Capítulo Seis - Mae

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Nota da autora doida que vos fala:

E VAMOS DE CAPÍTULO IMPORTANTÍSSIMO!

Quem acompanha desde sempre, sabe que muito do conceito de feiticeiros, magos e bruxos aqui de Maleficium é diferente. Aqui, a gente tem uma explicação breve e bem resumida de como tudo funciona para o lado dos feiticeiros. É o momento "You are a wizard, Harry." desta história, então adoro de paixão. 

Ao longo da trama, mais coisas vão ser apresentadas, mas aqui temos o básico, temos Mae FINALMENTE vendo quem ela é de verdade e isso é muito importante, daqui pra frente. É a partir desse momento que vamos ver a evolução principal de uma das duas faces de Maleficium. Inclusive, gosto como a Mae é bem dinâmica e lida com a situação daqui pra frente.

Enfim, não vou dar muitos spoilers, espero que vocês gostem! E comentem, se possível, é muito importante pra mim!

Beijinhos de luz <3 


P.S.: PIETRO TUDO PRA MIM AO FIM DESSE CAPÍTULO.

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Capítulo Seis – Mae

Novae Terrae

O burburinho inicial não havia me acordado... Nem mesmo a parcial claridade que era rebatida contra meu rosto, quando senti meu corpo gradativamente desperto. Havia sido a dor latente dentro de mim, um cansaço sem fim que não me fazia ficar estática, mas sim sentir meus músculos clamarem nervosamente por algum analgésico ou qualquer coisa que pudesse aliviar meu tormento. Repousar não havia adiantado nada, pelo contrário, parecia ter apenas disfarçado o meu sofrimento e ímpeto de deixar que a angústia me levasse.

Pensar em Sam havia sido imediato, ao que meus olhos ainda se mantinham fechados, como se temessem pela realidade que eu deveria encarar dali para frente e tentasse encontrar uma forma de burlar tudo aquilo. Eu sabia muito bem que não era a merda de um sonho... As memórias eram claras demais para que eu sequer cogitasse estar em um pesadelo sem fim. Mas desejar que não passasse de uma mentira ainda era o que mais almejava, fazendo-me revisar as chamas, as lágrimas, o sangue... E o que quer que tivesse sido invocado por meu corpo.

Solidão sempre foi algo que me guiou por muito tempo... Havia algo misteriosamente reconfortante nela, que desapareceu no instante em que percebi que não o teria por perto. Eu deveria pensar que ficaria tudo bem, mas não havia nada em mim que conseguia segurar toda aquela barra e pensar que todas as possibilidades seriam boas, dali para frente. Não quando eu vivenciei tudo aquilo... E muito menos quando eu senti sua morte dentro de mim, avassaladora e muito realista. Fazendo com que eu me desse conta do quão injusta e ridícula eu havia sido nos últimos dias... Se eu houvesse sido honesta e falado para Sam que não deveríamos casar, que eu não me sentia confortável a respeito disso... Nada teria acontecido. 

E ele ainda estaria ali.

Entre entidades, vultos e alucinações, eu ainda não havia me decidido sobre o quanto eu deveria aceitar aquele episódio específico daquela noite, se eu deveria levá-lo como uma culpa completa ou um acaso... Um misterioso jeito do destino me sacanear como nunca. Acreditar na morte do meu noivo me parecia mais fácil e prático do que compreender o que havia acontecido comigo, em um primeiro momento.

Porém, o que eu não esperava era obter respostas tão subitamente, quanto a ideia de que eu havia enlouquecido quase havia desaparecido por completo de minha mente. Era intenso demais passar a acreditar que minha vida se tornaria um belo roteiro de filme hollywoodiano... E que eu seria a principal e tudo mais, descobrindo um passado sombrio ou alguma coisa bem dramática do gênero. 

Maleficium || Livro Um - PotentiaOnde histórias criam vida. Descubra agora