Capítulo Oito - Pietro

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Nota da autora que vos fala:

Demorei mais um dias pra postar, mas levem em consideração O TAMANHO DESSE CAPÍTULO, MEU PAI AMADO, PASSEI UMA TARDE TENTANDO AJEITAR ISSO. Enfim, vamos de mais um pouquinho de drama especial.

Esse capítulo é um pouco introdutório a respeito do que esses dois podem fazer juntos: ou seja, muita merda, muita merda mesmo. Pietro ainda está nessa indecisão sem fim, o que é um inferno, mas os fatos que se seguem vão fazer com que uma luz ilumine essa cabecinha teimosa daqui para frente.

Espero que gosteeeem! Inclusive, amando os comentários e que irei responder assim que terminar essa postagem!

Enfim, é isto, vamos de mais teorias, de mais tensão... E de shippar, pois minha vida é shippar todo mundo dessa história. 

Beijinhos de luz, amo vocês!

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Capítulo Oito – Pietro

Speciosus Fructus

O clima não era dos melhores, quando acordei e me deparei com a vista enegrecida dos céus italianos, tão semelhante ao meu temperamento nos últimos três dias. As noites mal dormidas, reviradas em minha cama, ao som de cigarras escandalosas da floresta mais próxima e cigarros, tudo contribuía para que eu me percebesse nas nuvens escuras e clima quase revoltoso, ridiculamente sendo um reflexo do meu humor. A sensação de derrota e ausência da vontade de fazer mais do que eu já estava fazendo (vivendo e me arrastando pelos corredores daquela casa) era real e só era mascarada por apenas uma coisa... Uma única coisa. 

Ou melhor, pessoa.

Pensar em Mae, enquanto o corpo do meu velho amigo sequer havia sido enterrado (eles estavam estudando minuciosamente o caso e isso se referia ao cadáver também, por sorte o Reino Mágico podia contar com feitiços para conservação do corpo), me causava a sensação de haver um fantasma atrás de mim... Não Sam, mas a ideia de tê-lo olhando para tudo aquilo com ódio era recorrente, embora eu não pudesse evitar. Os sonhos haviam desaparecido desde a noite tenebrosa que vivemos juntos, mas lidar com a realidade era muito mais complicado e aterrador do que encarar a versão real dos meus tormentos diariamente. Entre reuniões breves entre Mae e os outros nos últimos dias, em tentativas de deixar todo o nosso universo claro para ela ou tentar encontrar mais pistas, eu me trancava em meu quarto e permitia que Chiara a introduzisse à magia como bem entendesse.

Pequenos ensinamentos simples sobre história da Magia de forma aprofundada, feitiços básicos para o dia a dia e até mesmo como poderíamos bloqueá-los... Minha irmã era uma boa professora, ela tinha paciência e empolgação... Afinal, ela havia sido a única garota daquele grupo por muito, muito tempo. Mas algo dentro de mim sabia que era responsabilidade minha fazê-lo... E, por isso, eu me via bisbilhotando ou escutando mais do que deveria, apenas para ter certeza de que tudo estava ocorrendo da melhor forma possível. E perceber que Mae aprendia depressa... Era notar o que estava bem debaixo do meu nariz.

Além de eu ser um covarde de mão cheia, eu também era burro... Havia um motivo pelo qual ela estava evoluindo tão rápido. Era bem idiota não perceber que eu estava me tornando o causador daquilo tudo, mesmo sem fazer a menor questão de propriamente ajudar. Era claro... E tão forte, que eu não podia fugir. Nem mesmo que me sabotasse para isso.

Toda vez que nos esbarrávamos nas últimas horas (e ironicamente foram muitas), eu a percebia diferente... Mais forte, menos confusa, mas... Mais abalada fisicamente. Havia olheiras e pessimismo em suas expressões, assim como havia nas minhas, mas Mae parecia finalmente inteira... Na mesma rota e mesmo mundo no qual eu igualmente me entregava às dores. Eram dois paradoxos que eu conseguia entender muito bem.

Maleficium || Livro Um - PotentiaOnde histórias criam vida. Descubra agora