Capítulo Nove - Mae

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Nota da autora que está postando outro capítulo GIGANTESCO:

JÁ SEI! Outro capítulo enorme, mas esse é um dos que eu mais gosto (sim, eu gosto de todos, me processem), pois temos O MOMENTO.

Não sei se é O MOMENTO para todos, mas aqui a gente vê muita coisa acontecendo e como a Mae já começa a se moldar melhor diante de magia.

O PRÓXIMO CAPÍTULO TAMBÉM É SENSACIONAL E TEMOS A PRESENÇA ILUSTRÍSSIMA DE PERSONAGEM NOVO. (não darei dicas, mas é isso)

Agora, acho que a relação entre a Mae e o Pietro começa a se moldar melhor, aliás. É muito difícil escrever sobre eles, ainda mais após a morte do Sam, pois é uma situação em que existe MUITA coisa envolvida, inclusive que eles sequer fazem noção ou conseguem sentir, ao menos ainda. Tem muita coisa ainda a ser explicada ao longo do livro e acho que vocês vão surtar, tanto quanto eu.

Ainda mais depois desse final. ♥

É isso, gente, beijinhos de luz pra todos vocês!

E OBRIGADA POR LEREEEEEEEEEEEEEM. ♥

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Capítulo Nove – Mae

Post Mortem

Quando Dimitri carinhosamente me abraçou, nos transportando para o cemitério, eu soube que as coisas seriam muito diferentes do que as pessoas pre-julgariam de mim. Observei com atenção, postando-me ao lado de um Dimitri inteiramente vestido de preto (a não ser pelo um sutil toque de maquiagem brilhosa em seus olhos), o caixão sendo lentamente posicionado no buraco terroso diante de todos nós... Assim como qualquer enterro humano comum. Chiara, na noite anterior, havia me dito que enterros mágicos eram grandiosos e cheios de cerimoniais, mas que os Wright haviam decidido por algo comum... Algo que Sam estava tentando levar para si mesmo, no fim de sua curta vida.

Eu deveria chorar, assim como a mãe de Sam, Martha Wright, chorava, me lamentar e ganhar um belo Oscar de drama ao me jogar no chão, mas... Eu não era assim. Tão pouco julgava a mulher por perder seu filho e debulhar-se em lágrimas, agarrada ao marido. A questão era: eu estava há quase vinte e oito horas com a imagem de Sam, seu fantasma ou o que quer que aquilo fosse, em minha cabeça. E com um Sam bastante vivo e falando comigo e seu melhor amigo... Era muito mais difícil me despedir do morto. 

Muitas vezes, as pessoas eram envolvidas pela incerteza da morte, de saber se um ente querido estava as vendo ou sentia sua dor, se entendia o que havia acontecido consigo mesmo... Por anos, eu me perguntava se meus pais estavam debaixo da terra ou em outro plano, assim como Sam estaria em breve, mas compreendia que, ás vezes, parte de mim era compreensiva com maior rapidez do que as outras pessoas... Não conformada, não totalmente festiva e aceitando tudo de braços abertos, só... Eu havia passado por muita merda para não entender como ele estava bem, assim que o alcançamos naquela dimensão fantasma. E como Samuel tinha uma visão muito melhor do futuro e da vida, assim que se comunicou conosco.

Seguro, dizendo tudo o que precisava falar e me causando um pouco de conforto, ainda que, ao mesmo tempo, em lançasse uma série de dúvidas intrigantes. Não necessariamente tudo o que eu precisava, ainda me atribulava em lidar com uma realidade tão tempestuosa, mas... Não haviam mais lágrimas. Elas haviam se dissipado na noite anterior, quando Chiara surgiu em meu quarto e me confirmou que velaríamos Sam na manhã seguinte, me ajudou a conjurar um vestido preto que eu havia guardado em algum lugar do apartamento que dividia com Wright e tentou me manter animada e relaxada pelo resto da noite... O que não aconteceu. Eu havia tido uma despedida... Não a melhor de todas, mas significativa o suficiente para que eu soubesse que estava bem. Talvez até melhor que eu.

Maleficium || Livro Um - PotentiaOnde histórias criam vida. Descubra agora