Capítulo Dois - Mae

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Nota da Autora:


Oiezinho!

Perdão totalmente não ter escrito intro no capítulo anterior, mas estava explodindo de dor de cabeça e queria postar logo, pra acabar não me esquecendo e adiantando essa história.

O capítulo anterior é uma breve prévia do que acontece com o Pietro, alguns mistérios ainda a serem desvendados, a partir do próximo capítulo, inclusive. Assim como esse.

A gente vai conhecer um pouco a Mae, a segunda parte principal de Maleficium, inclusive uma das personagens que eu mais gosto de escrever, pois ela é um misto de intensidade e impulsividade, ao mesmo tempo em que ela teme pelo o que ela é. E isso só vai crescer mais e mais daqui pra frente. 

Inclusive, o relacionamento dela com o noivo é algo que vai além da simplicidade e vocês vão entender melhor ao longo da história... Desde os sentimentos dela, como os dele também. Muita coisa faz sentindo a partir dos próximos capítulos, prometo. 

Bom, espero que continuem gostando dessa história e comecem a se apegar a alguns personagens, pois a coisa vai começar a pegar fogo em breve. Literalmente.


Beijinhos de luz pra vocês. ♥

(responderei comentários assim que rolar essa postagem, viu?)

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Capítulo Dois– Mae

Ibidem

Vermelho... Flamejante, eu diria. O tom mais indiscreto que poderia trazer toda atenção do mundo em um rápido olhar sob uma tediosa multidão. Eu não era relativamente comum, diga-se de passagem, e a cor exageradamente gritante entoava isso com ainda mais vontade, a cada recinto no qual eu adentrava ou me via cercada por pessoas e lugares monocromáticos. Em sua grande maioria, contra a minha vontade. Nunca havia sido minha escolha... E resistir contra aquilo não havia sido por falta de tentativa.

Ocorreram várias. Das mais dramáticas, às drásticas.

Os cabelos vermelhos eram uma aberração. Não que essa fosse a minha opinião verdadeira, eu havia me acostumado com a cor depois de passar pela boa e velha fase rebelde em minha adolescência, após uma infância recheada de julgamentos. Em todos os orfanatos e quase reformatórios que passei, até conseguir minha própria vida, meu próprio destino e vontade de deixar todo o meu passado conturbado e quase inexistente para trás, tentativas dramáticas de tentar aniquilar o "estranho" aconteceram. Até que eu compreendesse o porquê de cortarem o meu cabelo como o de um menininho exótico, eu mantive aquele corte até meus quase treze anos de idade, até que desistissem, assim como eu larguei de mão qualquer tipo de compreensão.

Pesquisei, tentei colorir os fios (que se recusavam a aderir qualquer tipo de química em sua estrutura e me fazia querer arrancar os cabelos, tamanha frustração), fui a médicos, tentei encontrar algum vestígio de minha família (em vão, sequer conseguia encontrar qualquer registro de parentesco longínquo que fosse), para conseguir entender como eu simplesmente era daquele jeito... Cabelo incomum e com uma intuição (que raramente falhava) de que aquilo não iria me trazer nada bom. Sem falar na bela sensação de perseguição, que só de pensar me causava calafrios e vontade ínfima de fugir. Eu falo sério quando digo que o universo conspira contra mim.

Eu havia nascido assim, pelo o que parecia. Poderiam tentar, agirem como desumanos em praticamente raspar a minha cabeça, como aconteceu aos meus oito anos de idade, até mesmo realizarem horas e mais horas de rezas, quando fui transferida para um orfanato de católico extremista, que continuaria da mesma forma: crescendo magicamente vermelho, brilhoso, saudável, como se vê em anúncios na televisão. A não ser pela cor ser cientificamente impossível em desenvolver-se em um ser humano.

Maleficium || Livro Um - PotentiaOnde histórias criam vida. Descubra agora