Capítulo 6

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Seus braços se soltaram de mim aos poucos e frustração em seu olhar me deixou confusa.

- N-não... quer dizer, eu achei que...

- Pode ir, o sono já chegou.

- Jennie...

Não tentei falar mais nada, pois ela já havia se virado para o lado e puxado com uma força excessiva. Eu suspirei voltando para o meu quarto. Mas não preguei o olho naquela noite. Algo havia me incomodado.

É claro que eu não à via como uma filha. À via como uma mulher incrível, linda, perfeitamente habilidosa, possivelmente minha no futuro. Minha amiga. Minha namorada. E quem sabe, sendo exagero-pois às chances disso acontecer era nulas- minha noiva, ou até esposa. Mas aquilo era ridiculamente pensado por ela. E talvez por mim também.

Por mais que eu quisesse, e muito, não poderia. Eu não conseguiria.

Então o despertador tocou, mas eu já estava arrumada, pronta para o trabalho. Pensando e pensando, era a única coisa que eu havia feito naquela madrugada. Pensar na Jennie.

Yon já se encontrava arrumada tomando café e lendo um de seus livros clássicos. Aquilo não me surpreendia, pois a mesma aprendeu a ler com três anos, e dês de então, ama a literatura antiga, e até algumas modernas.

- E hoje?

- Hoje, fui até Paris conhecer os renascentistas. A leitura desse livro é um pouco cansativa, nada convidativa eu diria, mas a forma que o autor descreve os detalhes é até bem interessante e atraente. Mamãe, podemos conhecer Paris um dia?

- É claro que sim. Achei uma boa idéia até.

- Cadê a Jennie, ela ainda está dormindo?

- Eu não sei, princesa, talvez sim. Termina o seu café.

Após Yon sair, brigando comigo mesma, eu subi até o seu quarto. Ela ainda dormia, ou fingia, não saberia distinguir.

"Vai lá, conta pra ela que gosta dela! E que não à vê como filha."

"Não. Não vá. Ela não te aceitará, e te deixará igual a mãe da sua filha. Acha mesmo que alguém vai gostar de você?"

Minha autoestima estava em desvantagem.

Peguei a chave do meu carro e segui para mais um dia. Me perguntando o porque eu fui, pois não estava com cabeça para nada. Não naquele dia.

- Terra chamando, Lalisa Manoban! Lisa! O que você tem?

- Não sei. Pra falar a verdade eu sei, mas ela não sabe, então eu também não sei se ela sabe que eu sei o que está acontecendo. Eu não sei.

- O que? Dá pra falar a minha língua?! Ela quem?

- Aquela garota, Chaeyoung. Jennie!

- Quem é Jennie!?

- A conheci aqui no hospital, a avó dela faleceu e el não tinha ninguém para ajudá-la-

- E aí como a boa samaritana que você é, a abrigou em casa.

- Exatamente. Eu falei algo que não era para ter falado e agora ema está chateada comigo!

- Espera, está apaixonada?

- Não! Sim. Não sei, Chaeyoung!

- Seria engraçado se eu não te convencesse tão bem.

- Você sabe que eu já não acredito nas pessoas.

- E é por esse motivo que você nunca vai saber se essa menina-

- Jennie. O nome dela é Jennie.

- Se a Jennie, vai querer algo à mais com  você.

- É bem provável que não.

- Lisa, me escuta, você não pode se privar por algo que aconteceu a quatro anos atrás! Nem todas as pessoas são iguais a Sungwan. Jennie pode sim ser uma pessoa boa, mesmo eu não a conhecendo, se você der um passo de cada vez, talvez, tudo se encaixe.

- E o que eu faço?

- A chame para sair! Dê a ela presentes, coisas que ela gosta. A conheca, mostre a ela que tem interesse! Não seja virgem, Lisa, você sabe muito bem como conquistar uma garota.

- Jennie não é uma garota.- ela me encarou completamente confusa.- Jennie é uma deusa grega.

Chaeyoung caiu na gargalhada, porém estava mais concentrada anotando o que deveria fazer com Jennie.

"Dar a ela rosas e ursinhos de pelúcias."
"ELA É ALÉRGICA A ROSAS LISA!"
"Então dar a ela girassóis. NADA DE ROSAS."
"Chamar ela para sair."

Escolhi o buquê de girassóis mais lindo que havia naquela floricultura, acompanhado a um grande urso bege.

Sai um pouco mais tarde do hospital, e quando cheguei, Yon assistia um documentário na TV. Fiz um carinho em sua bochecha após a mesma me dar um forte abraço.

- Jennie está no quarto?

- Está sim, mamãe.

Peguei tudo o que havia comprado, e respirando fundo entrei em seu quarto. Simplesmente ficar em pé era difícil. Ao vê-la com aquele pijama de malha preto marcando suas curvas, e para a minha surpresa, ela não usava sutiã, encarei aquele ponto, voltando os olhos para o seu rosto, corado e envergonhado.

- O-oi... e-eu trouxe isso pra você... e... é isso.- parecia mais um robô ao entregar o buquê.

- Obrigada...

- Olha, eu não quis dizer que te vejo como uma filha, longe disso, Jennie. E talvez, se você não estiver mais chateada comigo, poderíamos sair para jantar amanhã... comigo.- ela olhou com plenitude para o buquê de girassóis, e depois sorriu para mim.

- Pode ser.

- Você aceita?! Aceita mesmo?- concordou.- Legal! É... então... boa noite, Jennie.

- Boa noite, Lisa.

Arraste-me ( Jenlisa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora