Descobrimos a quem pertencia o vira-tempo, o dono, ou melhor, a dona era Madalena Moreau, uma Slytherin valentona, jogadora de quadribol, filha de um comensal, motivo principal pelo qual muitos tinham medo dela. Alice disse no bilhete que daria uma chance a nós e não nos entregaria a Madalena, fico imaginando o que aconteceria se caíssemos em suas mãos, apesar de que, eu acho, que talvez essa garota não seja tudo o que dizem, o que ela faria demais? Era só eu que pensava assim, os outros achavam melhor não arriscar.
Nós perdemos o mapa do maroto para Alice, esse foi o preço para o seu silêncio, e logo perderíamos também o vira-tempo, ela tinha nos dado quinze dias para aproveitar como quisermos. Agora faltam onze. Bem, por enquanto não temos nenhuma ideia em mente, acho que vamos esperar. Só digo uma coisa, eu não esperei sentado. Eu disse que o mapa voltaria a ser nosso de algum jeito, era um objeto valioso e tinha muito significado para nós, eu não ia deixar que perdêssemos uma coisa daquelas por causa de uma chantagenzinha de Alice falando que contaria sobre o meu segredo, o do lobisomem, caso o mapa não fosse entregue. Era algo sério? Era. Mas não íamos perder o mapa por minha culpa, eu não queria deixar tudo como estava então decidi bolar um plano. Contudo dessa vez não seria uma armação em conjunto, eu agiria só e não contaria a ninguém, pelo menos não a primeira vista.
Eu precisaria de um frasco de poção polissuco. E eu sabia que James guardava um em algum lugar.
Fucei a gaveta de meias do Pontas, ele teve a brilhante e a descuidosa ideia de esconder algo como aquilo no lugar mais óbvio possível. Lá encontrei varias coisas e não só meias: um papel de bala, a bala, uma pena sem pluma, uma prova amassada que ele tirou D (deplorável), uma carta amassada para Lily que nunca foi enviada (essa eu ri), vários cartões de sapo de chocolate e um bloquinho escrito... “coisas para se fazer antes de morrer” (casar com Lily, ter um filho com Lily... etc) que bonitinho. Iria lembrá-lo disso depois com certeza. Depois de rir um pouco, encontrei no fundo da gaveta um frasco cilíndrico tampado com uma rolha, abri e aquele cheiro que eu conhecia bem logo me deu um tapa fedorento no nariz, olhei praquele líquido pastoso que parecia vomito e quase embarquei na mesma, botei a rolha de volta e meu faro pode ficar tranquilo e não senti mais nenhuma ânsia.
Vou desmentir o fato de não ter contado a ninguém sobre meu plano, digamos que eu pedi ajuda a Lily Evans. Okay, antes terei que explicar o que planejava para que possam entender. Eu pensei diversas vezes em como fazer, em como recuperar o mapa... Tomar de Alice não seria a melhor maneira. Certa tarde eu e Lily nos encontramos por acaso no corujal, conversamos um pouco e ela, tão observadora, notou que tinha algo errado comigo, que eu parecia preocupado e tenso. Lily parece um anjo, e é muito minha amiga, ela falava comigo e eu sentia vontade de contar tudo o que acontecia, até que então eu cedi depois dela muito insistir, mas fiz ela prometer que não contaria a ninguém e muito menos aos meninos. Compreensiva, Lily prometeu e eu contei boa parte da história, falei que queria recuperar o mapa e não sabia como. Ela deu um pequeno ataque com muitos sermões, dizendo que nos metíamos em encrencas demais, e falou mais algumas verdades e depois finalizou dizendo que depois que isso tudo acabasse daria uma bronca no James. Então ela se acalmou e voltou a ser o anjo de sempre, começou a fazer uma analise da situação toda: “... não acho que você vá conseguir tomar de volta o mapa de Alice ela notaria com certeza, e outra, só pessoas de confiança devem ter acesso a ele e tamb...” então eu a interrompi “Espera!” eu falei e dei um abraço em Lily, “Lily, você é uma gênio! Obrigado” Naquele instante notei que sim, poderíamos tomar o mapa de Alice, Lily disse “pessoas de confiança” e logo soube o que fazer, e infelizmente Lauren teria que fazer parte disso, de novo, pois ela era alguém de confiança de Alice. E sobre Alice notar o sumiço do mapa: imaginei que ela não se tocaria que o mapa pudesse ter sido... Trocado. Então montei um mapa falso, utilizei protótipos que deram errados quando montamos o verdadeiro e pronto, um novo mapa estava feito, só que aquele era um mapa inútil. Ela não teria provas contra pra dizer que fomos nós que trocamos, alias ela já deve ter utilizado o mapa e visto que funcionava, se um hora ela for usar de novo e o mapa não funcionar quer dizer que a culpa foi dela ou de quem ela deixou usar. Era um plano ótimo.
Guardei o frasco de poção polissuco no bolso e desci para procurar Lauren Collins. Não foi difícil encontrá-la, primeiro passei na biblioteca e lá estava ela sendo linda enquanto guardava um livro de volta na estante.
– Lauren – Eu disse.
Ela virou com espanto – Remus! – Disse me abraçando, então eu a beijei e peguei um fio de cabelo que estava caído em seu ombro e logo guardei no bolso. Ela se desaproximou e me olhou com seus olhos azuis.
– Desculpa por aquilo, não foi uma forma legal de seus amigos descobrirem sobre nós – Ela disse.
– Não, tudo bem, até que eles encararam isso numa boa.
– Ah, que bom! Só temos que ter cuidado para que isso não aconteça de novo só que com minha amigas, porque elas não vão encarar de boa.
– Só por que sou da Gryffindor?
– Sim, é, quer dizer, não. – Ela suspirou – Eu não sei o porquê, mas elas não gostam muito de Sirius e de James... E você é amigo deles...
– Não estou surpreso. – Eu ri – Muitas pessoas não gostam deles. Bem, um dia elas vão descobrir.
– Sim, mas por enquanto melhor não. – Disse Lauren – Enfim, veio até aqui por quê?
– Procurar você – Eu disse, o que não era mentira – Estava com saudade, queria te ver antes de começar a estudar para prova de história da magia. – Ok, desça vez foi mentira – E o que você faz aqui? Por que sozinha?
– Você sabe que gosto daqui, estava lendo. E, bem, eu não estava só antes de você chegar. Assim que você entrou minha amiga saiu.
Parei pra lembrar.
– Ah – Me recordei – Sei, uma que abriu a porta no mesmo instante que eu e quando foi passar disse pra eu olhar por onde ando... Muito simpática... Espera – Parei pra raciocinar de novo – Aquela não era a Theresa Haase?
– Sim, era a Theresa. – Disse Lauren – Por isso estava falando sobre tomar cuidado, quase que vocês se encontram aqui.
– Ei, ei, eu teria notado e dado a volta. Não sou distraído! (cof, cof).
Lauren riu.
– Certo.
– Lauren, preciso ir estudar para prova – Falei, eu já estava enrolando demais lá.
Ela me deu o beijo e disse até mais tarde.
Então fui a caminho do banheiro da murta para dar início à sessão de transformação... De novo.
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The Time-Turner [pt-br]
Fanfiction"...E quando olhei para trás vi os responsáveis pela bagunça, apenas a silhueta, pois a neblina tinha aumentado tanto que nem meus amigos, que estavam do meu lado, eu enxergava direito. Eu fiquei surpreso, eram formas pequenas e não brutamontes carr...