mim, e vi seus olhos se arregalarem, e um ar de desconforto pairar sobre Jennie.

- Iremos jantar aqui?

- Você não gostou? Podemos ir à outro lugar... droga eu falei para Chaeyoung que você não gostaria desse lugar. Me dê um minuto que eu acho algo melh-

- Não! Não é isso. Só acho que... é que eu nunca comi em um lugar tão caro, e... eu poderia ter me vestido melhor para essa ocasião.

- Hey, você está incrivelmente linda!- reuni um pouco de coragem apenas para deixar um casto beijo em sua bochecha.

Abri a porta do carro para ela, e estendi minha mão, um ato de cavalheirismo que eu julguei ser ridículo. Mas ela pelo contrário pareceu se encantar.

- O que vai pedir?

- Hum... você pede. Eu não estou entendendo nada que está escrito aqui.

Eu ri discretamente e fiz os nossos pedidos. Enquanto esperávamos, conversávamos sobre coisas sem nexo algum, falava sobre o meu trabalho, e ela sobre o seu dia. Eu sorria todas as vezes que conseguia arrancar uma gargalhada sincera dela. Era tão linda.

- Nunca namorei, beijei apenas uma vez quando tinha acho que doze anos, não me lembro ao certo. Acho que nunca achei uma pessoa certa... e também por outros motivos.

- E qual seria os outros motivos?

- Prefiro não falar sobre isso...- sussurrou. Pensei em algo para tirar aquela tenção do ar. Tive que sorrir.

- Já disse que está linda?

- Já...

- Então eu preciso falar de novo... você está linda!

Nossa jantar chegou em pouco tempo. Não arrisquei em pedir vinho, pedi apenas dois sucos naturais, para assim iniciar aquele momento.

Nossas conversas fluiam naturalmente, sem forçar absolutamente nada. Percebi que qualquer coisa que saia de sua boca, eu me apaixonava, sorria boba, tentando não aparecer uma completa idiota.

Quando acabamos, a levei em um lugar especial para mim, eu ia naquele local com frequência quando era criança e adolescente. Um monte alto e afastado da cidade, aonde podíamos vê-la, bem iluminada.

Nos sentamos na grama apenas afim de observar aquela linda paisagem.

- Quero te contar um segredo.- ela começou.- Sabe os outros motivos pelo quais eu nunca namorei?- assenti.- Eu, quando mais nova, morava com os meus pais e com a minha irmã...- senti seu corpo estremecendo e quis intervir na situação.

- Não precisa me contar se não quiser...

- Eu quero... eu confio em você.- meu coração acelerou de um modo frenético ao ouvir aquela pequena frase.- Meu pai nunca gostou de mim... sempre brigava comigo, me rebaixava, até que ele começou usar a força contra mim... não só em mim, mas na minha irmã e na minha mãe também. Certa vez, quando levei um amigo para uma tarde de estudo, ele surtou...e... e acabou matando a minha mãe... ela se colocou no meu lugar, e o que era para ser em mim, foi nela, ela levou tanto socos que não resistiu... minha irmã pegou o pouco de dinheiro que tínhamos e foi embora. Ela tentou me levar, mas preferi ficar com a minha avó... depois daquilo, fiquei com muito medo, medo de namorar ou ter qualquer outra relação, parece que o meu pai vai aparecer a qualquer momento... tenho pesadelos e medo... muito medo...

Eu a abracei com toda a minha força, já me encontrava em um mar de lágrimas junto a ela. Imaginando tudo aquilo que ela passou, meu coração doendo a cada soluço que ela dava, seu rosto afundado em meu peito, enquanto seus braços magros abraçavam a minha cintura como se a sua vida dependesse daquilo.

- Ninguém, nunca, vai tocar um dedo em você. Não vou deixar ninguém te tirar de mim, vou te proteger de tudo que te fizer mal. Acredita em mim?- segurei seu rosto em minhas mãos, e aos poucos, meus lábios se encontraram com a sua testa. Ela assentiu.

Voltando para casa, senti o ar mais leve e confortável. Olhei rapidamente para Jennie, que estava concentrada na janela, vendo o tráfego de pessoas na rua. Tirei uma das mãos do volante e a descansei em sua coxa exposta pela saia. Em pouco tempo, senti seus carinhos em meu pulso de uma jeito inocente. Mais uma vez me peguei sorrindo.

Arraste-me ( Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora