Capítulo Dezesseis - Mae

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NOTA DA AUTORA FELIZ QUE VOS FALA:

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O capítulo de hoje tem mais merda acontecendo, claro, tem algumas explicações e é um dos mais calmos do livro AINDA SIM. Pode parecer uma enrolaçãozinha, mas quero que fique bastante claro que nada é enrolação aqui e tudo tem um motivo muito importante mais pra frente. ENTÃO, SE PREPAREM, POIS O BICHO VAI PEGAR MUITO FEIO AINDA.


Aliás, adoro Pietro preocupado, é isso, um abraço. irei responder os surtinhos em breve, besos de luz ♥

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Capítulo Dezesseis – Mae

Et tenebrae

A lembrança mais recente que permeou em minha mente quando senti um breve despertar, foi a clareira, os escombros diante de mim e até mesmo o cheiro de fuligem e enxofre. Franzi meu nariz, ainda sentindo-me mais do que confortável sobre o colchão abaixo de mim, pouco a pouco esticando-me, ainda imersa naquelas sensações desagradáveis. Era um misto de relaxamento e perguntas, quando meu cérebro começou a raciocinar devidamente e lembrar dos últimos flashes de memória que me levaram até ali.

O peso em minha cabeça, como se houvesse sido dopada por um forte calmante, sem aviso... Sem ter como evitar e só sentir meu corpo esmaecer e tudo não passar de uma grande escuridão. Não sabia há quanto tempo ou como... Ou aonde estava, mas o relaxamento foi jogado para o alto, quando todas as peças se juntaram e eu realizei que havíamos corrido perigo. E o pior: eu não sabia o que havia acontecido, após o desmaio... Eu não fazia ideia.

Aonde Pietro e os outros estavam? Haviam sido feridos? Aquele cara estranho havia tentado alguma coisa ou me levado para algum lugar sombrio?!

Temia por abrir meus olhos, quando o primeiro vestígio de alívio me tomou... O cheio agradável mentolado, a familiaridade de alguma coisa que lentamente me fez ajeitar-me, voltando-me de barriga para cima, ao mesmo tempo em que uma voz ecoava por todo o quarto. Em um grito que já estava se tornando rotina, toda santa vez em que eu ficava desacordada por algum motivo aleatório, o que aparentemente era um hábito. E eu quase sorri, claro, quando ouvi Chiara próxima da cama aonde estava repousada.

- Mae! Eu não acredito... Achei que ia passar mais um dia acordada ou sei lá o quê... A gente tentou tanta coisa e... – uma pausa naquele tagarelar, ao que eu semicerrava meus olhos e encontrava o quarto quase tomado pela penumbra, apenas o abajur de base escura ligado sobre a mesa de cabeceira projetando algum tipo de luz. E senti todo o peso de antes desaparecer de vez. Eu estava no quarto de Pietro, de volta ao apartamento em Londres, sã e salva... E com Chiara gritando novamente à plenos pulmões. – Pietro! Ela acordou! – "Ei, calma... Fale mais baixo...", pedi, fracamente sentando-me na cama de lençóis escuros, afofando um travesseiro de fronha da mesma cor, com ajuda de Chiara, logo atrás de mim, para encostar-me contra a cabeceira de ferro da cama. A observei voltar a sentar-se na beirada, sua figura emoldurando-se com a porta aberta do quarto e o armário de ferro industrial, de aparência exótica e propositalmente descuidada, onde Pietro guardava suas coisas, ao falar, repleta de alívio em suas feições delicadas. – Não mesmo! Você não sabe o que passamos por aqui... Eu e os meninos acreditamos que pode ter sido alguma espécie de feitiço com toque de maldição. – Ok, aquilo era grave demais e, enquanto eu reparava que ainda usava as mesmas roupas (a não ser a jaqueta e o tênis, largados em um ponto próximo a janela, ao lado de uma poltrona azul escura diante das cortinas pretas do quarto), percebi que Chiara vestia uma espécie de pijama de cetim rosado. Ela estava dormindo por ali ou haviam a acordado na calada da noite para me ajudar? Perguntas me desesperavam, quando ela continuou a falar, pouco a pouco tornando-se mais calma. – Até o meu pai precisou sair dos afazeres dele pra tentar resolver e... Parece que você tem essa coisa de ficar desacordada por dias.

Maleficium || Livro Um - PotentiaOnde histórias criam vida. Descubra agora