Capítulo Cinco - Pietro

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Nota da autora descontrolada que vos fala:

Olá, amados da minha vida!

Bom, queria agradecer a quem está acompanhando essa história lindíssima e um pouco emotiva, no momento. Esse capítulo é uma mistura de dor e revolta, bem o que eu queria passar da reação do Pietro diante dos fatos. O próximo capítulo, aliás, É BEM ESCLARECEDOR. Posso dar spoiler sobre como vocês vão conhecer um pouco melhor o mundo mágico dessa história, com um pouco mais de detalhes e explicações.

Aliás, penso como um pequeno filler, nesse capítulo, do que está por vir, assim como o início de uma onda de sentimentos que vão invadir o Pietro com cada vez mais intensidade. Aqui, vamos começar a ver esse vínculo começar a dar seus primeiros passos... E, acredite, tem muita coisa intensa que vai surgir através dele. SE PREPAREM.

Estou terminando de escrever o livro todo aqui, falta um capítulo pra finalizar e nem sei como lidar, pois acho que tá sendo uma história incrível, além de todos os surtos e momentos desesperadores que estão por vir. Acreditem, o começo calmo tem um motivo.

Enfim, espero que gostem desse capítulo!

Beijinhos de luz!

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Capítulo Cinco– Pietro

Mortuus est

A cena diante de mim era impressionante... E fodidamente arrepiante, de uma forma que eu me mantive paralisado por certo tempo. Não havia mais fogo, boa parte dos móveis ainda emanava fumaça, quando adentrei o quarto finalmente. O olhar havia desviado bruscamente do corpo no chão, minha respiração, ainda incomodada com as fagulhas e o forte cheiro de queimado, soou ruidosa, ao que o peso dentro de mim parecia me impedir de continuar. Havia vidro por todo o quarto, tanto quanto materiais queimados e sangue... O líquido escuro se entranhava no chão de madeira, no tapete diante da cama e lentamente se alastrava até onde conseguisse alcançar. E, além, próximo das mãos contorcidas de Sam... Os filetes de sangue formavam desenhos.

Escritos de uma língua desconhecida, acompanhado de desenhos que antes circulavam ao redor do corpo do meu melhor amigo... Alguns deles apagados pelo fogo e pelo próprio sangue, impedindo-me de identificar se era um ritual, se o conjunto de elementos formava alguma coisa consistente ou era pura enganação. Fiquei tentado a decifrá-los, a registrá-los de alguma forma, quando minha tão chata racionalidade falou mais alto: pelas leis mágicas, eu não deveria me envolver... Era pessoal demais, dramático demais... E, segundo o Conselho, sentimentalismo poderia facilmente dificultar qualquer grande caso.

Não mexer no corpo, não anotar nada... Só... Sair dali. O mais rápido possível, antes que as coisas pudessem ficar complicadas tanto para mim, quanto para Mae. Uma parte de mim queria fazer como ela... Explodir de uma só vez. Gritar, chorar, liberar toda a minha dor e desespero... Mas eu era um bom acumulador, empurrando tudo para dentro, sentindo-me até fraquejar, mas nunca esboçar qualquer sinal de que eu estava prestes a chorar. E chorar tanto quanto eu havia me desgraçado na noite em que minha mãe morreu, até a dor passar. Até eu me conformar.

Embora, no caso de Sam, eu soubesse muito bem o quanto seria ainda mais difícil para mim digerir o que não fiz... Eu poderia ter evitado, eu poderia ter pensado em algo ou lido as entrelinhas, mesmo que não fizesse a menor ideia de como fazê-las, poderia ter ficado por perto, ao invés de ter me refugiado no quintal da casa, como um pobre coitado.

Wright, que sempre havia ficado ao meu lado, mesmo que os últimos anos houvessem me provado o contrário... E que agora jazia no chão, sem vida, causando em mim a pior sensação de impotência que poderia vagar em minha mente... Mais do que os últimos dias, muito, mas muito mais intenso do que não conseguir controlar meus poderes. Eu tinha conhecimento agora, eu não era uma criança, como quando minha mãe partiu... E era capaz de articular estratégias e proteção, ainda que totalmente instável. Se eu não estivesse me controlando para não colapsar, talvez Sam estivesse ainda vivo... Talvez, se eu tivesse me entregado de verdade, ele estaria ali. E mais uma vez eu havia falhado.

Maleficium || Livro Um - PotentiaOnde histórias criam vida. Descubra agora